sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

STEVE JOBS (2015)

Fassbender vive Steve Jobs

STEVE JOBS (2015) - A primeira cinebiografia do CEO da Apple de 2013 não deixou lá marcas muito boas... ou mesmo relevantes. Ashton Kutcher deu o seu talento - que não é lá muita coisa, convenhamos - e interpretou um Steve Jobs idêntico na aparência... e só. O filme não inovou, não ousou e se deixou levar por uma construção pautada nos fatos óbvios da vida de Jobs - o começo difícil, a batalha pelo reconhecimento, as brigas entre os colegas de trabalho, a doença e a morte. Nessa ordem.

O filme de 2013 com Kutcher no papel principal

Steve Jobs, filme dirigido por Danny Boyle e com Michael Fassbender e Kate Winslet, tem alguns pontos que fazem total diferença... justamente a presença de Boyle, Fassbender e Winslet. Seria injusto se não citasse o roteirista Aaron Sorkin que concorreu ao Oscar por O Homem que Mudou o Jogo e levou o prêmio por A Rede Social.

Boyle em ação

O roteiro por sinal é muito simples, enxuto e talvez por isso mesmo funcione tão bem. Ele aborda três lançamentos marcantes da vida profissional de Jobs - o Macintosh em 1984, o Next em 1988 e o iMac em 1998. Todo o desenvolvimento da trama acontece pouco antes de cada um desses lançamentos, nos bastidores, no camarim, sempre em um ambiente pré-palco.

Três lançamentos de Jobs - a espinha dorsal do filme

Neste ambiente, nós viajamos pelos relacionamentos conturbados com seu melhor amigo e parceiro Steve Wozniak (vivido burocraticamente por Seth Rogen), com a sua ex-esposa e sua enteada - a quem ele não reconhece como filha e até a maltrata. Aliás, a jovem Lisa na terceira fase - em 98 - é interpretada por Perla Haney-Jardine, filha de Uma Thurman em Kill Bill - volume 2. E mais, sabia que ela é brasileira???

A brasileira filha de Steve Jobs

Mas é a personagem de Kate Winslet a mais próxima de Jobs. Ela é uma espécie de secretária, que está ao lado dele o tempo todo, segurando a onda e suportando os mandos e desmandos de Jobs. Se não fosse por ela, Jobs seria uma pessoa ainda mais desconectada do mundo, como se vivesse num balão descontrolado voando por aí. É interessante observar nos três "capítulos" do filme como Winslet se transforma, tanto na forma de falar, de agir, até mesmo de se vestir, deixando claro que o amadurecimento dela significa seu afastamento de Jobs.

Winslet é a ligação de Jobs com o mundo

Fassbender é um ator de raro talento, encarna um vilão como ninguém. E para incorporar Steve Jobs tem que ter um pouco de vilão. Ele consegue transparecer algo que poucas vezes vimos - um Steve Jobs humano, que falha e está longe de ser perfeito. Tudo isso ao mesmo tempo que compreendemos como ele chegou ao status de gênio no ramo da computação. Fassbender balanceia muito bem as fraquezas (escondidas lá dentro, que quase ninguém vê) com o discurso forte que fizeram de Jobs uma figura notável.

Finalmente na interpretação alguém à altura de Jobs 

Steve Jobs é um filme que aborda os erros de Jobs, ao contrário do filme de 2013 que se focou na genialidade do mito. No filme de Boyle, ele falha como amigo, falha como pai, falha como marido, falha como chefe. É enfim, um ser humano como outro qualquer.
Veja abaixo o trailer de Steve Jobs.




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