Mães e filhas caminham em raro momento de tranquilidade
É um filme pesado, não dá para assistir impassível, com indiferença. O filme começa com um take de uma janela, um mar nervoso quebrando ao fundo sob um céu cinza. Mãos tocam a janela, rostos olham perdidos o horizonte e a história se revela.
Diane Keaton vive uma das filhas
Um homem já na faixa dos 70 anos anuncia na mesa de jantar, diante da esposa e de duas das suas três filhas, que está cansado de viver em família e que decide se mudar e reiniciar a sua vida. A mãe, que já tinha problemas de saúde, passa a sofrer de depressão. Tudo piora quando o pai apresenta às filhas a sua namorada.
Durante o jantar a notícia que desencadeia a trama.
As filhas tem espaço na trama mostrando aos poucos as suas próprias vidas íntimas, ao mesmo tempo que tentam ajudar a sua mãe que, sem solução, busca maneiras de terminar com a sua vida. A família se despedaça, as irmãs se mostram muito distantes e constantemente trocam diálogos existencialistas sobre a vida que levam. Nada é capaz de impedir a iminente tragédia.
A mãe busca uma saída para o seu problema
Woody brinca o tempo todo com as sombras e os tons acinzentados e amarronzados das roupas dos personagens, nada poderia ser mais Bergman. Até o frame mais conhecido de Interiores remete diretamente à outra imagem igualmente clássica do filme Quando Duas Mulheres Pecam, do sueco.
Semelhanças de Quando Duas Mulheres Pecam de Bergman de 1966...
... e Interiores de 1978
Uma homenagem de Woody a um dos seus maiores ídolos. Um filme forte, pesado, nada fácil. Mas que faz pensar. Além de confirmar o talento criativo e a ótima forma, tanto na comédia quanto no drama de um dos maiores cineastas vivos.
O encontro de ex-marido e mulher em forte cena de Interiores
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