NÃO! NÃO OLHE! (Nope / 2022) – Jordan Peele tem uma carreira curta, mas marcante. E com uma assinatura toda própria. O terror é um tema recorrente (Corra!, Nós) e não poderia ser diferente com este Não! Não Olhe! Peele também gosta de brincar com gêneros. Aqui, ele mistura ficção científica com faroeste, e claro, terror. Uma verdadeira salada à lá Peele.
Embora sempre competente e abusando de cenas e momentos
memoráveis, Peele não mantém a escrita neste Não! Não Olhe!. A história não é
tão profunda e cheia de camadas como nos seus filmes anteriores. Falta algo aqui.
O filme se passa numa fazenda afastada e conta a história de
uma família dedicada a criar cavalos usados em comerciais e filmes. O patriarca
da família morre após ser atingido por uma “chuva de metais”. Ninguém entende
nada. O filho OJ (o ótimo Daniel Kaluuya) assume os negócios e conta com a
falastrona irmã Emerald (Keke Palmer).
O problema está em um fenômeno extraterrestre que acontece durante a noite. Um OVNI gigantesco abre um bocão e engole tudo o que vê pela frente, em especial cavalos, por quem o OVNI parece ter um carinho maior. Mas ele abduz também pessoas, enquanto Emerald e OJ tentam à todo custo se defender e defender os cavalos da fazenda.
OJ descobre, ao reviver uma lembrança de um dos seus cavalos, que o melhor à fazer é nunca olhar diretamente para o perigo - no caso o OVNI - e assim ele se desinteressa pela presa. Daí o nome do filme... Não! Não Olhe!
Não! Não Olhe! tem em Kaluuya a sua melhor coisa. Nem mesmo as cenas marcantes, um carimbo de Peele, estão aqui. Na verdade o roteiro, também escrito por Peele, faz um paralelo sobre a violência sofrida pelos cavalos na fazenda com uma tragédia que aconteceu num programa de auditório nos anos 90. É sobre um chimpanzé, Gordy, que perdeu o controle no meio de uma gravação e saiu matando os atores com quem contracenava. Uma historia inspirada levemente na história real de Charla Nash, que teve o rosto desfigurado por um macaco em 1997. Enfim, Peele fez esse paralelo para abordar como os animais selvagens são tratados em ambientes que não são os seus de origem.
À meu ver, o tiro saiu pela culatra... a historia do
chimpanzé Gordy, que obviamente tem bem menos espaço do que a história dos
cavalos, é muito mais interessante. Fiquei muito mais interessado em um filme sobre a tragédia de Gordy do que sobre o OVNI, os cavalos e tudo mais.
Veja abaixo o trailer de
Nenhum comentário:
Postar um comentário