Muitos personagens, muitas histórias, muitas conexões... uma só vida
A VIAGEM (Cloud Atlas / 2012) - Tudo começou em 2004 com um livro audacioso de David Mitchell, que mistura vários períodos da humanidade, desde o século 19 até o futuro pós-apocalíptico dominado por clones. Fez muito sucesso e ganhou prêmios de literatura, principalmente por sua linguagem desafiadora para os leitores, que mistura os períodos de tempo, mescla as viagens, sem deixar claro que horas termina uma e recomeça a outra. É tudo parte de uma mesma jornada.
O futuro pós-apocalíptico
Transpor as páginas do livro para as telonas parecia impossível. Até que os Irmãos Wachowski e Tom Tykwer, gênio por trás do clássico Corra Lola, Corra, se arriscaram. Dividiram a direção da ousada adaptação em 2012. Natalie Portman foi responsável por levar o livro aos Irmãos Wachowski ainda durante as gravações de V de Vingança.
O século 19
A Viagem, assim como o livro, é um filme difícil e nada convencional. Somos levados a viajar a cada um dos 6 períodos de tempo do roteiro. São 6 histórias diferentes, todas com linguagens próprias. Na montagem os editores/diretores optaram por flutuar de história a história, conforme indicam os personagens, a temática, a linguagem e os cenários, é claro.
Os anos 70
O elenco é forte - Tom Hanks, Halle Berry, Hugo Weaving, John Sturgess, Hugh Grant - e cada ator/atriz interpreta um personagem diferente em cada história. O roteiro prevê uma única ligação entre eles, a reencarnação, basicamente. Um personagem de cada história leva uma marca de nascença no formato de uma estrela cadente, esse é o símbolo que confirma que aquelas pessoas são na verdade a mesma pessoa, mas vivendo vidas diferentes. Interessante.
Um passado distante
Audácia é a palavra mais apropriada para definir A Viagem, mas isso não significa êxito, de forma alguma. Por vezes, A Viagem confunde a mente, é normal que no meio da jornada se pergunte "Mas o que é que eu estou assistindo mesmo?", "O que esses caras estão tentando me dizer?". Esse é o problema de um roteiro tão intrincado que implica num filme com uma montagem por vezes caótica, não é raro se perder a atenção no meio da história. Ainda mais ao saber que a mesma é percorrida em lentas 2 horas e 52 minutos. Isso só pode significar uma coisa - A Viagem é mesmo uma viagem e nem sempre de toda compensadora.
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