Em Poderosa AfroditeWoody retorna às telas e eleva o tom, em um roteiro cheio de palavrões e reviravoltas. Tudo começa com ruínas na Grécia Antiga. Lá deuses e deusas dialogam e conversam com suas palavras rebuscadas e seu gestual todo teatral para falar de um personagem que viverá um misto de comédia e tragédia grega. Essas inserções dos personagens gregos acontecem o tempo todo durante o longa e ajudam a aumentar o seu charme.
O coro grego, mais um charme de Poderosa Afrodite
Os deuses gregos apresentam a história de Lenny (Woody), um cronista esportivo que vive um casamento morno com Amanda (Helena Bonham Carter). Sem conseguir engravidar, eles resolvem adotar uma criança que acaba de nascer. O menino Max, com o passar dos anos, se mostra com inteligência acima da média e Lenny decide por conta própria encontrar a mãe da criança, só para matar sua curiosidade e saber de quem o menino herdou tudo aquilo.
A família perfeita, bem pelo menos no começo do filme
Qual não é a surpresa quando ele descobre que a mãe de Max é a prostituta Linda (inspirada Mira Sorvino), que teve que entregar sua criança por não ter condições de criá-la. Linda é uma figura adorável, ingênua, sonhadora e burra. Lenny se encanta com ela e passa a visitá-la frequentemente.
Lenny e Linda, um "casal" improvável
Quando seu casamento desmorona, ao descobrir que sua esposa Amanda tinha um amante, Lenny se conforta nos braços de Linda e passa a noite com ela. Percebendo o erro, Lenny retoma a sua vida com Amanda e se dedica exclusivamente à Max.
Lenny fica sem jeito com a experiente Linda
Anos depois Lenny e Linda, que agora não é mais prostituta, se encontram em uma loja de brinquedos. Ela está com um bebê, trocam algumas palavras e cada um segue seu caminho. Eles seguem suas vidas sem saber que um cria o bebê do outro - ele com Max, filho de Linda com outro cara, e ela com o fruto da noite de amor com Lenny.
A virada no roteiro ao final, mais uma sacada da genialidade de Woody
Mira Sorvino nunca esteve tão inspirada como em Poderosa Afrodite, nem depois recuperou tal status, levou um Oscar de atriz coadjuvante por Linda. Mira criou uma voz especial para sua personagem, estridente, esganiçada, fina no limite do suportável, ajudando na criação da sua adorável personagem. Diz que no set Woody pediu para que ela parasse com aquela voz, ela se recusou. O filme concorreu ainda ao Oscar de melhor roteiro, assim como outros 15 roteiros de Woody, mas não levou, perdeu para Os Suspeitos.
Surpreendendo a muitos, Mira Sorvino não deu chance à concorrência naquele ano
Uma fase de comédias leves de Woody, mas como sempre relevantes, comédias de situação de pequenas realidades. E convenhamos, com Woody na tela fica tudo ainda melhor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário