45 ANOS (45 Years / 2015) - Sempre faz bem escapar do tradicional de tempos em tempos. Abrir os olhos e ver além do formato tradicional e ter a certeza de que sim, existem diversas maneiras diferentes de se contar uma história, e concluir que nenhuma delas, de maneira alguma, é superior ou inferior à outra. Elas são apenas formas diferentes, nada mais. Tudo é cinema.
Acompanhando de perto a intimidade do casal
45 Anos não é nada inovador, excepcional ou algo que talvez já não tenhamos visto aqui ou ali. Mas é uma história contada de uma maneira tão intimista, tão dentro da vida do casal protagonista, que nos sentimos como se estivéssemos ocupando uma cadeira ali que não é a nossa, como se fôssemos intrusos na rotina do casal.
O casal se afasta
Um casal está às portas da festa de 45 anos de casados e a história se passa na semana que antecede o evento. Cada dia é um capítulo - como Kubrick fez em O Iluminado. Uma carta chega às mãos de Geoff e ele se mostra profundamente comovido por ela. "Acharam o corpo da Katia".
A carta que muda a vida dos dois
Kate, a esposa, ouve tudo sem saber de quem se trata. Geoff explica que Katia é uma namorada com quem ele viajou pelas montanhas suíças em 1962 - ou seja antes de ele conhecer a esposa - e que foi morta soterrada por uma avalanche de gelo. O corpo dela foi encontrado 53 anos depois, congelado e intacto.
O drama existencial de Kate
Aos poucos a postura dos personagens vai mudando conforme os dias passam e a festa se aproxima. Geoff fica mais e mais pensativo, revisitando pertences antigos no sótão, como se aquela carta lhe trouxesse um sopro de vida.
Um homem em contato direto com o passado
Kate não quer demonstrar ciúme por algo que aconteceu há tanto tempo atrás. Mas a postura do marido muda tanto depois que a carta chegou que é impossível para ela manter-se do mesmo jeito. Tudo desmorona de vez quando Kate descobre um terrível segredo.
O que fazer?
E é justamente nessas pequenas coisas que 45 Anos se destaca, nas sutilezas presentes nas atuações de dois experientes atores do cinema britânico - Tom Courtenay e Charlotte Rampling, que concorreu ao Oscar de melhor atriz.
A dupla protagonista
Uma história simples com desfecho impressionante. O que se vê em 45 Anos é uma pura desconstrução de personagens, que permite analisar os dois lados da história e buscar razões, embora elas não sejam necessárias a partir de um momento da vida. É mais fácil varrer pra baixo do tapete, resolver dá trabalho demais. Ou não?
Veja abaixo o trailer de 45 Anos.
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