Os primeiros passos de uma complicada comunicação |
A CHEGADA (Arrival / 2016) - De 2013 pra cá, Dennis Villeneuve tem trabalho bastante. Já dirigiu cinco filmes nesse período, entre eles o novo Blade Runner 2049, além do médico Sicario e do bom Os Suspeitos. Todos com elencos estrelados. E agora entrega A Chegada, o maior sucesso da sua carreira, tendo levado oito indicações na premiação máxima do cinema. E mesmo que não leve nenhuma estatueta - o que eu particularmente acho difícil - pode ser apontado, sem sombra de dúvidas, como um dos grandes filmes de ficção científica dos últimos anos, juntamente com Interestelar.
Villeneuve dirige Adams |
A Chegada começa com imagens de Louise (Amy Adams) e sua filha pequena. Em rápidos momentos vemos a aproximação de mãe e filha por várias etapas das vida. Aqui, as imagens retratadas e o tom contemplativo e poético que Villeneuve emprega lembram muito A Árvore da Vida de Terrence Malick.
Da noite pro dia numa jornada que poderá o mudar o destino do planeta |
Louise é professora de linguística, especialista em desvendar idiomas e subitamente se vê dentro de um helicóptero sendo levada para um campo aberto por uma equipe de militares liderada por Webber (Forest Whitaker). Junto com ela o matemático Ian (Jeremy Renner).
SPOILERS
Doze naves alienígenas estão "estacionadas" em diferentes lugares do planeta. E mais - um contato já foi estabelecido com os visitantes - a cada duas horas uma "porta" se abre nas naves, permitindo que uma equipe entre lá e tenha contato com os ETS. O principal objetivo é descobrir o motivo da visita deles. Ele estariam para nos dominar ou apenas a passeio?
As naves - conchas com quase 5 quilômetros de altura |
Louise cria um método complexo e a cada visita à nave se aproxima mais dos visitantes a ponto de criar uma linguagem comum entre as duas raças. A comunicação passa a ser possível. E aí começam também os problemas. A China, outro país que recebe a visita de uma das naves, declara guerra aos ETS e recebe apoio de Rússia e Paquistão. Começa a luta de Louise e Ian para evitar que tudo se transforme numa batalha entre espécies.
Matemática puira |
Há cerca de 30 minutos do fim, o roteiro - adaptado de um conto escrito em 1998 chamado "Story of Your Life" - dá uma guinada e encaixa as pontas soltas de uma forma... inimaginável até. A Chegada se torna uma viagem pela vida através do tempo, onde presente e passado se misturam e se anulam, e o futuro se torna uma resposta ao passado.
Dentro da nave - a busca pelo desconhecido |
A história dela com os alienígenas, na verdade é o presente e as imagens dela com a filha - que imaginássemos serem flashbacks - são o futuro. Essa solução é apresentada de forma tão leve que ganha peso, força e nos convida à reflexão, até o fim dos créditos.
No final, a visita dos ETS se torna apenas um pretexto para algo muito maior - o significado da vida e de como nos preocupamos com coisas muito maiores quando na verdade damos de ombros para coisas importantíssimas e simples que acontecem com cada um de nós todos os dias.
Símbolos à desvendar |
No final, a visita dos ETS se torna apenas um pretexto para algo muito maior - o significado da vida e de como nos preocupamos com coisas muito maiores quando na verdade damos de ombros para coisas importantíssimas e simples que acontecem com cada um de nós todos os dias.
FIM DOS SPOILERS
Um dos grandes exemplos de filme "mind-blowing", aqueles que são um verdadeiro tapa na cara devido a uma virada maravilhosa e inesperada na história. Respeito ao roteiro, à direção e aos atores, principalmente Amy Adams, que carrega boa parte das cenas sozinhas, contemplando o silêncio, enquanto busca respostas para o que tem e para o que virá.
Veja abaixo o trailer de A Chegada.
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