Família em dia feliz de pesca |
MANCHESTER À BEIRA MAR (Manchester By the Sea / 2016) - Matt Damon era o dono da ideia e do projeto por um bom tempo. Ele criou os personagens, desenvolveu um pré-roteiro, mas abandonou tudo por conflitos na agenda. Coube ao amigo Kenneth Lonergan tocar o barco. Lonergan gostou tanto do pré-roteiro que desenvolveu ainda mais o trabalho e aceitou assumir a direção do longa, depois de 11 anos sem assinar um filme.
Damon e Lonergan |
Damon era a escolha óbvia para estrelar o filme, mas coube a um ator menos conhecido do grande público assumir o papel principal. Casey Affleck - que já havia concorrido ao Oscar e ao Globo de Ouro pelo arrastado O assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford. Ele é irmão de Ben Affleck e amigo de infância de Damon.
O zelador |
Em Manchester à Beira Mar, Lee (Affleck) é o zelador em um condomínio de apartamentos em Boston. Ganha um salário mínimo para desentupir privadas, limpar calhas, tirar o gelo da entrada e etc. Tudo isso aguentando ainda o mal humor dos moradores. Lee tem fala mansa, voz baixa daquelas que falham quando saem da boca, e um olhar sereno, mas que se inflama por pouco. Depois de beber, ele costumeiramente arruma brigas no bar local apenas por olharem para ele. Um cara odioso... à princípio.
Ele recebe uma ligação informando que o irmão, que tinha uma doença rara no coração, acaba de falecer. Lee larga tudo e encara 1 hora e meia de estrada até chegar à Manchester, a cidade da infância, onde morava com toda a família. Lá, ele reconhece o corpo do irmão no hospital e começa os procedimentos do funeral.
O choque com a perda do irmão só faz com que Lee se feche ainda mais. Sua mente viaja e é através de flashbacks que as peças do quebra cabeça começam a se encaixar. Descobrimos que, pouco tempo antes, Lee era um cara normal, amoroso que vivia com a esposa Randi (Michelle Williams) e os três filhos pequenos. Mas uma noite de bebedeira com os amigos em casa resulta em um erro bobo, que mudaria sua vida. Ele acende a lareira, não coloca a proteção, uma das madeiras rola e incendeia a casa toda. A esposa é salva, as crianças não. Começamos a entender melhor porque aquele cara odioso é tão fechado.
Pelo testamento, o irmão coloca seu filho adolescente Patrick sob a guarda de Lee, já que a mãe deste casou de novo e sumiu do mapa. E agora os dois "cabeça-dura" tem que aprender a levar a vida juntos nesses primeiros momentos quando tudo se perde.
Lonergan acerta na mão em respeitar o público, principalmente ao não ser tão didático em alguns momentos - a própria história trata de explicar o que é flashback e o que não é. Aqui não se usa claquetes, mudanças de trilha ou iluminação para mostrar que algo é passado e presente.
Mais do que isso - a história não apenas mostra as dores dos personagens, ela te convida a entrar e enfrentar aquelas dores juntos com eles. Na verdade não é bem um convite - está mais para uma intimação. O filme te puxa junto.
Manchester à Beira Mar é um filme de descobertas através de um processo de amadurecimento. Casey Affleck faz do calado e explosivo Lee o alicerce que precisava para se firmar de vez na carreira - ele já levou o Globo de Ouro por esta interpretação e pode levar o Oscar também. E merece, é um trabalho notável.
Veja abaixo o trailer de Manchester à Beira Mar.
O telefone toca e tudo muda |
Ele recebe uma ligação informando que o irmão, que tinha uma doença rara no coração, acaba de falecer. Lee larga tudo e encara 1 hora e meia de estrada até chegar à Manchester, a cidade da infância, onde morava com toda a família. Lá, ele reconhece o corpo do irmão no hospital e começa os procedimentos do funeral.
SPOILERS
O choque com a perda do irmão só faz com que Lee se feche ainda mais. Sua mente viaja e é através de flashbacks que as peças do quebra cabeça começam a se encaixar. Descobrimos que, pouco tempo antes, Lee era um cara normal, amoroso que vivia com a esposa Randi (Michelle Williams) e os três filhos pequenos. Mas uma noite de bebedeira com os amigos em casa resulta em um erro bobo, que mudaria sua vida. Ele acende a lareira, não coloca a proteção, uma das madeiras rola e incendeia a casa toda. A esposa é salva, as crianças não. Começamos a entender melhor porque aquele cara odioso é tão fechado.
Lee e o sobrinho Patrick |
Pelo testamento, o irmão coloca seu filho adolescente Patrick sob a guarda de Lee, já que a mãe deste casou de novo e sumiu do mapa. E agora os dois "cabeça-dura" tem que aprender a levar a vida juntos nesses primeiros momentos quando tudo se perde.
FIM DOS SPOILERS
Lonergan acerta na mão em respeitar o público, principalmente ao não ser tão didático em alguns momentos - a própria história trata de explicar o que é flashback e o que não é. Aqui não se usa claquetes, mudanças de trilha ou iluminação para mostrar que algo é passado e presente.
Michelle Williams em atuação aclamada |
Mais do que isso - a história não apenas mostra as dores dos personagens, ela te convida a entrar e enfrentar aquelas dores juntos com eles. Na verdade não é bem um convite - está mais para uma intimação. O filme te puxa junto.
Abraço de irmão |
Manchester à Beira Mar é um filme de descobertas através de um processo de amadurecimento. Casey Affleck faz do calado e explosivo Lee o alicerce que precisava para se firmar de vez na carreira - ele já levou o Globo de Ouro por esta interpretação e pode levar o Oscar também. E merece, é um trabalho notável.
Veja abaixo o trailer de Manchester à Beira Mar.
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