UMA NOITE EM 67 - Fazer um bom documentário não é para qualquer um. Muitos apostam quase tudo no formato, se preocupando com uma finalização apurada e cuidadosa, dando um bonito tratamento em fotos e imagens de arquivo, como em
Pelé Eterno, por exemplo. Mas só isso não faz um bom documentário. Não se pode brigar como uma imagem ou evento histórico, ele tem que falar por si só. É o caso do excelente
Um Dia em Setembro, que trata do atentado à delegação israelita nos Jogos Olímpicos de Munique em 1972.
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Recuperar entrevistas de bastidores, grande acerto de Uma Noite em 67 |
Este
Uma Noite em 67 tem a mesma postura de
Um dia em Setembro neste sentido. Respeita a historia que quer contar, não tem a pretensão de ser algo a mais. Daí vem a sua simplicidade e por isso também funciona tão bem. Os diretores
Ricardo Calil e
RenatoTerra tinham uma pérola nas mãos, e sabiam disso. Trata-se de imagens brutas do festival de música popular de 1967 no Teatro Record, reconhecido como o Festival de música que "mudou tudo" em vários aspectos da sociedade brasileira.
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Teatro Record na tal noite em 1967 |
O documentário é construído fazendo uso de entrevistas dos envolvidos (nos dias de hoje) seguindo a sequência das apresentações dos cantores naquela noite. Não há necessidade aqui de se explicar a importância política e cultural do festival, vai-se direto para o que interessa - as músicas e as entrevistas. São elas com
Chico Buarque,
Caetano Veloso,
Gilberto Gil,
Roberto Carlos,
Edu Lobo e
Sérgio Ricardo, aquele que quebrou o violão no banquinho e jogou ao público após ser vaiado durante quase toda a sua apresentação.
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Sérgio Ricardo, o "revoltado" |
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Edu Lobo, "o vencedor" |
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Roberto Carlos, "o menino da Jovem Guarda" |
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Gilberto Gil, muito nervoso, quase não se apresentou naquela noite |
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Caetano Veloso, que incendiou o Teatro com Alegria, Alegria |
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Chico Buarque, "o mocinho" |
Conforme vai-se mostrando as colocações de cada canção no Festival, os entrevistados vão se posicionando, como se cada entrevista fosse uma pequena introdução para cada música que será mostrada. E todas elas, sem exessão, são exibidas na íntegra. Roda Vida (
Chico Buarque), Alegria, Alegria (
Caetano Veloso), Domingo no Parque (
Gilberto Gil e Os Mutantes) e Ponteio (
Edu Lobo), a grande vencedora daquela edição do Festival. É um show de grandes nomes e grandes músicas.
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Festa de Edu Lobo, grande vencedor da noite
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É um documentário muito gostoso de ser assistido, passa rápido e, como disse lá em cima, respeita a sua própria historia. Não interfere no material que tem nas mãos. Merece ser assistido. Um rico exemplo de como se contar bem, uma não menos rica passagem da nossa história.
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