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Aborto Elétrico e Plebe Rude |
SOMOS TÃO JOVENS (2013) - O recorte do filme se dá entre os anos de 1976 e 1982. É um período curto porém agitado para a juventude de Brasília, formada em boa parte por filhos de magistrados, diplomatas, congressistas, ou seja, não dá para dizer que parte daquela turma não tinha um bom berço. Eles aprontavam sem medo, bebiam e fumavam, invadiam festas e quando eram parados em alguma blitz, logo eram liberados. Era uma carta branca constante.
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O jovem Renato, no começo da história |
Renato Manfredini (que depois virou
Russo), professor de inglês, é vivido por
Thiago Mendonça, em uma interpretação notável.
Thiago está ótimo. Captou as afetações, os trejeitos, o gestual, tudo. A memória de
Renato Russo está muito representada, toda ali.
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Semelhança impressionante, principalmente nos números musicais |
Renato Russo sempre se apresentava como líder da turma, porque tinha opiniões fortes, personalidade e conhecimento, adquirido pelo hábito constante da leitura. Gostava de enfiar uma palavra em inglês ou francês no meio das suas frases. Muito por conta dessa liderança ele acabava se afastando (ou sendo afastado) das pessoas que rodeava.
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Renato com Aninha, amiga que inspirou Ainda É Cedo |
Os seus outros colegas de turma retratados no filme são Fê Lemos e Flávio Lemos (que integraram o Aborto Elétrico, primeira banda de
Renato), Herbert Vianna (vivido de forma caricata mas muito engraçada por Edu Moraes), Dinho Ouro Preto e os caras do Capital Inicial, mais os caras da Plebe Rude, e outros tantos.
Somos Tão Jovens é um filme com um título muito feliz, pois é o retrato muito bem feito de toda a aquela jovem turma da colina, mas é claro, com ênfase maior em
Renato Russo.
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Renato, o grande líder daquela turma |
A cena do momento é complicada. O país está sob ditadura, o cenário musical é escasso, eles tinham acesso a música através das fitas K7 que alguém trazia do exterior com Sex Pistols ou Siouxsie & The Banshees. O punk é a música do momento, a revolta dos rebeldes sem causa tem início.
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Foto real do Aborto Elétrico com Renato, Fê e Flávio Lemos |
Disso
Renato forma com os irmãos Lemos o Aborto Elétrico que acaba depois de muitas brigas entre
Renato e o baterista Fê Lemos, com Flávio o clima é de cordialidade porque o filme explicita uma paixonite não correspondida de
Russo por Flávio. Depois de um período se apresentando sozinho com seu violão, ele conhece Marcelo Bonfá que era baterista de outra banda e juntos fazem alguns shows fora dali, já como Legião Urbana. Pouco depois entrou Dado Villa Lobos e o filme acaba aí, no momento em que o trio vai pro RJ para um concerto no Circo Voador e o resto é história.
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Tocando Geração Coca-Cola, ainda com o Aborto Elétrico |
O filme se apóia nas convincentes interpretações dos seus jovens atores, todos estão muito bem. Os números musicais também ajudam a levantar ainda mais o filme, como Geração Coca-Cola (um autêntico show punk), Química (que gerou a briga mais feia entre ele e Fê Lemos), Eduardo e Mônica (composta em homenagem a Dinho e uma namorada), e Ainda É Cedo, em um momento que fica difícil segurar as lágrimas.
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Mesmo jovem Renato já apresentava as dúvidas que iriam lhe perturbar para o resto da sua vida |
Ponto para o diretor Antônio Carlos de Fontoura que em nome da perfeição exigiu que as músicas fossem tocadas pelos próprios atores.
Thiago Mendonça teve que aprender a tocar violão e cantar cada uma das canções.
Thiago foi especialmente bem, é impossível não se lembrar de
Renato Russo ao ver aquele cara no palco de barba e óculos cantando ao violão. Pra quem gosta é muita emoção.
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Renato Russo e Thiago Mendonça |
Somos Tão Jovens é um ótimo filme para quem gosta da música nacional daquele período e é claro, Legião Urbana e Renato Russo.
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