DJANGO LIVRE (Or. Django Unchained) - Não existe definição certa ou errada para qualquer um dos 8 filmes da carreira de
Quentin Tarantino.
Cães de Aluguel e
Pulp Fiction são muito mais do que apenas filmes de máfia.
Jackie Brown passa longe de um filme de ação. Não há como dizer que
Kill Bill vol. 1 seja apenas um filme de kung fu. E
Kill Bill vol. 2, que já tem grandes méritos por ser tão diferente do
vol. 1, apesar de ser uma continuação. É impossível de simplificar
À Prova de Morte, classificando-o apenas como um filme de suspense.
Bastardos Inglórios tem como pano de fundo a Segunda Guerra Mundial, mas vai muito além de um filme de guerra. E é claro, com
Django Livre não seria diferente. Se passa em 1858 no Texas e no Mississippi e tem inúmeras referências a
Sérgio Leone, por exemplo, mas não dá para dizer que
Django Livre é um filme de faroeste. Daí eu concluo, sem medo de errar, que
Quentin Tarantino é um cineasta-gênero, que faz algo tão único, tão pessoal, que se sobrepõe a qualquer definição. O cara é um gênio!
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o gênio em ação |
Django Livre, como disse se passa em 1858 e conta a história do Dr. King Schultz (
Christoph Waltz, mais uma vez estupendo), um dentista aposentado que se torna um caçador de recompensas no velho oeste. Schultz compra um escravo chamado Django (o também ótimo
Jamie Foxx) com o propósito de ajudá-lo a encontrar três brancos em uma das fazendas da região. A dupla vai muito bem e começa a fazer bom dinheiro com o negócio. Schultz promete então a Django que como recompensa ele ajudará o ex-escravo na libertação da esposa Brunhilde, escrava da fazenda Candyland. Comandada por Calvin Candie (um
Leonardo DiCaprio que finalmente, calou a minha boca, o cara está ótimo) a fazenda tem em Stephen (
Samuel L. Jackson, muito engraçado) um homem de pulso firme, que comanda os negros escravos da propriedade e tem uma ligação muito afetiva com Calvin. Os eventos levam Schultz e Django à Candyland, onde acontece o embate pela pobre Brunhilde.
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DiCaprio se destaca como o perverso Candie |
O que esperar de um filme assim? Muita ação, bang-bang, sangue jorrando a cada tiro, diálogos e situações complexas e cômicas, e é claro, muito estilo.
Tarantino é assim, nada do que ele faz foge ao seu estilo. E por isso mesmo ele é um cara de sucesso. Afinal para chegar longe em uma carreira curta ao ponto de poder contar a história que quer, do jeito que quer, só sendo muito bom mesmo. E isso não há quem duvide.
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"The D is silent." |
A trama se desenvolve de forma linear, mais próximo ao estilo
Cães de Aluguel, onde
Tarantino se usou de alguns flashbacks, poucos na verdade, para contar uma história que se apresenta de forma simples. Nada próximo à edição frenética de
Pulp Fiction.
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"I like the way you die, boy" |
A trilha tem destaque constante. Tem as composições feitas especificamente para os filmes e é claro aquelas que
Tarantino pinça da obscuridade e encaixa em momentos-chave do filme que fazem você ter a certeza que ela foi escrita para o filme. É impressionante como casa bem.
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O quarteto base de Django: DiCaprio, Waltz, Jackson e Foxx |
Django Livre é mais um filmaço da irretocável (e eu digo sem medo nenhum) carreira de
Quentin Tarantino. Obrigatório para fãs e amantes do bom cinema. Quem disse que cinema de qualidade não pode ser divertido?
Tarantino diverte, ensina e indica suas referências sem medo, sabe bem a quem elogiar e cabe a nós, simples mortais consumidores, digerir toda essa salada que
Tarantino nos apresenta a cada filme.
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