STAR WARS EPISÓDIO VII - O DESPERTAR DA FORÇA (Star Wars Episode VII - The Force Awakens / 2015) - Ainda estou tentando digerir tudo o que assisti. É muita coisa misturada com muitos sentimentos. O primeiro deles é a emoção de rever na telona algo que desde 2005 não acontecia, um inédito longa da saga mais importante e relevante de todos os tempos.
A Primeira Ordem
O episódio VII foi um dos filmes mais aguardados dos últimos tempos, bombardeando a tudo e a todos o tempo todo com novas fotos, teasers, trailers... Desta vez, Star Wars chega às mãos de JJ Abrams, um dos cineastas mais criativos e originais da sua geração, tendo no currículo a série Lost, e filmes como Cloverfield, Super 8 e dois da série Star Trek.
CUIDADO! A PARTIR DAQUI ALGUNS SPOILERS
O episódio VII é retomado trinta anos depois do episódio VI, naquele churrascão festivo de Ewoks e capacetes de Stomtroopers em Endor. Muita coisa está mudada. Leia e Han Solo, que terminam o VI apaixonados. Ele segue praticando seus escambos pela galáxia ao lado de Chewbacca e ela, antes princesa, agora é General da Resistência, junto com outras carinhas carimbadas dos outros episódios.
Separados
Luke Skywalker está desaparecido. Ele é o que motiva as ações - de ambos os lados da Força. Ele é o último mestre jedi ainda vivo e que pode dar vida à ordem dos cavaleiros da República. O lado negro quer encontrá-lo para matá-lo antes que ele faça isso.
Uma arma elegante para momentos difíceis
O filme começa com um vilarejo sendo invadido por stormtroopers que chegam destruindo tudo. Poe Dameron (Oscar Isaac) o mais habilidoso piloto da resistência, recebe das mãos de Lor San Teeka (Max Von Sydow) uma espécie de pen drive contendo um pedaço de um mapa com o paradeiro de Luke. Dameron esconde o pen drive em um dróide - BB8 - que foge dali o mais rápido possível (qualquer semelhança com o episódio IV, quando Leia esconde planos secretos na memória do R2-D2, não é mera coincidência).
Poe, o melhor piloto da Resistência
BB8 tem todos os requisitos para conquistar os fãs - e quem nunca viu a saga também - da mesma forma como R2-D2 fez nos filmes passados. BB8 é carismático e responsável por momentos leves e engraçados na primeira parte da história. Por vezes ele lembra uma criança com olhos (no caso olho) grandes e curiosos, às vezes um cachorrinho que pede carinho ao dono.
Conquistando fãs
Das naves da Primeira Ordem (que substitui o Império, que com a morte de Palpatine no episódio VI deixou de existir), sai o vilão Kylo Ren (Adam Driver) . Uma figura alta, esguia, toda de preto e uma voz metalizada, que mata todos no vilarejo, exceto o piloto Poe Dameron que é levado embora. Kylo, ao que tudo indica, passava por treinamento jedi com o tio Luke, mas tentado para o lado negro por Snoke, Kylo mata todos os alunos. Luke se sente culpado e foge para seu exílio.
Kylo Ren liderando stormtroopers
Falando rapidamente sobre Snoke. Há uma teoria de que ele seja Darth Plagueis o mestre de Darth Sidious, que não estaria morto já que ele descobriu uma maneira de enganar a morte, como Palpatine conta para Anakin no episódio III. Teoria impressionante. John Williams, que faz a música de Star Wars desde o primeiro filme, teria deixado uma pista de que Snoke seria Darth Plagueis. Veja o vídeo abaixo e tire a sua conclusão.
Retomando a história do episódio VII - BB8 fica perdido no deserto de Jakku até ser encontrado por Rey (Daisy Ridley), uma catadora de lixo que vive de vender sucata para viver. Lá eles encontram Finn (John Boyega), um stormtrooper arrependido (eles não são mais clones!) e juntos eles fogem da Primeira Ordem, que ainda é uma séria ameaça.
Rey e Finn fogem dos stormtroopers da Primeira Ordem
Na fuga, eles decidem roubar uma nave e o cinema vem abaixo - eles correm direto pra Millenium Falcon. Rey pilota a Millenium - ou pelo menos tenta descobrir como - Finn faz a defesa dando tiros pelos canhões traseiros - ou pelo menos tenta descobrir como - e BB8 voa de um lado para outro, sendo jogado para lá e para cá. A Millenium escapa, mas logo depois é capturada. Em pouco segundos Han Solo e Chewie estão a bordo da "sucata mais rápida da galáxia".
O cinema urra com Han e Chewie
Passado e presente se encontram, o filme passa a avançar na história enquanto revisita personagens da história da saga. O amor que balançou a galáxia - entre Han e Leia - gerou um filho, Kylo Ren. Este é o momento "Luke, I'm your father" do episódio VII.
Han guia os novatos - "é verdade, tudo"
Kylo é um vilão fascinado por seu avô - ele guarda e conversa com o capacete de Darth Vader. Seu maior medo é não se tornar tão forte e poderoso quanto Vader. Ele é muito poderoso no uso da Força, principalmente quando usa para controlar o que quer - como a cabeça ou o corpo de outras pessoas e até um tiro que fica parado no ar (uma cena espetacular logo no começo do filme, ainda em Jakku).
A batalha
Ele só encontra frente nas cenas com Rey, que descobre por acaso ter a Força também dentro dela. E muito forte! Ao ser interrogada, Kylo tira o capacete e fica desguarnecido. A mente dela é difícil de penetrar. Acontece aí uma batalha de Força como nunca visto antes na saga. Vemos aí o nascimento do vilão e da heroína.
O vilão e a heroína
A cena mais forte do filme - ou uma das, pelo menos - é a morte de Han Solo. Estava na cara que alguns personagens da trilogia antiga iria morrer. É triste, mas ninguém está ficando mais novo, é melhor ser morto na tela do que ter que inventar uma desculpa pro roteiro depois. A dramática cena em questão coloca pai e filho - Han e Kylo - sobre uma ponte dentro da nova Estrela da Morte e Kylo aciona seu sabre, que atravessa Han. Ao final ele ainda acaricia o rosto do filho antes de cair da ponte.
...
Ao final - como visto no episódio IV - Poe Dameron acerta um tiro perfeito e causa uma reação em cadeia que explode a estação bélica. Mas antes, o trio principal do filme - Rey, Finn e Kylo Ren - trava uma batalha com sabres de luz. Kylo com seu sabre flamejante de três pontas e Finn (a princípio ele), com o azul que fora de Luke e estava em posse de Maz Kanata (Lupita Nyong´o), uma pirata que ao que tudo indica vive há mais de 1000 nos e tem grande conhecimento da Força.
Maz Kanata, conhecimento profundo da Força
Finn apanha e fica desacordado, com o sabre longe de alcance. Kylo tenta atrai-lo pela Força, mas Rey é mais forte. Ela atrai o sabre de Luke (que pode ser seu pai ou seu tio, quem sabe???) e dá um cacete em Kylo, que fica desmoralizado e descrente, afinal ela nunca tinha duelado com sabres antes. Ali fica claro, a Força é forte nela.
O último encontro na neve
E na última cena do filme ela parte com Chewie e R2 atrás de Luke. E lá está ele no alto de uma montanha, num lugar distante como um ermitão (assim como era Obi-Wan no episódio IV). Rey lhe oferece o sabre, Luke olha pra ela, depois para o sabre e o filme acaba.
FIM DOS SPOILERS
O episódio VIII sai em 2017, pouca coisa dele já foi revelada, mas eu chuto algumas coisas aqui. Tá na cara que o próximo filme todo vai girar sobre o treinamento de Rey com Luke e de Kylo com Snoke. Ambos são personagens ótimos, mas ainda crus. Ele não é um vilão tão temerário assim e ela está longe de ser uma heroína para salvar a galáxia. Ambos tem muito o que aprender.
BB8 e Rey
Mas tem mais algumas que ficam ao final do episódio VII. Como Finn aprendeu a manipular o sabre tão rápido? Quem é Snoke? Como a Primeira Ordem em apenas 30 anos se tornou tão forte e gigantesca? E a Capitã Phasma, quem é ela? São tantas perguntas e tantas suposições...
A mal aproveitada capitã Phasma
De qualquer forma afirmo, Star Wars episódio VII - O Despertar da Força é um excelente filme. Agrada muito aos fãs e a quem conhece pouco da saga. A aura está lá, quase intocada, todo o respeito do mundo por JJ Abrams que conseguiu tocar num vespeiro e sair intacto. E mais, sair respeitado por milhões e milhões de fãs da maior saga do cinema.
Um filme feito por um fã - não poderia ser melhor
O filme chega a ser engraçado, cômico até. O roteiro pede e permite isso sem faltar com respeito a nada ou ninguém, sem perder o foco na história, sem sair dos trilhos. Momentos divertidos é o que não faltam. Há muitas piadinhas aqui e ali, mais do que a já tradicional "I have a bad feeling about this". Finn é quem possibilita a maioria desses momentos cômicos. Ponto para o roteiro.
Finn, dono dos momentos mais divertidos do filme, mas sem perder o foco
O roteiro aliás, poderia ser um pouco menos preguiçoso em alguns pontos - algumas soluções não são nada originais e copiam (para alguns "homenageiam") o que já foi visto nos episódios IV, V e VI - esconder informações importantes em um dróide, visitar um bar (cantina) com musiquinha da banda local, fazer a batalha final em várias frentes (no solo, dentro da estação de batalha e no espaço) e com um tirinho certeiro destruir tudo...
A nova arma da Primeira Ordem
Mas nada disso estragou o filme, aliás nem arranhou, e reitero - Star Wars episódio VII - O Despertar da Força é um grande filme. Assisti duas vezes na primeira semana de exibição e coloco ele, certamente, como um dos melhores da saga. Na minha modesta opinião ele fica atrás apenas do episódio V, que é perfeito. Considero o VII melhor que o I, II, III, IV e VI. E você?
FÉRIAS FRUSTRADAS (Vacation / 2015) - Um projeto ousado, isso é inegável. Fazer uma sequência, um reboot e um remake - tudo ao mesmo tempo - de um dos filmes de comédia-família mais cultuados da década de 80. O Férias Frustradas original é de 1983 e dele se seguiram outros tantos filmes e até curtas metragens - todos com Chevy Chase e Beverly D'angelo como os Griswolds. Nenhum teve tanta graça quanto o primeiro que mostra a família numa viagem de carro pelos Estados Unidos para chegar a Walley World, um parque de diversões na Califórnia.
O clássico de 1983
Desta vez, Rusty (Ed Helms) - filho de Clark (Chevy Chase) - quer refazer a viagem que fez quando criança, agora com a esposa, vivida por Christina Applegate, e os dois filhos. Eles alugam um carro albanês com inúmeras funções malucas e começam a viagem. Eles acabam nadando num rio de cocô, descendo uma corredeira selvagem, e cantando Seal - Kiss From a Rose - durante toda o trajeto.
As termas
Randy Quaid, que vive o primo caipirão de Clark no filme de 1983, não pôde reviver o personagem devido a problemas com a justiça canadense. Chris Hemsworth - o eterno Thor - faz o cunhado de Rusty que eles encontram pelo caminho.
Participações especiais
A família acaba reencontrando Clark e Ellen, é claro. Mas a participação dos dois é minúscula, embora dê um refresco para a história e rende algumas risadas. Chevy está velho, gordo, mas não perdeu o timing pra comédia e aquela olhar perdido do Clark. Pena que a participação se resuma a isso - nada mais que uma participação.
Filho e pai
Ao final, eles chegam a Walley World mas tudo se conclui muito rápido, e apressado. E muito sem graça. Ruim mesmo. As Férias Frustradas renderam nada mais do que um filme frustrante e com poucos momentos de risada.
O destino final ainda é Walley World
Pouquíssimas ideias vistas em cenas são originais, tem muita coisa aqui que não passa de cópia da fórmula de sucesso do filme original - a esposa com um passado de "desventuras", um marido que pensa que está no controle da situação, dois filhos que ficam se batendo a viagem inteira, um flerte com uma motorista gata na estrada. Enfim está tudo aí, só que sem o brilho da estrela de Chase. Fica um gosto de "já ví isso" e não tem graça nenhuma.
Algumas cenas são idênticas aos do filme original, faltou criatividade
É difícil para mim enquanto fã do filme original não imaginar com seria esse Férias Frustradas se ele se focasse no Clark e na Ellen. Seria como uma viagem a Walley World trinta anos depois. Seria o máximo! Alguém duvida?
A história gira em torno de uma gangue de rua chamada Warriors. Eles saem de Coney Island, atravessam Nova York para chegar à grande reunião de gangues, onde todos ouvem as palavras de Cyrus, o guru de todas as gangues. Em seu discurso inflamado ele diz que as gangues totalizam 60 mil guerreiros e em toda Nova York não são mais do que 20 mil policiais, ou seja "a cidade é nossa!", ele grita.
O encontro inicial de todos os guerreiros da noite
Mas um tiro vindo do líder de Luther, líder dos Rogues, acerta Cyrus no peito e põe tudo a perder. A correria é geral, a polícia aparece e Luther planta a mentira que os Warriors foram os responsáveis pelo tiro. Aí começa a frenética corrida - os Warriors precisam atravessar a cidade durante a madrugada de volta pra casa, fugindo de todas as gangues.
Um tiro no meio da noite
Aí começa um desfile de gangues e um festival de porradaria pela madrugada. O destino dos Warriors é o metrô, mas no caminho eles trombam com os Turnbulls AC´s - gangue que usa um ônibus e é formada basicamente por sujeitos carecas, que usam camisas sem manga.
Turnbulls AC´s
Eles chegam ao metrô e se sentem em casa. "Agora é só esperar chegarmos na estação final", um deles diz. Mas não é bem isso que acontece. O trem é sabotado, alguém coloca fogo na linha e eles são obrigados a descer na estação seguinte. É o terreno dos Orphans. Lá, eles conhecem Mercy, a mulher que nega os Orphans e vira uma warrior.
Orphans
No caminho, uma briga com policias divide os Warriors. Parte deles segue para o metrô e outra segue pela rua. A turma que vai pela rua é confrontada pela gangue Baseball Furies, rebatedores de baseball com o rosto pintado.
Baseball Furies
A outra parte dos Warriors encontra umas meninas no metrô dando mole. Eles vão pra cima e acabam num bar. Eles mal desconfiam que elas também formam uma gangue - as Lizzies.
Lizzies
Chegando ao metrô novamente, os Warriors se reencontram. E são observados por um sujeito de patins e jardineira. Logo, ele se junta a outros - são os Punks.
Punks
Depois de vencer os Punks na porrada no banheiro do metrô, os Warriors chegam durante o amanhecer ao destino final, em Coney Island. Lá são confrontados pelos Rogues, a gangue que espalhou o rumor sobre a morte de Cyrus ter sido culpa dos Warriors. A briga nem precisa acontecer, por causa da chegada da maior gangue de todas...
Rogues
... os Riffs. Eles comandam todas as gangues. E contam com um verdadeiro exército de guerreiros das ruas. São respeitados, temidos e muito organizados.
Riffs
No final, os Riffs cobram os Rogues de porrada e os Warriors - não todos, mas somente os integrantes que restaram, já que parte morreu ou foi presa - caminham no amanhecer pela praia.
A cena final
São muitos os méritos do filme Warriors - Os Selvagens da Noite. O roteiro é rico em personagens e situações, é impossível ficar entediado com a história. Lendas dão conta que o filme não custou mais do que 800 mil dólares, mas pouco disto se vê em cena. Todos se esforçam muito para passar a impressão que são maus de verdade, que são membros de gangues violentas e dominam as ruas de Nova York.
Uma das cenas icônicas do filme - "Warriors... come out to play-ay..."
Algumas gangues de verdade atuaram no filme, principalmente na cena da reunião geral no parque do Bronx. Várias delas são vistas naquela multidão e na correria depois que Cyrus é alvejado no peito. Histórias de bastidores dão conta que algumas dessas gangues causaram alvoroço atrás das câmeras. Tudo reforça a lenda de um filme que merece o título de clássico.
WALT NOS BASTIDORES DE MARY POPPINS (Saving Mr. Banks / 2013) - Os sete livros da personagem Mary Poppins foram escritos por Pamela Lyndon Travers, entre os anos de 1934 e 1988. Na verdade, Pamela nasceu Helen Lyndon Goff e usava o nome P. L. Travers como seu pseudônimo. Walt nos Bastidores de Mary Poppins é o filme que conta a história do encontro entre Pamela (interpretada por Emma Thompson) e Walt Disney (Tom Hanks) na década de 50, com o intuito de levar a famosa personagem da literatura para as telas do cinema. Além do encontro, o filme retrata a infância dolorida de Helen (Pamela) e como ela tentou melhorar a sua visão de vida através da criação de uma governanta que leva magia a uma casa sem cor - Mary Poppins.
Walt nos Bastidores de Mary Poppins se dedica pouco ao que o título nacional promete, justamente a relação de Disney com a escritora - o que era o grande atrativo para muitos, inclusive para mim. Hancock recorre à flashbacks o tempo todo, mostrando a relação de uma criança e o pai e de como isso influencia na obra de Helen (Pamela). O trailer do filme mostra que a tal criança é a própria escritora.
A infância difícil entre a dura realidade e o lúdico universo criado pelo pai
Uma pessoa de personalidade forte e irredutível, se mostra durona na hora de vender os direitos da sua Mary Poppins para que Disney faça dela um personagem de filme. Ela resiste ao talento e charme do empresário e faz de tudo para que a obra saia do seu jeito - sem desenho, sem palavras inventadas (como Supercalifragilisticexpialidocious), sem infantilidades.
As difíceis negociações
A virada da história acontece quando Disney descobre o nome verdadeiro de Pamela e seu pai, o Mr. Banks - que está no título original do filme. Este é o grande ponto do filme, que seria a virada de toda a história, mas que incompreensivelmente é um ouro já entregue no trailer. Surpresa aqui, não existe nenhuma.
A relação com o pai definiu a vida da menina dali para frente
É impossível para qualquer fã do clássico filme de 1964 não se entusiasmar com uma obra que promete contar como aquele filme foi feito. Mas ao mesmo tempo, Walt nos Bastidores de Mary Poppins irrita e até entedia quando aparece mais um flashback mostrando o passado dela com as irmãs e os pais. Um filme que anda de montanha russa - tem momentos que entusiasma e tem momentos que irrita.
A chegada da governanta - a Mary Poppins real
A melhor parte do filme é justamente quando acaba (é sério!), porque os créditos vão rolando e ao fundo se escutam as conversas reais gravadas das reuniões entre Pamela, Disney e toda equipe, discutindo ideais para o roteiro. De verdade, é a melhor parte do filme.
Veja abaixo o trailer de Walt nos Bastidores de Mary Poppins.
MEDO E DELÍRIO EM LAS VEGAS (Fear and Loathing in Las Vegas / 1998) - Quem é jornalista conhece Hunter S. Thompson, o criador do estilo jornalístico "gonzo", ou seja, a quebra total da barreira entre escritor e personagem, ficção e não-ficção, fazendo com que cada reportagem seja na verdade um mergulho de cabeça no tema. Thompson sempre foi a fundo no mundo da contracultura e das drogas, usava isso como combustível para as suas reportagens. Ele trabalhava na Rolling Stone quando em 1971 publicou uma série de artigos que se transformou no seu livro mais famoso - Medo e Delírio em Las Vegas. O livro virou filme pelas mãos do não menos doidão - e ainda por cima surrealista "Monty Python"- Terry Gilliam.
Gilliam dirige Depp
Raoul Duke, o alter ego de Thompson, é interpretado por Johnny Depp. Ele viaja para Las Vegas para fazer uma cobertura de uma corrida de motos no meio do deserto. Como acompanhante, ele escolhe seu advogado samoano Oscar Zeta Acosta, conhecido como Gonzo e interpretado por Benício Del Toro.
A dupla do filme...
...e a dupla real
O road movie conta com participações para lá de estreladas - Cameron Diaz, Tobey Maguire, Christina Ricci, Harry Dean Stanton e Flea do Red Hot Chilli Peppers - e um roteiro dos mais malucos. Raoul e Gonzo fazem toda a viagem com uma maleta lotada de maconha, cocaína, LSD, mescalina, éter e muitas outras coisas.
O estilo largado de Duke
Medo e Delírio em Las Vegas é uma viagem de ácido que conta não apenas com o roteiro e personagens malucos, mas com uma fotografia e paleta de cores que funcionam neste mesmo propósito. As cores são fortes, extravagantes e os planos são tortos, estranhos, nada convencionais. Quem assistiu Brazil - O Filme de Terry Gilliam tem uma ideia do que a mente conturbada do diretor é capaz de fazer.
Dupla de malucões viajando pelas estradas, à base de muito ácido e outras cositas más
Além do diretor, os atores principais são perfeitos nos papeis - Depp e Benicio encarnam com facilidade e naturalidade dois chapados de ácido. A dupla desfila caras, bocas e gestuais perfeitos.
Duke vivendo uma realidade com coisas inexistentes
Gonzo tentando se manter sóbrio
O resultado no final parece desarmônico. Medo e Delírio em Las Vegas é uma viagem - como já disse várias vezes - das mais profundas por uma amizade baseada no uso das drogas mais pesadas e alucinógenas, mas o filme cansa um pouco. Poderia e deveria ser mais curto. Os primeiros 20 minutos são divertidos, a gente até se pega rindo aqui e ali das trapalhadas dos dois, mas depois de 1 hora começa a ficar meio cansativo. Tem gosto de piada repetida.
Um ambiente dos mais extravagantes
Hunter S. Thompson cortou pessoalmente o cabelo de Depp para o filme. Teve que transformar o astro em calvo.