sexta-feira, 5 de maio de 2017

O ÓDIO (1995)

O retrato da juventude da periferia francesa

O ÓDIO (Le Haine / 1995) - Paris, a cidade luz. Berço de nomes imortais das mais diversas artes. Local romântico com restaurantes às margens do Sena. Galerias, bibliotecas, catedrais, cafés charmosos, além é claro da Torre Eiffel. Tudo o que qualquer turista sempre espera encontrar quando vai pra Paris é o que menos se encontra aqui em O Ódio, o longa metragem que lançou o nome do diretor Mathieu Kassovitz no mundo do cinema.

Reunião de elenco e o diretor, de blusa preta 

Kassovitz também é ator. De nome talvez não seja tão fácil de reconhecê-lo, mas o diretor de O Ódio interpretou Nino, o estranho namorado da não menos estranha Amelie Poulain. Lembra dele?

Kassovitz em primeiro plano

Em O Ódio a cidade luz nunca foi tão cinza, ela é toda retratada em PB. E não é à toa. O filme acompanha a trajetória de três amigos do subúrbio francês - Vincent, Hubert e Said. Eles vivem num mundo cercado de drogas, violência e falta total de perspectiva. As rodas de jovens passam o dia sentados, conversando e arrumando confusão. Principalmente com a polícia.

Esqueça aquela Paris romântica

A polícia por sinal sempre trata os moradores dessas regiões de forma truculenta, principalmente os jovens, que não precisam de grandes motivos para iniciar uma confusão. E foi numa dessas confusões que eles feriram seriamente Abdel, outo jovem local, que acaba em coma no hospital.

O trio pelas ruas da cidade cinza

Vincent está decidido a matar um policial caso Abel morra no hospital. E para isso ele mostra aos amigos uma arma de um policial que ele achou por acaso. Daí pra frente ele carrega essa arma para todo lugar, embora isso desperte o desprezo, principalmente de Hubert, que profere a famosa frase que dá título ao filme "ódio gera ódio". Eles seguem para Paris para cobrar uma dívida e acabam se metendo em mais confusão com outras gangues e uma turma de skinheads. Chegam ao subúrbio na manhã e uma surpresa põe um fim abrupto à aventura e ao filme.

Cassel, em um dos seus primeiros filmes

Por O Ódio, Kassovitz levou a Palma de Ouro e reconhecimento mundial. Chegou a ser comparado com Spike Lee que havia lançado um filme de temática muito parecida - Faça a Coisa Certa - seis anos antes.

Periferia francesa, outro personagem do filme

O filme é enxuto - tem pouco menos de uma hora e meia - e tão cru que nem deixa espaço pra pensar. É aí que o discurso direto sem qualquer rodeio ganha ainda mais força. A interpretação explosiva, principalmente de Vincent Cassel, que fazia ali a sua estréia no grande cinema, dão um ar ainda maior de realidade ao filme que cobre de cinza a cidade luz.
Veja abaixo o trailer de O Ódio


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