sexta-feira, 14 de abril de 2017

O REI DA COMÉDIA (1983)

Os 15 minutos de fama

O REI DA COMÉDIA (The King of Comedy / 1983) - Desnecessário tecer elogios à carreira de Scorsese, simplesmente brilhante. Embora eu admito, algumas manias nele me incomodam - como o abuso da trilha sonora durante TODO o filme, seja músicas instrumentais ou cantadas - isso acontece em Cassino, Os Bons Companheiros e outros tantos. Usar o DiCaprio excessivamente em projetos na sequência (já foram 6 filmes da dupla ao todo) também nunca foi do meu agrado - já que não sou lá grande fã do ator. Coisa minha.

Jerry Lewis abraça Scorsese

Em O Rei da Comédia Scorsese usa Robert De Niro pela quinta vez - ao todo foram oito colaborações entre os dois até agora. De Niro é Rupert Pupkin, um comediante iniciante que pretende chegar ao sucesso de qualquer jeito. E por isso passa a seguir seu maior ídolo - Jerry Langford (Jerry Lewis), um apresentador de talk show que preza pela privacidade.

Fã e ídolo

Pupkin mantem na casa dele - que divide com a mãe - um set do programa de Jerry, com personalidades de papelão. Ali, ele finge interagir com elas e imagina ser um dos entrevistados. Para Pupkin seguir o ídolo pelas ruas, em todos os momentos, é algo normal. É aqui que De Niro mostra a sua faceta de grande ator que é, criando um personagem com trejeitos no andar, no falar e até no rir, além da peruca e um bigodinho, que fazem dele um perfeito canastrão. Embora carismático e educado, ele também é irritante. Na medida.

O cenário fake na casa de Pupkin

Jerry Lewis sugeriu a Scorsese uma mudança de roteiro e pediu que seu personagem tivesse seu nome - Jerry. Assim ficaria mais fácil para ele viver um astro em busca de reclusão. Ele acaba sequestrado por Pupkin e exige em troca o monólogo de abertura no programa de Jerry. E consegue. É o grande momento da vida de Pupkin.

Jerry sequestrado

A história - comédia de humor negro sobre um fã que gruda no ídolo e o sequestra para conseguir o quer - não pegou bem na época, o filme foi um fracasso de bilheteria e hoje é visto mais como um capítulo a ser esquecido por Lewis, De Niro e Scorsese do que algo a ser lembrado.

"Melhor ser rei por uma noite do que perdedor pela vida inteira"

Isso não é à toa. O filme começa de uma forma simpática, com a aproximação dos dois, você se pega até torcendo pelo sucesso de Pupkin. O tom sombrio começa a tomar conta na medida em que Pupkin não percebe que está passando dos limites na sua busca insana. Aí O Rei da Comédia se torna inquietante, com personagens chatos e um roteiro simplista demais. Faltou algo ali, O Rei da Comédia definitivamente, não funcionou.

Dupla de peso
Veja abaixo o trailer de O Rei da Comédia


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