AMADEUS - (1984) - Tem muita lenda aí. Ninguém sabe ao certo como tudo aconteceu. O que o roteirista Peter Shaffer fez foi escrever uma peça de teatro com o quê acredita que tenha acontecido com Mozart, um dos mais importantes nomes da música clássica. O próprio Shaffer transformou a peça, premiada com Tony - o Oscar dos palcos - em roteiro pro cinema. Coube a Milos Forman, diretor de alta patente, que já tinha levado um Oscar como melhor diretor por Um Estranho no Ninho, levar a história pras telonas.
Milos em ação
Como disse, tudo aqui não passa de uma lenda, mesmo porquê são raros os registros do que aconteceu no longínquo século XVIII. A história que o filme conta é centrada em Anthony Salieri, compositor italiano, que passa seus dias - os últimos de vida - em um manicômio. Ele diz ter matado o compositor Amadeus trinta anos antes.
Salieri velho no manicômio
Por flashbacks passamos a entender o que aconteceu. Salieri foi um compositor respeitado, membro da corte do Imperador de Viena José II, interpretado por Jeffrey Jones, o professor de Ferris Bueller. A cidade da música, como é conhecida a capital da Áustria, foi tomada de surpresa por um jovem prodígio - compunha desde os 5 e aos 12 já havia escrito uma ópera completa. Era Mozart, interpretado por Tom Hulce (Mel Gibson esteve entre os pretendentes ao papel).
Tom Hulce como Mozart
O garoto é cheio de vida, errante por natureza chegado em festas e muito agito, contrapondo com o jeitão sisudo e tradicional de toda a corte, principalmente de Salieri. Pior que era impossível competir com a genialidade de Mozart que criava melodias perfeitas em segundos, na hora, enquanto brincava, falava alto e dava a sua risada amalucada.
Aos poucos Mozart foi se mostrando como o gênio que realmente é. Salieri a princípio sentia ciúme, depois raiva e por fim ódio. Não só de Mozart mas de Deus, que segundo ele, tinha escolhido o cara errado para despejar tamanho talento. Aliás, daí veio a escolha do título do filme - Amadeus significa "amado de Deus", que é o nome do meio do compositor.
O desprezo de Salieri pelo jovem talentoso
Ao final, em um momento de criação intenso ao lado de Salieri, Mozart passa a noite em claro. Salieri anota a composição inteira. A saúde de Mozart, que já estava debilitada, piora. E ele morre ali mesmo. Tuberculose é uma das causas apontadas. Mas não confirmada. Mozart foi, segundo o filme, enterrado numa vala comum junto com outros cadáveres. O local é incerto. Salieri foi internado no manicômio, se culpando por ser o causador da morte de Mozart.
Mozart e a esposa
As três horas passam voando, ainda mais por um filme feito com tanto apuro na produção - a iluminação é toda feita à vela, assim como Barry Lyndon de Kubrick havia feito dez anos antes, as atuações são ótimas e a produção é majestosa. Com Milos Forman sentado na cadeira de direção era o mínimo que se podia esperar.
Salieri extraindo de Mozart a sua última composição