Cate Blanchett ganha todos os prêmios com sua Jasmine
BLUE JASMINE (2013) - Quem já assistiu documentários como "Wild Man Blues" de Barbara Kopple de 1997, "Woody Allen: Um Documentário" de Robert B. Weide de 2012 ou qualquer outro filme biográfico sobre Woody Allen já sabe disso. Quem já leu qualquer livro como "Conversas com Woody Allen" ou qualquer outro biográfico também já sabe disso. Woody nunca escondeu - na essência ele é um escritor. Não só por conta dos seus cinco livros publicados (O Nada e Mais Alguma Coisa, Adultérios, Cuca Fundida, Sem Plumas e Que Loucura!), ele próprio gosta de se definir assim. Talvez por isso ele tenha feito uma descarada homenagem a Tennessee Williams, um dos seus escritores ídolos em Blue Jasmine.
Blanche Dubois, papel de Leigh no filme de 1951, ficou famosa pela sua dramaticidade e seus delírios dos tempos em que era rica. Virou alcoólatra e ficou louca. Assim como Jasmine.
Jasmine e Blanche - homenagem
Cate Blanchett, que merece todos os inúmeros prêmios que recebeu pela interpretação de Jasmine, faz uma mulher da alta sociedade casada com Hal (Alec Baldwin), um investidor de sucesso que não para de fazer dinheiro.
Mimada pelo marido
Quando se descobre que a forma que Hal enriquece é ilícita, Jasmine cai no desespero, é obrigada a se desvencilhar de uma hora para outra de todos os seus bens, Hal perde tudo, é preso e se enforca na cadeia. A vida desmorona ao redor de Jasmine que acaba por sofrer um colapso nervoso, bebe cada vez mais e caminha falando sozinha pelas ruas.
Jasmine perde tudo, inclusive a si própria
Acaba buscando ajuda da irmã Ginger e vai passar alguns tempos com ela. Com seus delírios de ex-rica, Jasmine abala a vida de Ginger que mora com o namorado Augie e dois filhos. Augie perde todo o dinheiro que tinha apostado nos investimentos de Hal e por isso abandona Ginger. Essa começa a namorar o truculento Chili, que tampouco se dá com Jasmine.
Jasmine ao lado da irmã e de Chili, à direita
Jasmine é como um Rei Midas ao avesso, tudo o que ela encosta dá errado e acaba sentada num banco de praça falando sozinha, lembrando dos tempos que tinha tudo e vivia de esbanjar.
Ao lado da irmã Ginger
Um roteiro inteligente e uma montagem simples, porém eficiente, fazem de Blue Jasmine um dos grandes momentos do cinema recente de Woody Allen. A eficiência da montagem está na leveza com que a história flutua entre o presente e o passado de Jasmine. Cenas curtas dela rica no passado e pobre no presente permeiam todo o filme, pequenos ganchos aqui e ali deixam a história fluida, prendem a atenção enquanto desvendam para onde Jasmine vai, mostrando ao mesmo tempo como chegou àquela condição.
Depois da morte do marido Jasmine tenta outros namorados, mas nada funciona
Blue Jasmine rendeu o Oscar e o Globo de Ouro de Melhor Atriz para Cate Blanchett, o filme teve ainda outras 33 indicações em outros prêmios, faturou 25 (23 deles para a interpretação de Cate Blanchett). Imperdível para fãs de Woody, de um bom roteiro e de ótimas interpretações.
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