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"El Día de La Bestia", 1995 |
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"La Comunidad", 2000 |
O seu último filme lançado,
Balada do Amor e do Ódio segue a mesma linha. Dá uma olhada na história: Javier é um homem sem ambições e sem motivações na vida. Após uma traumática infância, quando viu seu pai ser morto nos corredores da ditadura de Franco, ele se torna palhaço, assim como seu pai o era. Mas um palhaço triste, que serve de escada para Sergio, o palhaço carismático de um circo mambembe de Madrid. Alcoólatra, Sérgio é muito violento (na foto abaixo) e bate com frequência na bela e namorada Natalia, que sem demora começa a se mostrar interessada em Javier, que também já nutria sentimentos por Natalia.
É nesse momento que o filme desbanca e o roteiro começa a despirocar de vez. Tomado por ciúme e ódio, Javier ataca Sérgio com um trompete e desfigura gravemente seu rosto quase levando-o a morte. Sem alternativa, Javier foge e se esconde numa floresta na região. Lá, se alimenta de bichos mortos e fica mais insano ainda. Arruma uma fantasia de palhaço (na foto abaixo), toda arreganhada e parte atrás de Natalia, seu grande amor. Sergio, recuperado, mas com o rosto todo remendado busca vingança contra Javier. Aí, meus caros amigos, me perdoem mas não conto o final dessa historia, que garanto é apoteótica.
De La Iglesia consegue tirar graça onde não tem, risos da violência, partindo de uma premissa simples, retratando a vida de um homem que cresce na pós-ditadura espanhola. Sem falar no esmero que ele tem em algumas sequências, a beleza no trato com a iluminação e a perfeição na maquiagem. O cuidado com a técnica nos seus filmes já lhe rendeu alguns prêmios.
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Sérgio, desfigurado pelo ataque de trompete |
Este
Balada do Amor e do Ódio mesmo tem algumas cenas claras desse cuidado com a técnica. Logo na abertura do filme, mostra-se dois palhaços em primeiro plano com um facho fortíssimo de luz de contra e corta para rostos de crianças na plateia. E mais nada. Não precisa mostrar picadeiro para indicar que eles estão em um circo.
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Dois palhaços e um facho de luz ao invés do picadeiro,
um bom exemplo de cinema criativo e funcional |
Esse tipo de solução criativa e barata faz de
de La Iglesia um cineasta de destaque que faz exemplos de bom cinema...
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A bela Natalia, fruto da discórdia entre Sérgio e Javier |
...doentio, é claro. Mas acima de tudo, bom cinema.