INTRUSOS (Intruders / 2011) - O pior sentimento que pode ser expressado ao final de um filme é a indiferença. Gostar ou não, achar bom ou ruim, rir em um drama ou chorar em uma comédia vai de cada um, mas a indiferença não garante nenhuma recordação do filme, tudo será esquecido logo após os créditos. É esse o sentimento que fica ao final de Intrusos.
O diretor Juan Carlos Fresnadillo em ação
São duas histórias paralelas. A de um menino e sua mãe na Espanha e a de uma menina e seu pai, vivido por Clive Owen, na Inglaterra. Todos os quatro personagens são perturbados durante a noite na escuridão de seus quartos por um "fantasma" por assim dizer, chamado Sem Face. Ele surge para "roubar" a face das crianças e poder recuperar um rosto.
Clive Owen tenta salvar a filha do Sem Face
A menina passa a ser perseguida após encontrar num buraco em um tronco de árvore uma caixinha de madeira com um papel dentro. Nele estava escrito um conto sobre um homem que não tinha rosto. Ela decidiu ler a história na sua escola, como se fosse uma redação escrita por ela mesma. A partir daí ela passa a ser perseguida pelo fantasma.
Pai e filha tentam exorcizar o medo
As duas histórias, a princípio, não possuem qualquer ligação. O filme flutua entre as duas tendo apenas como ligação o tal fantasma. Obviamente isso cai por terra com o decorrer do filme.
Tem alguma coisa no armário...
OS PRÓXIMOS PARÁGRAFOS CONTÉM SPOILERS
Um pequeno flashback deixa tudo claro. O menino espanhol havia descrito em um papel a história de um homem que invadira a sua casa e tentou violentar a sua mãe. Ele impediu. Como estava muito escuro o menino não conseguiu ver o seu rosto, chamando-o então de Sem Face. O homem acabou despencando do alto da casa dos dois e morreu.
Tapando os olhos para não ver o Sem Face
Para exorcizar esse trauma, o menino escreveu a história colocou numa caixinha de madeira e escondeu dentro do buraco de uma árvore. O menino não é outro senão o próprio Clive Owen e a história do papel é encontrada por suja filha que passa a ser perseguida pelo tal fantasma também.
Mãe segura o filho com forçam evitando o Sem Face
FIM DOS SPOILERS
Isso não ajuda a melhorar o filme, que é realmente muito ruim. Como suspense não funciona, como terror não chega nem perto, como fábula... é bom parar por aqui.
Ao final do filme você também ficará assim - sem expressão (de tão ruim)
OBLIVION (2013) - Nem só de grandes nomes vive o cinema, tem um pessoal que está vindo com tudo, sabendo respeitar o que já foi feito e abrindo as portas para o que há de novo por vir. Joseph Kosinski não é nenhum novato, nasceu em 1974, mas já de cara foi cotado para estrear na direção com a continuação da saga Tron. O resultado foi um elogiado Tron: o Legado, com uma trilha sonora que soube valorizar o que havia sido feito na década de 80 e criou um novo rumo pra história.
O planeta Terra do futuro em 2077
Três anos depois ele entrega esse Oblivion, um filme cheio de pretensões. Em 2077 o planeta está completamente devastado após uma guerra entre os humanos e uma raça alienígena chamada de saqueadores. Os humanos restantes saíram da Terra e moram em uma lua de Saturno, chamada Titã.
A Terra vista de cima, de Tet, a nave mãe
Tom Cruise (vivendo Jack) e sua esposa são os dois únicos humanos que ainda moram por aqui. Eles trabalham na manutenção das fontes de energia que alimentam Titã e também a protegem de possíveis ataques dos saqueadores.
Marido e mulher, "únicos" habitantes da Terra
A história começa a mudar de figura quando Jack acaba sendo levado a um confronto com alguns saqueadores. Sem sucesso acaba capturado. No esconderijo dos saqueadores, Jack acaba descobrindo que os saqueadores são na verdade seres humanos que servem como resistência ao Tet, que "comanda" o trabalho de Jack e sua esposa. Segundo eles Tet mente para todos, criando uma realidade mentirosa para esvaziar de vez o planeta dos humanos. Morgan Freeman é o líder dos saqueadores.
Freeman lidera os saqueadores
Tet cria regras e aponta que devido a guerra uma certa parte do planeta jamais pode ser visitada por estar completamente contaminada por radiação nuclear. Após fugir dos saqueadores Jack acaba entrando em um desses centros de radiação e percebe que ali não há radiação alguma e pior, acaba encontrando outro de si, um clone. Descobre também que a sua esposa também foi clonada. Isso confirma que Tet mente para controlá-los. Jack junta-se aos saqueadores e lidera um ataque ao Tet.
O que acontece em Oblivion?
Concordo, é uma viagem sem tamanho, mas de certa forma todo filme de ficção científica não o é? Kosinski vai bem, comanda firme o bom Oblivion e garante uma boa diversão. Tem aqueles clichêzinhos básicos de qualquer filme do gênero e de qualquer filme do Cruise, mas vai bem. Para quem gosta do gênero Oblivion não faz feio não.
Veja abaixo o trailer de Oblivion:
ELYSIUM (2013) - Neill Blomkamp nasceu na África do Sul e já provou ter grande valor como diretor. Depois de inúmeros curtas-metragens, ele veio com tudo em 2009 com Distrito 9. E de cara já arrebatou alguns fãs impressionados com a mescla muito bem feita de ficção científica e crítica social em um falso documentário. Apesar do sucesso de Distrito 9 que se passa na África do Sul (e o lançamento do filme pouco antes da Copa do Mundo de 2010 se mostrou muito acertada), muitos pensaram que poderia se tratar de um golpe de sorte de um diretor novato. Mas com Elysium, Blomkamp insiste na fórmula e cala os críticos, inclusive eu mesmo, admito.
Damon, o herói de Elysium
Elysium é o nome que se dá ao satélite que fica na órbita da Terra, que serve de casa para os que podem pagar por esse luxo. Lá não tem pobreza, guerra ou doença. A tecnologia serve ao homem, robôs são serviçais. Os mais ricos fogem da Terra que no ano de 2175, quando se passa a história, está devastada e violenta. Só quem sobra aqui são os pobres que sonham em um dia chegar, mesmo clandestinamente, à Elysium.
Elysium e sua mão de ferro
Elysium é comandando à mão de ferro por Delacourt (a "já-foi-melhor" Jodie Foster) que mantém a amizade com os ricos e destrói, sem cerimônia, qualquer nave que tente invadir o espaço aéreo de Elysium. Mas aqui embaixo tem muita gente querendo ir pra lá, principalmente buscando cura para doenças que aqui na Terra são incuráveis, como câncer. Uma dessas pessoas é Max (o robótico Matt Damon) que após se infectar com a radiação corre contra o tempo e contra a morte que pode chegar em 5 dias. Max vai até Spider (o ótimo Wagner Moura) que é o único capaz de comandar uma missão à Elysium.
Moura e Damon juntos em ação
Até certo ponto tudo acaba bem. E eu não estrago o filme a dizer isso não! Seria melhor que o final não fosse feliz. Em Distrito 9 a pulga insiste em ficar atrás da orelha após a transformação do humano em robô, mesmo que não totalmente. Em Elysium a pulga nem faz coçar, é uma pena. As atuações são fracas exceto por Wagner Moura, ele parece saber da oportunidade e a agarra com unhas e dentes, inventa um sotaque e se destaca como o grande destaque do filme.
Coadjuvante de luxo
Distrito 9 é melhor, sem dúvida, mas Elysium é sim um ótimo filme, uma ficção científica que ainda mantém a reputação de Blomkamp em enfiar a crítica social no meio da história. Para ele, não importa se a história é contemporânea ou se passa daqui a 300 anos, sempre haverá as mesmas disputas das diferentes castas sociais. Os problemas serão sempre os mesmos.
Veja abaixo o trailer de Elysium.