quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

AMOR À QUEIMA ROUPA (1993)

Uma paixão avassaladora

AMOR À QUEIMA ROUPA (True Romance / 1993) - Tudo começou pelas mãos de Roger Avary, diretor, produtor e cineasta canadense. Ele escreveu um roteiro maluco de 50 páginas sobre um casal errante fugindo da lei. Quentin Tarantino, amigo próximo, deu uma incrementada. Quentin, que trabalhava numa locadora de filmes, devolveu um calhamaço escrito à mão com mais de 500 páginas, que Avary chamou de "a Bíblia da cultura pop". O roteiro, muito grande para virar um filme, foi dividido em dois - Assassinos por Natureza e Amor à Queima Roupa.

Referências a cultura pop não podem faltar num roteiro de Tarantino

O filme dirigido por Tony Scott tem muitos atores e atrizes desconhecidos na época, mas que alcançariam o estrelato em breve, como Christian Slater, Patricia Arquette, Samuel L. Jackson, Brad Pitt, Val Kilmer, Gary Oldman, James Gandolfini, Chris Penn e até Jack Black, em uma cena que não seria aproveitada. Além deles, Dennis Hopper e Christophen Walken, que já eram astros. Amor à Queima Roupa é um filme pra lá de estrelado.  

A lista de estrelas de True Romance

A história tem em Clarence (Christian Slater) e Alabama (Patricia Arquette) o grande motor. Os dois se conhecem e se apaixonam profundamente em uma noite. Clarence quer limpar o passado da nova namorada, que não passava de uma prostituta, e vai acertar as contas com o cafetão Drexl (Gary Oldman). Numa briga violenta Drexl acaba morto e Clarence foge levando uma mala, que acredita ter as roupas de Alabama, mas a mala está cheia de cocaína.

A violência crescente em cada cena

Clarence - o personagem mais autobiográfico já criado por Tarantino, segundo o próprio diretor - segue com Alabama ao encontro de Clifford (Dennis Hopper), seu pai. Depois que o casal segue o caminho, Clifford é torturado e morto por Vincenzo (Christopher Walken), o gângster siciliano, que está atrás da cocaína roubada que é de sua propriedade.

Walken mafioso

O casal segue para Hollywood e pretende vender a droga para um grande produtor de cinema. A polícia descobre a história e instala um microfone na roupa de um dos amigos do produtor, para que todos sejam presos em flagrante quando a negociação pela droga for realizada. Algo dá errado, começa um tiroteio feroz e todos morrem, exceto Alabama e Clarence, que sai muito ferido.

Alabama em problemas

Sem alternativas, o casal apaixonado segue para o México e numa cena que se passa alguns anos à frente, um menino - interpretado pelo filho da atriz Patricia Arquette - brinca com Clarence na praia e Alabama assiste sorrindo. Estão felizes.Vivendo um verdadeiro romance.

Nada impede o sucesso do casal

Um filme com a cara do Tarantino, entupido de referências da cultura pop - de Superman, Elvis, cinema de kung fu dos anos 70 com Sonny Chiba (que viveria Hattori Hanzo em Kill Bill vol. 2), HQ e televisões ligadas em filmes antigos, além de muitos e muitos diálogos sobre cinema.

Amigos enroscados até o pescoço

Os óculos vistos em Christian Slater em boa parte de Amor à Queima Roupa são os mesmos usados por Uma Thurman em Kill Bill vol. 1, na sequência em que ela escapa do hospital após sair do coma.

Os óculos de Slater em True Romance...

... é o mesmo usado por Thurman em Kill Bill 

Um roteiro rocambolesco, cheio de pequenos criminosos do dia a dia, cada um mais perigoso do que o outro. Ninguém é totalmente santo aqui. Isso é muito Tarantino. Alguns até contam este Amor À Queima Roupa como fazendo parte dos filmes do universo Tarantino, apesar de ele não ter assumido a direção. Pode até ser, foi mesmo um grande laboratório para o futuro cineasta que tinha acabado de lançar Cães de Aluguel que contou com uma ajuda no roteiro de Roger Avary, seu amigo mais próximo naqueles primeiros passos na carreira.
Veja abaixo o trecho final de Amor À Queima Roupa.



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