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Japão da perseguição religiosa |
SILÊNCIO (Silence / 2016) – Japão, século 17.
Martin Scorsese focou nesse
país e nesse período pra contar uma história impressionante e pouco conhecida. E
por mais problemas que eu veja em algumas características do renomado cineasta
– como o uso constante e ininterrupto de trilha, a obsessão por
Di Caprio, e outros tantos –
tenho que dar o braço a torcer,
Scorsese sabe se reinventar. E criou em
Silêncio algo diferente, novo, e inovador na sua carreira.
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Scorsese em ação |
No Japão Feudal o cristianismo é proibido, digno de tortura
e morte de quem o segue.
Os católicos
japoneses são perseguidos e obrigados a negar a sua fé ao pisar em uma imagem
de Jesus Cristo. Já os padres que vem de outros países catequizar a população
são perseguidos,
torturados e
mortos.
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Japoneses perdidos escondendo sua fé |
Andrew Garfield e
Adam Driver são dois padres portugueses
que seguem clandestinamente
para o Japão
à procura de padre Ferreira (
Liam Neeson) que sumiu e não mais deu notícias. Lá,
a dupla encontra na floresta fechada vários católicos à procura de ajuda, refúgio,
confissão e confirmação da sua fé.
Mas o cenário no Japão é muito violento.
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Olhando por ajuda |
Tortura, perseguição e radicalismo religioso.
Silêncio tem
cenas impressionantes e assustadoramente realistas de tortura e violência. O roteiro
bem escrito (baseado em um livro)
dá bom
espaço principalmente para
Garfield mostrar seu talento. E o jovem ator,
que só atrapalhou em
Até o Último Homem, aqui tem o seu grande momento.
Nas cenas mais fortes ele vai muito bem. O
feioso
Driver mesmo com pouco tempo de tela se mostra um ator de futuro
promissor.
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Talento |
E tudo é muito bem captado pelo olhar sensível de
Scorsese.
A trilha dá lugar ao
silêncio
do título,
muito respiro e olhares rumo ao nada.
Um filme
de reflexão, como sugere a tradição
oriental.
É um dos grandes acertos de
Silêncio.
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Caça aos católicos |
Não à toa, o filme concorreu
ao Oscar de fotografia. É belíssimo. Sempre com as montanhas japonesas de serração forte como pano de fundo.
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A bela fotografia de Silêncio |
Vale as 3 horas de duração. É um
grande acerto que já o coloca como um dos grandes filmes do
Scorsese.
Longe de
ser um
Touro Indomável ou
um
Táxi Driver, longe disso.
Mas na rica filmografia
de
Scorsese não faz feio não.
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Escondidos mas rezando |
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