JULES E JIM - UMA MULHER PARA DOIS (Jules Et Jim / 1962) - O terceiro longa metragem de François Truffaut é baseado no livro de Henri-Pierre Roche, e suas experiências quando jovem. Muito do que está escrito ali aconteceu de verdade, embora romanceado. O roteiro de Truffaut, que assina também a direção e a produção, acrescenta outros elementos que juntos formam, sem dúvida, um dos filmes mais famosos e marcantes da década de 60.
Truffaut (no canto direito) ajuda a carregar a câmera
Na época do lançamento o filme causou polêmica - poucas vezes havia se visto até então no cinema uma historia que colocava uma mulher como protagonista e dois homens meramente como fantoches dela. O filme não funcionaria se a atriz escolhida não tivesse personalidade para tal e isso Jeanne Moreau tem de sobra, é inegável.
O charme de Jeanne Moreau conquistou Truffaut
Ela vive Catherine, uma mulher impulsiva, que faz com os homens da sua vida o que bem entende e o que bem deseja. Moreau quebra os paradigmas da visão conservadora da mulher, onde o que lhe restava era se entregar aos afazeres domésticos, cuidar do marido e dos filhos. Catherine é charmosa e encantadora - e muitas vezes irritante - por tudo isso. Ela não tem pudores ou receios, muito menos medo de realizar as suas fantasias. Na cena mais famosa do filme, ela se veste de homem e aposta corrida com os "amigos" Jules e Jim por um passarela de pedestres.
A cena clássica de Jules e Jim
Jules e Jim são amigos próximos e veem as vidas sofrerem um reboliço depois que Catherine aparece. O amor entre os três é o grande assunto do roteiro, ciúme não existe, pelo menos não de forma escancarada - ela ama os dois e os dois a amam profundamente. Desse jeito, Catherine convence facilmente Jules e Jim a morarem juntos numa casa afastada de um grande centro urbano. Lá, Catherine se divide entre os quartos até que um final trágico encerra a história.
Uma mulher dividindo o amor de dois amigos
Jules e Jim é um filme símbolo da Nouvelle Vague. A produção não contava com mais do que 15 pessoas e pouquíssimo dinheiro, o que fez Jeanne Moreau doar dinheiro próprio para que o filme fosse concluído. Ainda bem, o filme virou um marco e Jeanne uma atriz símbolo do cinema francês e mundial. Dá pra dizer sem medo que o dinheiro foi muito bem empregado.
O charme de Jeanne Moreau
A recompensa veio na carreira sólida que Moreau construiu. Ela nasceu em 1928 e ainda está na ativa - já são mais de 150 créditos por atuação em filmes e mini-séries. Abaixo a belíssima cena de Jules e Jim onde ela mostra também os dotes de cantora.
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