Woody dirigindo em Roma |
PARA ROMA COM AMOR (Or. To Rome With Love / 2012) - Na sua busca por homenagear suas cidades europeias favoritas, Woody Allen chega finalmente à Roma. Já passou por Barcelona (Vicky Cristina Barcelona) e Paris (Meia-noite em Paris). Só que neste Para Roma com Amor uma característica o diferencia, além é claro da cidade, digamos "sede". Ele é um filme de contos, diferente dos outros que possuem uma história apenas. Para Roma com Amor se destaca, na minha opinião, como o mais fraco dos três.
Depois de "Barcelona", Penélope se junta a Woody em "Roma" |
Em Vicky Cristina Barcelona a cidade é vista como um lugar de imensa paixão, "caliente", tórrida e sexy com um triângulo amoroso. Meia-noite em Paris retrata a cidade-luz como um lugar mágico que respira em cada esquina um pouco a inspiração que cada artista já viu nela. Ao final de Para Roma com Amor fica a dúvida: que imagem Woody Allen quis passar de Roma, afinal? Isso não ficou muito claro. Se perdeu, como quase sempre acontece em um filme episódico, de contos.
Woody, sempre genial nas suas neuroses |
São 4 as histórias aqui que se intercalam, não há uma claquete com um sub-título separando-as (menos mal). Em uma delas um jovem casal vindo do interior da Itália chega à Roma e planeja tentar a vida por ali. A moça se perde ao caminhar sozinha pelo centro da cidade e acaba encontrando um ator famoso, que está filmando algo na região. Eles saem para jantar e acabam em um quarto de hotel. Já o seu namorado, recebe em seu quarto a visita de uma prostituta de luxo (Penélope Cruz) e acaba levando-a para um encontro com a família da moça. Tudo dá errado, é claro.
O casal do interior chegando à Roma |
Em outra, uma crítica às pessoas que são alçadas à fama por nós, consumidores de informação. Roberto Benigni é um pai de família que da noite para o dia se torna famoso, passa a ser perseguido por paparazzi e não encontra sossego em lugar algum. Se envolve em escândalos e tem que lidar com o assédio, cada vez mais frequente. Até que um dia a sua fama vai embora do nada, do mesmo jeito que veio, e ele se sente aliviado. Ou será que não?
Benigni fugindo dos paparazzi |
Em outra, Woody vive um pai que voa dos EUA para Roma para conhecer a família do futuro genro.Ele se encanta com a voz de tenor que o pai do cara tem quando este vai tomar banho. Rapidamente, Woody tenta convencê-lo a faze um teste para não desperdiçar uma voz tão bela. Eles descobrem que a voz do cara só é boa quando ele canta debaixo do chuveiro. Woody então não tem dúvida. Instala um chuveiro no centro do palco e de lá o cara canta a sua ópera. É engraçado, mais pelo Woody e suas neuroses.
O "tenor" debaixo do chuveiro |
Pra fechar o melhor conto pra mim. Alec Baldwin passeia pelo centro da cidade, onde morara ainda quando era adolescente. Lá ele encontra a si mesmo e começa a passear pelos lugares por onde esteve e se lembrar das pessoas que conheceu e dos amigos que fez. O melhor é que ele interage com essas pessoas, fala com elas, como se pudesse dar conselho a si mesmo quando jovem. Uma ideia tão simples e tão boa.
Baldwin "se vê" mais jovem e se dá conselhos |
O filme é bom, sim! Interessante, inteligente, funciona como um ótimo cartão-postal em vídeo, mas... fica abaixo de muitos outros filmes do Woody, até mesmo Vicky Cristina Barcelona e Meia-noite em Paris (principalmente este último). Mas só por ser do Woody, e isso eu digo sem medo, Para Roma com Amor já larga com 7, mas passa longe da nota 10.
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