DUNKIRK (2017) - Não tem como não respeitar um cineasta deste. Sério, não tem. Veja só... Amnésia - thriller policial contado de trás pra frente (!) - a trilogia Batman - quem tem o segundo capítulo (O Cavaleiro das Trevas) apontado como um dos melhores filmes de super herói já feitos - A Origem - que mistura sonho dentro de sonho dentro de sonho e deixa qualquer um simplesmente amarrado na história - e Interestelar - que tem uma história sobre presente, passado e futuro que inquieta, instiga e provoca. Tudo obra da mente pra lá de criativa, caprichosa e claro, um pouco doentia de Christopher Nolan. Faltava nesse curriculum um filme de guerra.
Nolan em ação
Em Dunkirk, além de assumir a cadeira de direção, Nolan também é roteirista. E começou a bolar o roteiro na década de 90 quando passou pela região com a namorada. Dunkirk é uma pequena cidade francesa à beira-mar que fica à cerca de 50 quilômetros - via mar - da cidade inglesa de Dover. É justamente esta travessia curta que os soldados britânicos sofreram para cruzar em 1940, depois de serem encurralados pelos alemães. Soldados franceses faziam a cobertura dos ingleses por terra.
Soldados à espera
O roteiro mostra a batalha de Dunkirk por três pontos diferentes - o píer (chamado de molhe), o mar e o ar. E cada um com uma duração diferente - no caso um dia, uma semana e uma hora. O molhe mostra a visão dos soldados que faziam filas na praia aguardando pelas embarcações que chegariam para tirá-los de lá.
Mais de 400 mil homens aguardando salvação
O mar detalha os dramas das embarcações e dos tripulantes que tentavam sair dali e fugir do bombardeio do inimigo. E mais. A evacuação com sucesso - se é que se pode dizer isso em uma guerra - só foi possível porque Winston Churchill, primeiro ministro inglês, pediu à população civil que mandassem suas embarcações até Dunkirk para resgatar os soldados. Civis ajudando diretamente na guerra. A curiosidade é que a história política por trás disso é contada em outro filme que também concorre ao Oscar de melhor filme do ano - O Destino de uma Nação.
A ajuda de civis
A terceira etapa coberta pelo roteiro fala sobre a batalha pelo ar entre aviões ingleses e alemães. Uns protegendo a evacuação e os outros, é claro, atirando e jogando bombas em tudo o que se via lá embaixo, tentando atingir embarcações e até mesmo soldados na areia da praia.
Spitfires
A montagem - que por sinal não é à toa que concorre também ao Oscar - é incrível, porque mescla as três batalhas o tempo todo, dando um dinamismo incessante ao filme e que nunca para do começo ao fim. E é curioso o fato de que a montagem não respeita indas e vindas tradicionais de tempo e de personagens, o que dá à trama mais originalidade. É uma característica marcante em Dunkirk.
Cillian Murphhy
Poucas vezes fiquei tão preso a um filme de guerra como Dunkirk. Nolan - assim como fizera com Interestelar em 2014 - lança uma bomba no colo de quem assiste e diz "vai, digere aí". Ele consegue se superar a cada filme e mostra que ainda há espaço para roteiros e montagens originais, criativas e rentáveis, é claro. As cenas de bombardeio, tiros e bombas não estão entre as mais realistas do cinema recente - título que cabe a Até o Último Homem de Mel Gibson - mas Dunkirk não precisa disso.
Tom Hardy
Nolan mostra que cinema sempre pode ser mais. Por isso seus filmes já estão no panteão de grandes obras recentes e o nome do diretor assegurado entre os maiores dos últimos anos e, em pouco tempo, um dos maiores de todos os tempos. Anotem aí.
O DESTINO DE UMA NAÇÃO (Darkest Hour / 2017) - Sabe aquele filme patriótico, daqueles que a gente sai do cinema falando: "nossa, é muito americano"? Pois é, O Destino de uma Nação é a mesma coisa só que do lado inglês. É muito britânico. Joe Wright dirigiu Orgulho e Preconceito e Desejo e Reparação, filmes baseados na obra de Jane Austen. De dramas de época ele entende. E ele se tornou a escolha certeira para dirigir um momento marcante para a Grã Bretanha e porque não, para o mundo.
Joe Wright em ação
Segunda Guerra Mundial. A Alemanha nazista não para de conquistar novos territórios e finalmente chega a Dunkirk, encurralando o exército britânico por terra e pelo mar. Ou eles se entregam fazendo um acordo com os nazistas ou partem para a luta.
Em casa, um homem com as suas inseguranças
Essa decisão coube ao primeiro ministro britânico da época, Winston Churchill, interpretado em O Destino de uma Nação por um irreconhecível Gary Oldman. A maquiagem e a interpretação de Oldman concorrem ao Oscar. O filme ainda pode levar o prêmio de melhor filme, embora eu ache pouco provável.
Ditando para a secretária um dos seus discursos
Churchill assume o segundo cargo político mais importante da Inglaterra - abaixo apenas do rei George VI - em um momento de turbulência e incerteza no país. Aos poucos, Churchill foi colocando a sua marca apoiado nos discursos, sempre incisivos - apesar dos problemas de fala que trouxe desde criança.
O encontro com o rei
Isso não impede que ele tenha destaque em sua principal decisão no cargo. Durante o episódio de Dunkirk - que curiosamente é retratado no filme de Christopher Nolan que também concorre ao Oscar de melhor filme - boa parte dos membros do parlamento votam para que a Inglaterra se renda e faça um acordo com a Alemanha nazista. Cabe à Churchill a decisão final.
Entre oposição e governo
Ele surpreende a todos, e convoca frota de civis para que salvem os soldados emboscados em Dunkirk. O plano dá certo, a Inglaterra não se rende à Alemanha nazista e Churchill sai do episódio como herói. Exatamente aí o filme acaba.
O V de vitória
O grande mérito de O Destino de uma Nação está em Oldman, que entrega um Churchill até engraçado em alguns momentos. O Destino de uma Nação vale como registro de um importante momento da história, mas fica nisso. Sinceramente como obra cinematográfica, nem tanto. Alguns diálogos são longos demais e algumas cenas se arrastam.
Veja abaixo o trailer de O Destino de uma Nação.
EU, TONYA (I, Tonya / 2017) - A história chocou o mundo dos esportes e pegou muita gente de surpresa. Afinal, não é algo que se espera... Principalmente do meio da patinação artística, um esporte que é quase um balé sobre o gelo. Ainda mais envolvendo duas competidoras tão famosas. Documentários, reportagens e até livros sobre o assunto já foram lançados. É a primeira vez que a história das patinadoras Tonya Harding e Nancy Kerrigan chega ao cinemão.
Craig, de boina, em ação
Na verdade o "incidente" entre as duas é apenas um trecho do filme dirigido por Craig Gillespie. O recorte do roteiro é muito maior. Trata-se da cinebiografia de Tonya Harding (interpretada por Margot Robbie, atriz talentosa que pode ir muito além da arlequina). Eu, Tonya aposta no humor para fugir das cinebiografias tradicionais e isso ajuda a compor melhor o personagem controverso de Harding.
O formato de falso documentário: os personagens contam suas histórias
Os personagens são os próprios narradores dos acontecimentos. E tudo começa na infância pobre de Harding, com a sua mãe Lavona (Allison Janney simplesmente sensacional), uma mulher dura, seca, agressiva, impiedosa e que não demonstra qualquer sinal de afeto pela filha ou por ninguém. Palco perfeito para Janney desfilar todo seu talento, que pode - e acredito que mereça muito - ser premiado com a estatueta do Oscar de atriz coadjuvante. Ela já levou o Globo de Ouro pela atuação.
A rígida mãe
A relação difícil das duas molda uma jovem Tonya também dura e fechada. Desde criança, ainda com 4 anos, ela se acostumou com as competições. E acostumou a estar sempre no alto do pódio. "Ela é sua inimiga, você não vem aqui para fazer amizades", diz a mãe Lavona quando vê a filha criança conversando com outra patinadora.
Talentosa
Com 20, ela namora e se casa com Jeff. Nasce ali uma relação conturbada que envolve brigas constantes, quase sempre resultando em violência, indas e vindas no casamento. Foi uma fase ruim também no gelo. E Tonya, que não ganhava mais nada, chegou a questionar os juízes das notas baixas que levava. A resposta - "patinação não é apenas o que acontece no gelo... ninguém quer alguém como você como um modelo". Tonya largou tudo e se tornou garçonete, como a sua mãe.
A relação conturbada com Jeff
Acabou voltando depois da insistência da sua primeira técnica, mas nas classificatórias para os Jogos Olímpicos de Inverno - sonho de qualquer esportista do gelo - ela teve a ideia de assustar uma das concorrentes, Nancy Kerrigan, com uma carta ameaçadora. Quem sabe desconcentrada, Nancy seria facilmente derrotada por Tonya.
Sean, o auto proclamado guarda-costas de Tonya
Jeff falou com Sean, um amigo todo atrapalhado e com delírios de grandeza que acabou exagerando na dose. Ao invés de mandar as cartas, ele convocou outros caras para machucar Nancy. E durante um treino ela teve o joelho seriamente lesionado por uma paulada. Tonya acabou também incriminada e perdeu o direito de patinar para sempre.
A polícia descobre o esquema
O real e o fictício se mesclam em Eu, Tonya. Os personagens principais da história e jornalistas que cobriram os acontecimentos naquele período se dividem nas opiniões. Mas a maioria afirma que tudo o que aconteceu está no filme, mesmo que um pouco exagerado. Nancy Kerrigan, a vítima, não assistiu no lançamento e disse ter "coisas melhores a fazer". Já Tonya viu o filme e comemorou a forma como a mãe foi retratada, uma mulher má. Até hoje as duas não se falam direito.
Tonya e Nancy reais
A cinebiografia Eu, Tonya faz a quebra da quarta parede com frequência. A todo momento os personagens interrompem ou completam as próprias narrações em cena, como se fôssemos convidados a ver que tudo aquilo é mesmo uma encenação e que se tratam de atores. Boa fórmula e que funciona.
Dificuldades para se concentrar nas competições seguintes ao incidente
A história é inacreditável - coisa de cinema mesmo - as atuações marcantes e tudo é muito bem conduzido. Difícil achar falhas em Eu, Tonya. Daqueles filmes que depois de assistir você pensa: "porque demoraram tanto para contar essa história?" Real x Fake, Verdade x Romance... No fim das contas não importa. Eu, Tonya funciona como um bom drama real recheado de alívios cômicos. Afinal, não é tudo o que se espera de um bom filme?
THE POST: A GUERRA SECRETA (The Post / 2017) - Alguns assuntos nunca saem de moda - como por exemplo a imprensa sendo usada como ferramenta para derrubar ou denunciar governos autoritários. Os mesmos governos que evitam a imprensa para que não sejam divulgados seus segredos/crimes mais escabrosos. Uma das obras mais famosas com essa temática é Todos os Homens do Presidente, que contou o caso de dois jornalistas do The Washington Post que jogaram no ventilador o escândalo de Watergate e tiveram papel fundamental na queda/renúncia do presidente Richard Nixon em 1974.
Um trio que chama público
Em The Post: A Guerra Secreta, um time de titãs das telonas - Steven Spielberg, Tom Hanks e Meryl Streep - se junta para contar a história real de jornalistas do mesmo The Washington Post, um dos mais respeitados jornais impressos dos Estados Unidos, que recebeu, no começo da década de setenta, uma série de documentos secretos que afirmavam que a Guerra do Vietnã foi uma fraude.
Manchetes destrutivas
Em outras palavras, jovens americanos foram enviados ao país oriental apenas para evitar uma humilhação maior - que seria a derrota norte americana para um país belicamente inexpressivo. Propósito na guerra do Vietnã não havia nenhum. Cerca de 70% das vidas que se perderam lá - segundo dados mostrados no filme - foram à toa.
O editor chefe e a dona do jornal
Os documentos que comprovam as informações foram entregues ao jornal The New York Times, mas o governo Nixon conseguiu, através de uma ordem judicial, evitar que fossem publicadas. Coube ao The Washington Post publicar ou não. Kat Graham (Meryl Streep), a dona do jornal à época, decide peitar o presidente e publicar tudo. Ben Bradlee (Tom Hanks) é o editor chefe da equipe que transformou milhares de páginas do documento no texto que estampou a capa do jornal.
A equipe
A mensagem de The Post, além é claro de trazer à tona uma história impressionante onde a ditadura à imprensa quase venceu a notícia, é totalmente anti-Trump. Spielberg, que já se mostrou contrário às visões do atual presidente norte americano, entrega um filme essencial e que funciona como uma mensagem pra lá de efetiva.
Spielberg em ação
Além disso, The Post é uma ode ao jornalismo que flerta com Todos os Homens do Presidente, não só no resumo como na amarração final. O filme de Spielberg termina exatamente no momento em que Nixon faz uma ligação proibindo qualquer jornalista do The Washington Post de manter contato com alguém da Casa Branca. "Nada de notícias pra eles". E enquanto isso luzes de lanterna são vistas no escritório do partido democrata, escancarando o escândalo de Watergate.
Ode ao jornalismo
O longa de Spielberg foi indicado a 6 Globos de Ouro - não levou nenhum - e a 2 Oscar, melhor Filme e melhor atriz para Meryl Streep. Desta vez, aposto que sairá de mãos vazias, ao contrário do Spotlight, que tem uma temática parecida e faturou 2 estatuetas na premiação de 2016.
Veja abaixo o trailer de The Post: A Guerra Secreta.
VIVA - A VIDA É UMA FESTA (Coco / 2017) - Reparou no nome original? Coco... mas no Brasil virou Viva. A principal justificativa para mudar o nome do filme por aqui é pelos trocadilhos que seriam criados se o nome tivesse se mantido. Viva ganhou o subtítulo de A Vida é uma Festa. OK, funciona também, mas é curioso constatar essa preocupação tão clara nos produtores de mais uma animação da Pixar.
Miguel e sua paixão pela música
Miguel é um garoto mexicano de uma família de longa tradição no ramo da sapataria. Mas seguir este mesmo caminho de tios, primos e irmãos não é um desejo dele, nunca foi. Ele não gosta, não quer ser sapateiro. O seu grande sonho é ser cantor, assim como Ernesto de La Cruz, seu maior ídolo.
Ernesto de La Cruz
O problema é que toda a sua família, em especial a sua avó, é contra qualquer tipo de música. Na verdade ninguém pode sequer dedilhar um violão, ou cantarolar algo baixinho que ela já arranca o chinelo e sai batendo em quem for. Isso tem a ver com a história da família...
Música perto do netinho? Nem pensar...
Chega o Dia dos Mortos - tradição mexicana que homenageia as pessoas que já se foram - e como é costume, todos se pintam como caveiras coloridas e seguem pro cemitério da cidade. Miguel descobre - de um jeito que não preciso revelar aqui - que é possível ir pro mundo dos mortos. E do lado de lá também eles comemoram essa data. E mais, eles atravessam uma ponte que liga os dois mundos para ficarem mais próximas das pessoas vivas que as homenageiam.
Miguel do lado dos mortos
Poucas vezes assistindo uma animação eu fiquei tão preso à história. Além de curiosa, ela é bem contada, engraçada e tem os seus momentos de "lá vem a lição de moral". Mas tudo isso embrulhado num pacote muito atraente e colorido, marca já registrada da Pixar. O filme levou o Globo de Ouro e deve levar também o Oscar de melhor animação.
Homenagem à figuras mexicanas famosas
O trecho final é... marcante, pra dizer o mínimo. As crianças ficam ligadonas, mas são os adultos que sentem aqui. Deu para escutar fungadas e soluços de choro pela sala de cinema toda. Inclusive meus. Nunca chorei tanto vendo um filme no cinema. Mais um tiro certo da Pixar. Uma mescla perfeita de animação para crianças e adultos.
A FORMA DA ÁGUA (The Shape of Water / 2017) - Pense em um cineasta que gosta de uma bela fábula... Agora junte à isso algumas criaturas fantásticas, sempre com maquiagens impressionantes... Além é claro de uma quantidade razoável de violência e bizarrices... E que tal usar como pano de fundo fatos reais? Ah, aí é Guillermo Del Toro na cabeça!
Del Toro em ação
Em Hellboy (nazismo) e O Labirinto do Fauno (guerra civil espanhola) já foi assim. Em A Forma da Água, Del Toro usa a guerra fria EUA X URSS em plenos anos 50 para contar uma fábula de amor que arrebatou nada menos do que 7 indicações ao Globo de Ouro (levando 2) e 13 indicações ao Oscar.
Eliza e Zelda
Eliza - muda - e Zelda - faladeira que só ela - são faxineiras que trabalham em um local de experimentos secretos do governo americano, como já disse, em plena guerra fria. Lá, o foco principal está numa criatura aquática-humanóide encontrada na Amazônia que - eles acreditam - pode ajudar a inteligência norte americana a superar a russa de alguma maneira. Nas palavras de um dos oficiais: "os russos mandaram uma cadela pro espaço e logo depois um ser humano".
Projeto secreto
Eliza vê na criatura algo diferente e se apaixona por ela, não pela sua beleza, mas porque ela é a única "pessoa", digamos assim, que a vê como as demais e não a distingue por sua diferença - no caso a ausência de fala. Paralelo a isso, uma trama fantástica bolada por um roteiro original magnífico que cria subtramas e dá peso a cada personagem. Tem espionagem, agentes duplos e uma dura crítica a uma sociedade intolerante que escondia muita sujeira embaixo do tapete do "perfeito american way of life". Por isso não pense que A Forma da Água é simplesmente a história de amor de uma muda por um peixe. Nada disso!
O vazio de cada um
O filme é pensado milimetricamente. Em cada cena você vê o esforço de Del Toro e equipe, a começar pela paleta de cores que varia do azul-esverdeado para o bege-amarelado e termina no vermelho. Sem falar na reconstituição de época que é linda, e na trilha sonora que funciona como uma passagem de ida para uma época que dá saudade, mesmo para quem nasceu muuuito depois dela. E claro, ouvir Carmen Miranda tocando num blockbuster assim é sempre muito legal, né?
O laboratório
Octavia Spencer faz história com sua terceira indicação ao Oscar - no caso de atriz coadjuvante - mas vamos combinar... é sempre o mesmo papel! Histórias Cruzadas, Estrelas Além do Tempo e A Forma da Água, ela sempre faz a mulher que fala demais, tem as tiradas engraçadas - e os olhos esbugalhados ajudam, é claro.
Duas atrizes e duas indicações ao Oscar
No mais, o roteiro original de fábula fantástica com um pé nos acontecimentos reais - coisa que os velhinhos da Academia adoram - está bem no páreo. Tem algumas coisas um tanto quanto piegas, tipo aula de escolinha ensinando o que é racismo e preconceito sexual que não precisava, mas tudo bem. Tudo se dilui (já que estamos dentro d´água, não é?) nessa grande história...
Não mexa com esse deus da Amazônia
A Forma da Água, assim como outras obras de Guillermo del Toro são muito mais do que aparentam. É um filme em camadas, como uma casca de árvore, sempre tem algo mais além daquilo e os personagens secundários tem uma importância tão grande quanto os principais e fazem deste um dos grandes filmes do ano. E, porque não, uma volta em grande estilo à cadeira de direção de Del Toro, que estava meio sumidão dos cinemas, se dedicando mais à telinha com sua série, The Strain. Que volte pra ficar, né?