quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

David O. Russell no set de "O Lado Bom da Vida"
O LADO BOM DA VIDA (Silver Linings Playbook / 2012) - Pense no Oscar. Na maior premiação do cinema mundial. Você concorda com todos os premiados? Ou mesmo com os indicados? Acho que, assim como eu, não. Pois para a premiação deste ano eu acho que rolaram alguns exageros. Podem dizer o que quiserem jamais vão me convencer que um filme como O Lado Bom da Vida merece 8 indicações. E olha que dei chance, assisti ao filme com a melhor das intenções.

A bem explorada relação entre pai e filho

A história gira em torno de Pat (o surpreendente Bradley Cooper), recém saído de um instituto onde passou os últimos 8 meses controlando os constantes acessos de raiva que sente por uma triste memória recente - o dia que voltou do trabalho e pegou sua mulher tomando banho com outro cara. A barra pesada também sobra pra família - o pai Robert De Niro (como sempre bom) viciado em apostas e torcedor fanático dos Eagles e a mãe protetora Jacki Weaver (nada além de ok) - que aceitam de volta o filho problemático. Pat  vê na retomada do relacionamento com a sua esposa um porto seguro para sua desajustada vida, mas enquanto batalha por isso encontra Tiffany (a ótima Jennifer Lawrence), que acaba por bagunçar sua vida e suas emoções.

O improvável casal

David O. Russell, diretor do também premiado O Vencedor (drama de boxe com Christian Bale e Mark Whalberg), leva muito bem a trama de O Lado Bom da Vida. A montagem e a edição, uma das categorias que o filme concorria ao Oscar 2013, tem grande destaque, não seria exagero caso o filme fosse premiado nesta categoria. A câmera na mão, tremendo até o limite certo, nos faz sentir parte daquela família, nos conduzindo direto para o meio da discussão na sala de jantar, nos fazendo viver aqueles conflitos. Obviamente que a ótima química entre Cooper, De Niro e Weaver ajuda muito e faz toda a diferença.

De Niro, sempre o mesmo, sempre bom

Voltamos a questão da premiação ou no caso da nomeação, onde como disse, a Academia forçou a barra neste filme. Pra começar Cooper está muito bem, calou minha boca que sempre o achei "lugar comum", indicação de melhor ator merecida; De Niro também (embora ache que ele só tenha conseguido a indicação por ser quem é e nem tanto pela atuação, que penso está ligada no modo automático); assim como Russell na direção, que não atrapalha, só abre caminho para seus atores brilharem. Jennifer Lawrence está muito bem, essa sim é dona da situação. Poderia ter ficado com uma (merecida) indicação, mas acabou premiada com a estatueta (pessoalmente eu daria para Naomi Watts em Impossível). Já Jacki Weaver como atriz coadjuvante passa longe de uma indicação merecida, nada a ver.

Jennifer Lawrence está muito bem no filme, mas merecia mesmo o Oscar?

Em resumo - O Lado Bom da Vida é um bom filme, isso não se nega, mas não merece aquele caminhão de indicações. É uma comédia romântica, com uma mensagem muito bonita, uma interpretação precisa dos atores e uma direção segura. Mas pára por aí. Não é pra tanto... mesmo!


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