domingo, 30 de setembro de 2012


PAUL McCARTNEY IS REALLY DEAD: THE LAST TESTAMENT OF GEORGE HARRISON - Todos, sejam amantes de cinema ou não, sabem o que é documentário, mas e mocumentário, você sabe o que é? É um falso documentário, quando o cara pega um pano de fundo real e faz os seus próprios apontamentos do que poderia ser real, mas na verdade não passam de delírios próprios. Está aqui outro exemplo.

As fitas do testamento do George

O diretor Joel Gilbert começa o mocumentário afirmando ter recebido em seu escritório um pacote com duas fitas K7 contendo o último testamento de George Harrison. E é nele que são baseados os fatos (nada verídicos) do filme que está para começar.

O roteirista e diretor do mocumentário, Joel Gilbert

Assim que começa o filme já se percebe que a voz da narrativa não é de George, ao contrário do que afirma a voz. O suposto George conta uma historia escabrosa sobre a não menos suposta morte de Paul McCartney em 1966 num acidente de carro. À época, os Beatles se aproveitaram desse boato para tentar vender mais discos através de pequenas pistas colocadas nas capas de discos                                                             e nas letras de algumas músicas. Veja alguns exemplos na capa do Abbey Road, por exemplo:

1 - Paul está descalço, mortos são enterrados descalços na Grã-Bretanha
2 - Paul é canhoto e aquele que seria o falo Paul segura o seguro com a mão direita
3 - A placa do fusca diz "28 IF" (28 anos Paul teria SE estivesse vivo)
4 - Aquelas três pessoas de branco indicam que os Beatles agora são só três
5 - Um carro preto de funerária
6 - A linha formada pelos 4 carros na rua riscam sobre a cabeça de Paul, no suposto acidente ele teria sido decaptado
7 - Marcas de sangue podem ser vistas no asfalto

Como beatlemaníaco confesso que me senti ofendido com o absurdo de que algumas informações que o filme passa. Especialmente em um trecho em que o suposto George afirma claramente que Ringo era o mais fraco músico dos Beatles e só estava ali pela diversão. Peralá! Duvido que ele pensasse isso e mesmo que pensasse jamais diria isso.

"HE DIE", que pode ser lido no bumbo na capa do Sgt. Peppers

Outro problema que entrega no final é quando aparece o verdadeiro George em uma entrevista para a TV e a dublagem, do suposto George, substituiu todos os "Pauls" por "Fauls" (indicando Falso Paul). Obviamente a boca do George fala uma coisa e a voz diz outra, ficou feio demais.

O suposto FAUL, mistura de "False" com "Paul", antes da cirurgia que o "transformou " em Paul McCartney

No final das contas Paul McCartney is Really Dead é tão absurdo que acaba divertindo, pelo menos a mim que conheço a fundo a verdadeira historia. Só para isso que serve, mas não como documento. Então aproveito mais uma vez para reiterar de forma categórica para os menos desavisados - ESSE FILME NÃO É VERDADEIRO! AS INFORMAÇÕES SÃO FALSAS DE PROPÓSITO! Cuidado ao assistir.

terça-feira, 25 de setembro de 2012



O DIA EM QUE A TERRA PAROU (Or. THE DAY THE EARTH STOOD STILL) - Em 1951 o mundo era outro, parece até outro planeta. As motivações dos jovens e os medos dos adultos eram completamente diferentes. O mundo tinha acabado de sair da Segunda Guerra Mundial, vivia momentos de incertezas e indefinições. Apenas dois anos antes, a Igreja Católica havia lançado o "Decreto Contra o Comunismo", o que garantia excomungação a qualquer católico que se apresentasse como comunista. Essa pode ser uma das explicações para o medo que dominava, principalmente os Estados Unidos, com relação a uma invasão externa, que pode ser lida como uma invasão dos comunistas.

A nave assustando os terráqueos

O filme começa com um disco voador que pousa na Terra, nos Estados Unidos para ser mais preciso,  causando alvoroço entre os moradores. A nave é cercada pela polícia, exército e curiosos. De repente a porta se abre e sai uma espécie de astronauta (Klaatu, que fala inglês).

Klaatu, ainda como "astronauta"

Assim que Klaatu tira algo do bolso é alvejado com um tiro, disparado por um assustado soldado do exército. Da nave sai um robô alto (Gort) que desmaterializa todas as armas da força de segurança, causando pânico geral. O astronauta alvejado é levado ao hospital e desvenda o seu plano: alertar a Terra para que evitem mais guerras, senão o seu planeta, mais avançado em tudo, terá que tomar uma atitude, destruir o nosso planeta.

Gort, com seu raio que desmaterializa as armas

Robert Wise faz um belo retrato da sociedade, mostrando que o medo do desconhecido é natural do ser humano. E reagir com violência também.

Gort abandona a nave, ao fundo

Não assistí à versão mais recente de 2008 com Keanu Reeves no papel de Klaatu e provavelmente jamais assistirei. Prefiro esse recorte antigo, de ver o mundo por um prisma diferente. E que sempre nos faz pensar: O que aconteceria conosco se isso de verdade ocorresse na Terra? Uma invasão extraterrestre? A tendência é imaginar que seríamos domados pelo superior, mas quem garante? Klaatu e Gort vieram em O Dia em que a Terra Parou como um aviso, mas quem garante que na realidade seria diferente?



BALADA DO AMOR E DO ÓDIO (Or. BALADA TRISTE DE TROMPETA / THE LAST CIRCUS) - Um cineasta doente. Nada mais. Álex de La Iglesia é assim. Doente. Na melhor acepção da palavra, é bom que se diga. Seus filmes giram em torno do bizarro, do absurdo, do carnavalesco, às vezes, do violento, mas sempre com muita comédia. Se você ainda não viu ou não conhece nada do de La Iglesia já indico de cara dois filmes: El Dia de la Bestia e La Comunidad (meu favorito), de 1995 e 2000 respectivamente, mas se você é do tipo mais convencional tem também o Crime Ferpecto, de 2004.

"El Día de La Bestia", 1995

"La Comunidad", 2000

O seu último filme lançado, Balada do Amor e do Ódio segue a mesma linha. Dá uma olhada na história: Javier é um homem sem ambições e sem motivações na vida. Após uma traumática infância, quando viu seu pai ser morto nos corredores da ditadura de Franco, ele se torna palhaço, assim como seu pai o era. Mas um palhaço triste, que serve de escada para Sergio, o palhaço carismático de um circo mambembe de Madrid. Alcoólatra, Sérgio é muito violento (na foto abaixo) e bate com frequência na bela e namorada Natalia, que sem demora começa a se mostrar interessada em Javier, que também já nutria sentimentos por Natalia.


É nesse momento que o filme desbanca e o roteiro começa a despirocar de vez. Tomado por ciúme e ódio, Javier ataca Sérgio com um trompete e desfigura gravemente seu rosto quase levando-o a morte. Sem alternativa, Javier foge e se esconde numa floresta na região. Lá, se alimenta de bichos mortos e fica mais insano ainda. Arruma uma fantasia de palhaço (na foto abaixo), toda arreganhada e parte atrás de Natalia, seu grande amor. Sergio, recuperado, mas com o rosto todo remendado busca vingança contra Javier. Aí, meus caros amigos, me perdoem mas não conto o final dessa historia, que garanto é apoteótica.


De La Iglesia consegue tirar graça onde não tem, risos da violência, partindo de uma premissa simples, retratando a vida de um homem que cresce na pós-ditadura espanhola. Sem falar no esmero que ele tem em algumas sequências, a beleza no trato com a iluminação e a perfeição na maquiagem. O cuidado com a técnica nos seus filmes já lhe rendeu alguns prêmios. 

Sérgio, desfigurado pelo ataque de trompete

Este Balada do Amor e do Ódio mesmo tem algumas cenas claras desse cuidado com a técnica. Logo na abertura do filme, mostra-se dois palhaços em primeiro plano com um facho fortíssimo de luz de contra e corta para rostos de crianças na plateia. E mais nada. Não precisa mostrar picadeiro para indicar que eles estão em um circo. 

Dois palhaços e um facho de luz ao invés do picadeiro,
um bom exemplo de cinema criativo e funcional

Esse tipo de solução criativa e barata faz de de La Iglesia um cineasta de destaque que faz exemplos de bom cinema... 

A bela Natalia, fruto da discórdia entre Sérgio e Javier

...doentio, é claro. Mas acima de tudo, bom cinema.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012


DREDD - Este é outro que entra na categoria "já que não estou fazendo nada mesmo...". Mas isso não quer dizer que seja ruim, aliás pelo contrário. É bom que se diga logo de cara, é um filme para ser assistido no cinema, na tela grande, para se aproveitar o apelo visual do filme.


Em 1995, Sylvester Stallone incorpou Dredd no filme O Juíz. O problema lá, na minha opinião, é que o personagem não foi levado a sério. O filme também é bom, mas ficou aquém. Lá, o Dredd de Stallone era o principal atrativo e a trama girava em torno dele. Nesse Dredd de 2012, a estrela é a violência e a cidade. O atrativo é maior. 


Dredd é um personagem nascido nos quadrinhos 2000 AD, de 1977. Abaixo, a capa do primeiro quadrinho da série. 


No longa, a humanidade se vê mergulhada no puro caos. As cidades são sujas, abandonadas e muito violentas. Os juízes são as únicas entidades que tentam colocar um pouco de ordem no caos generalizado. As grandes rodovias das cidades interligam gigantes prédios, que podem ser comparados a bairros. Nem desses "bairros", a droga slo-mo é vendida e consumida em altas escalas, contribuindo para a desordem no local. O juiz Dredd e uma aspirante a juiz são enviados ao local para tentar desvendar um crime. Acabam sendo aprisionados naquele complexo  junto com seus moradores através de fortíssimas e intransponíveis portas de aço. A solução? Subir todos os degraus do prédio, enfrentando as gangues locais, até chegar ao topo, onde reside Ma-ma, na foto abaixo, que controla a distribuição de slo-mo e manda no local.


É uma saraivada de tiros, decapitações, explosões e sangue, muito sangue.


O maior atrativo para mim é a clara homenagem de Dredd ao cinema-violência dos anos 80, em especial a Fuga de Nova York. As historias são parecidas, o aprisionamento em uma cidade abandonada e tomada pela violência, contando com um anti-herói. Sem falar nos efeitos sonoros tomado por sintetizadores, como usado em excesso no Tron original e no próprio Fuga de Nova York.


A diversão é grande e o filme é curto, então não tem erro. E prepare-se para mais Dredd por aí. O final indica claramente uma sequência.

O HOMEM QUE MUDOU O JOGO (Or. MONEYBALL) - Brad Pitt é mesmo um ator impressionante. Não apenas seu talento é mais do que comprovado nos inúmeros tipos que cria, sejam eles voltados para o drama, comédia ou qualquer outro tipo. Uma análise básica da sua carreira mostra que desde 1994 ele entra em projetos, no mínimo relevantes, mesmo que não tenham alcançado sucesso. Veja: 1994 - Entrevista com Vampiro / Lendas da Paixão; 1995 - Seven; 1997 - Sete Anos no Tibet; 1998 - Encontro Marcado; 1999 - Clube da Luta, 2000 - Snatch Porcos e Diamantes; 2001 - Onze Homens e um Segredo; 2002 - Confissões de uma Mente Perigosa; 2004 - Tróia / Doze Homens e Outro Segredo; 2005 - Sr. e Sra. Smith; 2006 - Babel; 2007 - O Assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford; 2008 - O Curioso Caso de Benjamin Button; 2009 - Bastardos Inglórios; 2011 - Árvore da Vida. Quer mais?


Moneyball é o título de um livro de enorme sucesso nos Estados Unidos sobre o mundo por trás do baseball, e quando se decidiu por fazer um filme Brad Pitt aceitou o papel principal logo de cara. A história gira em torno de Billy Beane (Pitt), um ex-jogador, sem sucesso algum, que acaba alçado à diretor de uma equipe média do esporte mais popular entre os norte-americanos, o Oakland Athletics. A cada início de temporada ele se reúne com os heptagenários dirigentes do clube, que vêem, segundo Beane, o baseaball de uma forma errada, ultrapassada. Beane contrata então um jovem economista de Yale (Joanh Hill, na foto abaixo) para ajudá-los a ver o esporte de outra maneira, através dos números e marcas dos jogadores, ao invés de buscar pelos seus feitos. Ele pretende dessa forma transformar o time, revendo o formato de se repensar o baseball. Não dá para imaginar outro final - a experiência é um sucesso, tanto que o próprio subtítulo do filme em português entrega isso.


Pitt está ótimo no papel de Beane, sacana e esperto na medida, lembrando um pouco o Jerry Maguire de Tom Cruise em 1996. Jonah Hill vive um personagem fictício já que o verdadeiro ajudante de Beane não liberou o uso de seu nome no longa metragem.


O filme tem imagens reais da campanha dos Athletics naquele ano. A linha que divide o exagero da ficção e a realidade da campanha do time é muito tênue. E essas imagens dos jogos durante a campanha ajudam a trazer o filme para a realidade. Um grande acerto.


Para quem acompanha baseball sabe o quanto os números fazem esse esporte. Muito gira em torno dos gráficos e estatísticas, por isso esse filme dirigido por Bennett Miller, que já havia dirigido Capote em 2005, faz tanto sentido.  


Viva Bennett pela bela direção e viva Pitt por outra escolha acertada na já brilhante carreira.

domingo, 23 de setembro de 2012


HISTÓRIAS CRUZADAS (Or. THE HELP) - Historias de racismo sempre chocam, incomodam e, geralmente rendem bons filmes, talvez por ser algo muito próximo e recente, comum à muitos países. Tate Taylor, em seu segundo filme como diretor, entrega uma obra belíssima e tocante na medida certa, sem cair em exageros baratos. Tudo isso graças não apenas ao seu bom comando, mas ao time de atrizes.


A história se passa nos anos 60 em Jackson, no Mississipi, estado mergulhado em problemas raciais. Lá, todas as casas de classe média, portanto brancos, tem suas ajudantes, todas negras, que cuidam das crianças e de todos os afazeres domésticos. São muito mal tratadas, vem juntas das partes mais pobres da cidade, usam uniforme idêntico e são tratadas com desprezo pela maioria dos seus senhorios e senhorias. Alguns brancos pensam diferentes, como Skeeter, interpretada por Emma Stone, uma jovem futura jornalista, que vê no drama daquelas negras a oportunidade de lhes dar voz e ao mesmo tempo, fazer algo diferente para a sua própria vida no futuro, e não seguir os mesmos passos de todas as jovens brancas da pequena cidade de Jackson. Assim, ela passa a frequentar secretamente, as casas dessas trabalhadoras e toma nota de todas as suas histórias de sofrimento, tomando cuidado de omitir ou substituir os nomes, tanto delas como de seus patrões. As historias são condensadas em um livro, que leva o nome The Help, o que causa enorme alvoroço na cidade.


Viola Davies e Octavia Spencer, na foto abaixo, são incríveis atrizes e são os pontos altos do filme. Elas interpretam duas serviçais de forma diferente, a primeira é calada e guarda extrema quantidade de rancor por conta da sua vida difícil desde criança. A segunda é explosiva, não leva desaforo pra casa e diz exatamente o que pensa, até de forma irresponsável.


Emma Stone também está ótima. Se mostra muito além do que uma brilhante atriz de comédia, pode fazer drama com a mesma qualidade.


É um filme matematicamente arquitetado para emocionar e divertir, na mesma medida, mas sem exagerar ou passar dos limites. O mérito é todo de Tate, por isso concorreu ao Oscar de Melhor filme e rendeu uma estatueta à Octavia Spencer. Mas convenhamos sem o brilho dessas atrizes afinadas, o sucesso não seria possível.

ABRAHAM LINCOLN: CAÇADOR DE VAMPIROS (Or. ABRAHAM LINCOLN: VAMPIRE HUNTER) - Faz tempo que "uma produção de..." ou "dirigido por..." não causa mais efeitos no resultado final de um filme. Serve apenas como chamariz de bilheteria, mas na prática, em alguns casos não resulta em boas obras. Falo de Tim Burton, um cineasta acima da média, mas que passa por maus momentos ou más escolhas.

Na minha opinião, Peixe Grande é o último grande acerto de Burton nas telonas. Tenho ressalvas com A Fantástica Fábrica de Chocolates, A Noiva Cadáver, Sweeney Todd, Alice, Sombras da Noite e outra viagem maluca que ele se enfiou como produtor - Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros.


É um filme, eu diria, em flash-forward, tudo acontece muito rápido! Em ritmo alucinante, mas não de um jeito bom. Tudo acaba se atropelando. Nenhum personagem acaba sendo bem desenvolvido. Os embates com os tais vampiros são muito bons, mas de tão rápidos acabam perdendo valor na trama.


Mas vale ressaltar - quem sai de casa para assistir a um filme com um título como esse já se imagina o que se espera, muita fantasia e nenhuma (ou pouca) relação com a realidade. E é isso o que se vê. O que não é necessariamente uma coisa ruim, é bom que se diga. Nota: A mulher do Abraham Lincoln é interpretada por Mary Elizabeth Winstead, que interpreta Lee em À Prova de Morte, do Tarantino... lembram?



O diretor Timur Bekmambetov sempre foi conhecido por abusar do fantástico em seus filmes, como Guardiões da Noite, O Procurado. Esse talvez seja o maior atrativo (para alguns o único) desse Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros. A história tem início em 1818 com um jovem Lincoln que começa a se deparar com questões referentes ao racismo. Isso o incomoda. Ele se envolve em uma confusão com um capataz, que naquela mesma noite "morde" a mãe de Lincoln, que acorda no dia seguinte possuída. Ele tenta se vingar e dá um tiro no meio da cara do capataz, que não apenas não morre como reage de forma violenta, como se voasse. Trata-se de um vampiro (tchã-nã!!). Ao buscar vingança, tempos depois, Lincoln descobre que não apenas o capataz mas boa parte do sul dos Estados Unidos esta sendo tomado por vampiros, que pretendem tomar todo o país. Treinado por um amigo também vampiro, Lincoln parte atrás da sua vingança com um machado, o que torna a busca mais sanguinária e as lutas mais plástícas. O uso de play-slow é uma constante e um acerto de Bekmambetov.


De um lado ele acerta e de outro, erra. O filme, volto a dizer, se passa muito rápido, com muita informação para pouco tempo, como se ele tivesse sido mutilado pelos produtores e não passando pela aprovação final da direção. Ficou meio estranho. As soluções são muito simples e o filme acaba de forma rasa.
Rende uma boa pipoca, basta desligar o cérebro.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012


AUGUSTAS - O cinema nacional tem algumas características muito únicas e particulares. É muito rico, tanto no departamento da ficção como no campo documental. Do meu gosto pessoal, destaco O Pagador de Promessas, À Meia-Noite Levarei Sua Alma, Abril Despedaçado, Nina, Os Fuzis, Terra em Transe, Cidade de Deus, O Palhaço, Reflexões de um Liquidificador, O Que é Isso, Companheiro?, entre muitos outros. Misturei de propósito filmes diversos de gêneros e épocas distintas.


Obviamente nem tudo o que se produz no Brasil é genial ou mereça grande destaque. Muita coisa ruim também é feita aqui.


Fomos a uma sessão especial, com a exibição de "Augustas", primeiro longa de Francisco Cesar Filho, baseado no livro "A Estratégia de Lilith", de Alex Antunes. A personagem principal do livro e do longa é a prórpia Avenida Augusta, com todos os seus excêntricos personagens. Entre eles, está o jornalista Alex (Mario Bortolotto, apoiado na parede na foto abaixo) que vaga pela rua zanzando em torno de personagens femininas da sua vida, sua ex-chefe, sua empregada, algumas amigas, uma protistuta e uma cantora lésbica que namora uma senhora de idade e frequenta um centro de umbanda.


Essas personagens entram e saem da sua vida ora como confindente, ora como amigas ou inimigas. Sempre na Augusta com seus becos e inferninhos.


Mas o filme não indica em momento algum para onde vai. Com essa historia de ser livre e ter a Augusta como "única" personagem o filme não apresenta consistência e se perde no proprio mar de personagens, que eu devo acrescentar são muito fracos e rasos. Não agrada, não anima e não diverte.


O curta "Esta Rua Tão Augusta", na foto abaixo, dirigido por Carlos Reichembach é apresentado antes do longa, e tem enorme valor. Não apenas histórico como cinematográfico. É um belo curta de 1967 e pose ser facilmente encontrado no youtube - http://www.youtube.com/watch?v=oGmQ99A6uRY


Pelo curta vale a pena a assistida, já pelo longa...