KILLER JOE - MATADOR DE ALUGUEL (Killer Joe / 2011) - Os anos 70 foram os mais ricos de Hollywood, não temo em afirmar. É a minha década preferida. Nela surgiu uma molecada que pensava o cinema de forma diferente, ia contra os estúdios apresentando-se uma alternativa e renovando os diretores e atores/atrizes. Spielberg, Lucas, Coppola, Altman, Scorsese e Friedkin, só para ficar nos grandes expoentes da direção daquela década. Cada um com seu clássico.
Emile Hirsch sendo comandado por Friedkin no set de Killer Joe
Friedkin dirigiu O Exorcista, costumeiramente apontado como um dos mais assustadores longas de terror já feitos. Depois do longínquo 1973, Friedkin caminhou de forma errante nos outros filmes da sua carreira. Colecionou erros e acertos. Ficou 5 anos afastado da direção e voltou em 2011 com o regular Killer Joe (regular porque ele é ruim por inteiro, é bom que se diga).
O detalhista Friedkin
Killer Joe é o nome do personagem vivido por Matthew McConaughey com uma crueldade e frieza tão grandes que lembram o seu Vilmer de O Massacre da Serra Elétrica - O Retorno, de 1994. Ele precisa ser assim, o caubói doido, o policial corrupto e frio que gosta de torturar e sente prazer em fazer mal às pessoas. Nas horas vagas "trabalha" como matador de aluguel.
Killer Joe
O personagem título é contratado por Chris Smith (Emile Hirsch, de Na Natureza Selvagem) para matar a mãe e assim pegar a grana do seguro que a sua morte lhe dá direito, 15 mil dólares. Ele vive em pé de guerra com a madrasta Sharla (Gina Gershon, de A Outra Face) e o pai Ansel (Thomas Haden Church), que passa os dias bebendo e concorda com o plano do filho. Com a grana Chris pretende saudar uma dívida de droga e ajudar a si mesmo e a sua irmã, a angelical e quase autista Dottie.
Filho conta seu plano ao pai, Dottie observa de longe
Só a premissa por si só já mostra que o incorreto dá o tom nessa filme, não se pode chamar de humor negro porque de humor esse filme não tem nada. Mas tudo gira em torno de uma errante família e seus planos igualmente errantes.
Os desajustados "Smiths".
A "família" mora em um trailer caindo aos pedaços. Logo na cena inicial ao voltar para casa, Chris bate insistentemente na porta querendo entrar, o cachorro late lá fora. Sharla abre o trailer sem calcinha deixando à mostra todos os pelos pubianos possíveis o que já deixa claro para os desavisados - aqui não será uma jornada fácil.
Sharla relaxada até demais
Chris e Sharla se odeiam. "Facilitando" o plano dele, que traz Killer Joe para "morar" no trailer para dar cabo da missão. Percebendo a fragilidade daquelas pessoas, o esperto Killer Joe se torna dono do pedaço, principalmente após se apaixonar pelo jovem Dottie, a única que respira um pouco de fragilidade e pureza naquele meio todo.
Dottie
Tudo vai de mal a pior até o ponto que Killer Joe se tornar o chefe da família, usando chantagem contra Chris, violência contra Sharla e desprezo contra Ansel ao passe que é todo amor com Dottie.
Joe anda à vontade na casa dos outros, uma família aos pedaços
O clímax do filme não poderia ser pior. Sharla chega em casa ao lado de Ansel, Killer Joe aparece pelado assustado como se alguém invadisse um território seu. O bêbado Ansel no canto não liga quando Killer Joe espanca Sharla sem dó, quase a ponto de desfigurar seu rosto. Pega um pedaço de frango e a força a chupá-lo como se fosse seu pênis. Joe agarra o cabelo dela e geme com prazer, enquanto Sharla com o rosto cheio de sangue aceita a submissão.
Na longa e mais chocante cena do longa um sexo oral com frango do KFC
Chris chega e tenta impedir a cena bizarra, mas Joe lhe derruba no chão e soca-o até o fazer desmaiar. Nada mais tem saída, Joe tomou a família sob controle. Dottie aparece carregando uma arma e grita para que tudo pare! Atira sem dó. E o filme acaba assim, chocando muito e não explicando nada.
Dottie descarrega a arma em todo mundo
É terrível, nada daqui se salva. Friedkin deveria continuar quietinho no canto. Afinal de contas ele é um diretor experiente e como tal deve saber que não são apenas imagens fortes que chocam - diálogos bem encaixados em personagens de peso chocam bem mais. Mas nada disso acontece aqui. Em Killer Joe: Matador de Aluguel tudo é de qualquer jeito e nada empolga. Você não terá problemas em esquecer o que viu nas duas horas de filme, daqui nada fica, nada passa e nada serve.
Veja abaixo o trailer de Killer Joe: Matador de Aluguel.
Nenhum comentário:
Postar um comentário