quarta-feira, 11 de maio de 2016

A OUTRA (Another Woman / 1988)

Marion e seu desejo de escrever

A OUTRA (Another Woman / 1988) - Woody Allen nunca escondeu as suas grandes influências, seus grandes ídolos e os homenageia sempre que pode. Nas obras do diretor americano tem muito dos Irmãos Marx, principalmente no começo da carreira no final dos anos 60 e início dos 70 com seus pastelões. Mais pra frente, mais precisamente 1978, ele lançou Interiores e dez anos depois A Outra, ambos com forte influência do diretor sueco Ingmar Bergman.

Woody no set com Rowlands

A Outra conta a história de Marion (Gena Rowlands) , uma mulher de classe média alta que acaba de chegar aos 50 anos. Ela decide tirar uns dias de folga no trabalho para escrever um livro. Marion, admiradora da cultura alemã, principalmente seus poetas e filósofos, se refugia em um apartamento alugado para poder se concentrar mais no livro, mas ela passa a ser influenciada pelas vozes que vazam do apartamento ao lado. Pela ventilação, ela ouve a voz de uma mulher que está em consulta com o psicólogo e passa a ficar intrigada com ela.

Uma mulher vivendo de aparências, despertada por uma voz misteriosa

A mulher se chama Hope (Mia Farrow) e leva uma vida triste, está grávida mas pretende se matar. Marion deixa que as histórias da mulher influenciam seu trabalho e sua vida. Dessa forma, ela mesma - Marion - passa a questionar sua vida, será que a vida dela é tão segura quanto ela mesmo imagina?

Casada, rica... mas com uma vida vazia

Seu casamento com Ken é frio, eles não brigam mas a relação não é a mesma há anos. Amigas antigas se mostram não tão amigas assim, cheias de ressentimentos e acusações de adultério. A relação com o irmão também é distante. E Marion não consegue parar de pensar num amor quente (com o personagem de Gene Hackman), que ela teve oportunidade de levar adiante, mas desistiu na última hora. 

Um relacionamento que já viveu melhores dias

A partir daí sua vida começa a desmoronar. Depois de ficar fascinada e de certa forma conectada com os anseios e as ilusões daquela mulher que ela ouve através da parede do seu apartamento, Marion percebe que passou toda a vida se blindando dos reais sentimentos. O resultado? Uma vida cheia... do mais completo vazio.

Marion, sozinha mesmo ao lado do marido e amigos

Na metade da história, quando Marion já está se desmanchando, Woody entrega grandes sequências, como quando em um sonho (ou seria pesadelo) Marion se vê num palco de teatro e assiste a sua vida e seus problemas conjugais retratados. Depois, tem uma conversa com o amor da sua vida, que casou e teve uma filha. Woody revisitaria a influência teatral ainda inúmeras vezes, como na comédia Poderosa Afrodite

Marion visita a casa antiga e revê o passado

Woody, mais uma vez, leva para as telonas um personagem que anseia um dos seus maiores desejos - se tornar um escritor (no caso do filme escritora). Mia Farrow, a musa do diretor à época, era a escolhida para viver a personagem principal, mas como ela estava grávida, não poderia se dedicar integralmente às filmagens. Woody então, deu a ela o papel de Hope, a mulher que abre o coração no psicólogo e influencia o trabalho de Gena Rowlands, que vive Marion. 
Veja abaixo o trailer de A Outra.



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