sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Perturbador, chocante, sufocante. Tão poucas vezes se vê planos de câmera, tonalidades de ilumação e efeitos sonoros casarem tão bem com o propósito de uma cena ou sequência.
O filme, dirigido pelo argentino Gaspar Noé, é contado de trás para frente (como em Amnésia). A cada cena revela-se um detalhe que explica o motivo da busca desenfreada travada por Marcus (Vincent Cassel) atrás do tal Tênia. Seu "amigo" Pierre (Albert Dupontel) tenta controlá-lo todo o filme, apesar de ser o responsável pela sequência mais chocante do filme, a do extintor.
Tênia em questão é o nome a qual os dois chegam depois de buscar o responsável pelo estupro de Alex (a sempre estonteante Monica Belucci, que é a namorada de um e ex do outro), em um túnel que passa por baixo de uma grande avenida francesa. Esta cena é igualmente repulsiva e chocante, não apenas pela crueldade mas pela duração, são mais de oitominutos de agonia em um plano de câmera contínuo, sem cortes, o que deixa tudo ainda mais real, para não dizer viceral.
Depois da cena de estupro, o filme parece ser outro. Nos pouco mais de 40 minutos que se desenrolam tudo muda por conta da história, que se torna branda. O filme perde sua força, mas não se engane! A trilha repetitiva, os planos "estonteantes" (é isso mesmo o que eles causam, tontura), os tons de cores e as salas claustrofóbicas do começo da obra são os elementos que ficam na cabeça ao final do filme.