SOMBRAS DA NOITE – Tim Burton é um gênio. Um dos cineastas mais criativos da sua geração. Capaz de tocar o “vespeiro” A Fantástica Fábrica de Chocolate sem estragar nada (gostem da sua adaptação ou não), transforma Peixe Grande em um dos mais belos e completos filmes da última década, tem ainda Edward Mãos de Tesoura, A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, sem falar no curta Vincent ( se ainda não viu clique aqui e veja). Todos excelentes filmes! Eu coloco Sweeney Todd, Alice no País das Maravilhas, Noiva Cadáver e este Sombras da Noite, como obras menores do diretor. Tim Burton com esta última aposta, mais uma vez ao lado de Johnny Depp, fica longe da genialidade de outros tempos.
Sombras da Noite é apenas legal. Diverte em alguns momentos, mas será esquecido brevemente. Talvez lembrado apenas na sua sequência, que o final do filme deixa em aberto. A trama gira em torno de um rapaz (Depp) no ano de 1752 que é transformado em vampiro por uma bruxa enciumada. Ele é enterrado vivo e “desperta” em 1972. Aí acontece o que já se espera em todos os filmes com um personagem que se vê em outra época, ele confronta com as facilidades e dificuldades daquela época. Em qualquer filme com esta temática acontece o mesmo. Até aí tudo bem, mas Tim Burton insiste nisso e ele poderia ir além.
Ao vampiro de Johnny Depp, sempre caricato, se juntam outra gama de personagens estranhos que moram na mansão, formando uma espécie de Família Addams moderna. É certamente a primeira lembrança que surge na memória.
Talvez a melhor delas seja Chloe Grace Moretz (a menininha de Kick Ass), que faz a filha adolescente louca, assim como Michelle Pfeiffer como mãe, também está ótima. Jackie Earle Haley, o eterno Rorschach, aqui aparece como caseiro e vai bem, apesar de aparecer menos. Destaque para a “briga” na sala principal da mansão entre a bruxa e a menina pela qual o vampiro de Depp está apaixonado, claramente inspirado em A Morte lhe Cai Bem, de 1992 com Bruce Willis, Meryl Streep e Goldie Hawn.
Vá assistir Sombras da Noite. Apesar de tudo, ainda é um autêntico Tim Burton. Pena que ele, pelo menos aqui, tenha preferido fazer um filme legal e não ótimo, como é (ou era) costumeiro na carreira.
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