terça-feira, 6 de setembro de 2011




MEDIANERAS - BUENOS AIRES NA ERA DO AMOR VIRTUAL - Sobem os créditos, fim da sessão. Minha vontade?? aplaudir... verdade! Ótimo filme, de ponta a ponta sem nenhum buraco (ou pouquíssimos) no roteiro, com dois atores simpáticos e verdadeiros nas suas atuações, situações totalmente críveis e uma cidade linda de pano de fundo (apesar de não ser tão bela em alguns momentos retratados na película).


A história é bem simples. Dois completos desconhecidos vivem suas vidas solitárias e retratando, em OFF, a sua visão da cidade e das outras pessoas através das suas realidades, das suas profissões e dos seus pequenos e acanhados mundinhos. Medianeras é o nome dado para aquela "quarta parede" externa dos prédios, onde geralmente ficam as publicidades ou a falta delas. E isso é colocado como um paralelo para a existência dos dois e talvez do próprio diretor/roteirista Gustavo Toretto, em seu primeiro longa metragem.
A princípio o roteiro lhe parece pobre, né?! Ou melhor, parece comum. Mas se o roteiro não te pegar aqui, tem o formato que também se destaca. O uso constante de grafismos, fotos e planos de câmeras nada convencionais mostrando uma Buenos Aires também nada convencional. A (quase inexistente) trilha ajuda a criar o clima de algo real, do dia a dia, dizendo muito (!), quase sempre com um silêncio aterrador. Ele, cria e desenvolve sites. Ela, é arquiteta mas vive de decorar vitrines de lojas. Fazem o tipo de amigos que eu e você temos ou vemos todos os dias perambulando pelas ruas de qualquer cidade do mundo.

domingo, 4 de setembro de 2011

UM CONTO CHINÊS - O cinema argentino nos últimos anos, têm sido apontado como a principal expressão da América Latina na sétima arte. E não é à toa. Mas não pense que eu não privilegie outros cinemas aqui do nosso continente. O uruguaio "Whisky" e o chileno "Machuca", entre tantos outros, são outros exemplos da força do cinema latino americano recente.
E sem dúvida o cinema argentino lidera essa frente. Um Conto Chinês é uma comédia mais escapista, que nos coloca na rotina de Roberto, um solitário senhor de meia idade, que por acaso acaba cruzando o caminho de um chinês, que nada fala de espanhol. Como nem o Consulado Chinês sabe o que fazer com o tal chinês, Roberto acaba levando-o para sua casa, deixando que aquele desconhecido entre em contato com o mundinho pequeno e previsível de Roberto. A história se desenvolve a partir daí.Belo pequeno filme, que confronta dois mundos diferentes, mas jamais se posiciona imparcialmente. Nós sempre nos vemos na situação de roberto: "o que você faria se fosse ele?". E não do tipo "é difícil para Roberto, mas e para Jun? Como será estar em um país desconhecido sem saber nada dele?" Talvez seria um ponto importante que a comédia não aborda, mas isso não compromete.




No começo, Darín incomodava um pouco por ele não ser tão velho quanto seu personagem pedia, mas com o passar do filme isso é até esquecido e no final se conclui que ninguém poderia fazer Roberto tão irritado e irritadiço como Darín! Pequeno grande filme, divertido na medida.

sábado, 3 de setembro de 2011



BIG WEDNESDAY - Como é ruim esse filme, Deus meu. Na verdade a palavra certa não é "ruim" e sim chato. Aliás é difícil achar um filme de surf que seja bacana. Todo mundo lembra do Caçadores de Emoção, mas fica por aí.

Em Big Wednesday, as duas horas se arrastam e contam a história de três amigos que crescem na praia curtindo a vida, as festas, as ondas e sei lá mais o quê. Não consigo enxergar nada mais além do que isso, o que por si só já é um pé no saco.

Fujam dessa bomba, daquelas que mostram uns 13 minutos em slow, de um cara sobre uma prancha pegando uma onda ou um tubo ou sei lá mais o quê... blá-blá-blá... que coisa chata!


CORRIDA CONTRA O DESTINO - Outro filme da série "só-conheci-porque-assisti-inúmeras-vezes-o-à-prova-de-morte-do-tarantino", afinal de contas Vanishing Point, o seu título original, é o mais citado do longa de Quentin, ao lado de Fuga Alucinada (Dirty Marry Crazy Larry), de 1974.

Em Corrida Contra o Destino a gente entra logo de cara no meio da ação principal do filme, a fuga desenfreada de Kowalski a bordo de um Dodge Challenger branco 1970. E é logo de cara mesmo! Acabam os créditos iniciais mostrando a polícia fechando o cerco em uma estrada e logo depois corta pra ação dentro do carro de Kowalski. Assim mesmo!
E esse é o grande mérito do filme de 1971, dirigido por Richard Sarafian, a montagem, digamos, ousada. Nada está na ordem correta, ou melhor, tradicional. Aos poucos se descobre quem é Kowalski, o cara da foto acima, e quais as suas motivações ou a falta delas, para fazer o que ele está fazendo. Cada fim de "capítulo", digamos assim, é pontuado com um flashback da vida dele. A cada acelerada no Dodge, a gente monta uma nova peça no quebra-cabeça. E tem tudo o que um amante das referências do Tarantino mais gostam. Tem músicas que pontuam cada cena, ronco alto dos carrões dos 70´s, violência com uma boa dose de sangue e nudez de leve. Aliás a "nude motorcycle rider" ficou famosa, tem até página própria no IMDB, apesar de nunca mais ter feito algo de marcante na carreira e não aparecer por mais do que 2 minutos no filme.
Afinal, eram os anos 70, tudo era permitido e o que não fosse, era melhor ainda!!