SOUND CITY (2012) - O aguardado documentário
Sound City do estreante
Dave Grohl chegou causando barulho. Alguns queriam ver por gostar muito dele e da sua história com a música (
Nirvana,
Foo Fighters). Outros estavam ansiosos para aquele que seria o primeiro registro em vídeo de um dos mais festejados estúdios de música dos EUA. E antes de mais nada já alerto aos dois grupos (eu me enquadrando mais no primeiro do que no segundo grupo) -
Sound City vale a pena para ambos e ponto final. Mas ao final do filme, quando se sobem os créditos a impressão que fica é uma só -
Dave Grohl não é
Midas.
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Em Sound City Dave Grohl patina na direção |
Não me crucifiquem, sou fã do cara, tenho inúmeros discos do
Nirvana, todos do
Foo e mais um do QOTSA, em que
Dave toca. Mas ele alçou aqui um voo no desconhecido. Talvez entregar a historia de
Sound City para um diretor de cinema dirigir - como
Scorsese fez em
Shine a Light e antes em
O Último Concerto de Rock ou os irmãos Maysles fizeram em
Gimme Shelter - seria uma saída bem melhor para
Dave e renderia, na minha opinião um documentário muito melhor.
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Dave Grohl se sente em casa, entrevistando amigos |
O filme
Sound City na verdade, são dois. O primeiro filme conta a história do estúdio na Califórnia e viaja através das décadas conversando com cada uma das bandas que por lá gravou. Os problemas já começam aqui. A década de 70 é vastamente explorada, com entrevistas com os membros do Fear,
Fletwood Mac,
Barry Manilow,
Tom Petty entre tantos e tantos outros. Eles falam o quanto
Sound City era sujo, mal cuidado, fedido, mas ainda assim criava uma sonoridade única em um ambiente perfeito para uma banda tocar.
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Sound City |
Os anos 80 são tratados como "a passagem daquelas bandas de cabeludos vestidos de mulher" do rock glam. É uma passagem rápida. A década de 90 é totalmente ignorada, reserva-se ao
Nirvana. A década de 2000 e 2010 inexiste para o filme, apesar de
Sound City apenas fechar oficialmente as suas portas em 2011. Se não tivesse as claquetes separando as décadas poderia até passar batido. O problema disso é que algumas bandas que mereciam um registro maior são totalmente ignoradas no documentário, como
Metallica (o
Lars fala só em um ou dois trechos), o Weezer (
Rivers Cuomo fala uma frase só nos créditos finais), o QOTSA (
Josh Homme fala em trechos soltos, mas nunca sobre o processo do QOTSA nos estúdios), o
Red Hot Chilli Peppers e por aí vai.
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Ilustres entrevistados |
O segundo filme mostra a gravação da trilha sonora de
Sound City.
Dave Grohl comprou a festejada mesa de som do estúdio (pois "ela tem uma história do rock´n roll"), instalou na sua casa e chamou todos os que participaram da filmagem para gravar com ele as faixas da trilha sonora. Fica muito técnico. É legal, mas ao mesmo tempo inegável que nesse momento o filme dá uma caída monstruosa de ritmo. A entrada de
Sir. Paul McCartney melhora o final, mas acaba tudo meio assim assim...
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Paul e Dave juntos no encerramento de Sound City |
Sound City é um bom filme, mas tem graves problemas de ritmo. Tem um abismo separando os dois filmes que o formam e as décadas de 80, 90 e 2000 são muito mal retratadas no filme. Um problema que talvez um diretor de cinema saberia resolver, mas que
Dave não soube.
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