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Mary, Katherine e Dorothy |
ESTRELAS ALÉM DO TEMPO (Hidden Figures / 2016) - Uma história real que envolve preconceito racial e a briga entre EUA x Rússia para chegar primeiro ao espaço. Do tipo que os velhinhos da academia adoram. Por isso,
Estrelas Além do Tempo concorre ao Oscar de melhor filme, além de roteiro adaptado e atriz coadjuvante com
Octavia Spencer, a mesma que já levou a estatueta por
Histórias Cruzadas.
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A verdadeira Dorothy, a primeira da esquerda |
O filme se passa no começo da década de 60 no meio da corrida espacial. Três amigas negras - Katherine, Dorothy e Mary - trabalham na Nasa em uma sala voltada às pessoas de cor. O diretor
Theodore Melfi mostra a segregação no dia a dia dos negros, como os bebedouros separados nas ruas, os ônibus com indicações de assento, a biblioteca pública com separação entre livros para brancos e negros.
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A sala das mulheres de cor |
Há 800 metros da sala onde as três amigas trabalham, Langley (
Kevin Costner, sem sal como sempre) comanda com mãos de ferro o setor de projetos especiais da Nasa. O clima dentro da empresa é de pressão, principalmente porque eles acabam de acompanhar a primeira vitória russa ao mandar Yuri Gagarin para o espaço em 1961.
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O homem que dá as cartas por ali |
O desbocado Paul (
Jim Parsons, ainda tentando se livrar da capa de Sheldon do
Big Bang Theory) faz um dos engenheiros chefes da equipe de Langley. Ele é responsável pelos cálculos matemáticos que garantem um lançamento e um pouso seguro dos astronautas. Seu trabalho, assim como de todos do setor, ainda não surtiu o efeito esperado.
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Tentando se livrar de Sheldon |
Em determinado momento, Langley precisa de um expert em matemática para fazer o projeto avançar. A secretária (
Kirsten Dunst) lembra de Katherine Goble, que sempre foi ótima com números, tendo se formado no colégio aos 14 anos e na universidade aos 18.
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Katherine real e a atriz |
Assim que entra na sala Katherine chama a atenção de todos - afinal como uma mulher de cor se atreve a querer se tratada como igual no começo dos anos 60, principalmente num ambiente totalmente masculino como a sala de engenharia espacial da Nasa? Ela recebe um café especial designado só para pessoas de cor e precisa correr aqueles 800 metros todos os dias apenas para ir ao banheiro, já que não existem banheiros destinados à pessoas de cor no prédio onde trabalha.
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Katherine e as duas amigas a caminho da Nasa |
Pouco tempo depois, chegam grandes computadores IBM para resolver os cálculos matemáticos, mas ninguém consegue fazê-los funcionar direito. Cabe à Dorothy (
Octavia Spencer) ajudar a reformular o setor ao se tornar gerente do lugar.
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Ela comanda a área dos computadores |
Mary também não fica atrás. É a mais nova e mais descarada das três amigas. Por isso mesmo acaba se tornando a primeira mulher negra a cursar engenharia espacial em uma faculdade só para brancos. O discurso inflamado convenceu e emocionou o juiz que avaliava a questão anteriormente como um caso perdido.
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Estranha no ninho |
As três mulheres negras transformaram o lugar. Elas são as figuras escondidas (como promete o título original) que passavam despercebidas e de repente começaram a fazer a diferença. Sem elas, principalmente Katherine, muitas conquistas espaciais do futuro não teriam sido alcançadas.
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Destaque num ambiente masculino |
Uma história incrível com alguns pontos fracos, entre eles a atuação de
Costner e
Parsons. A direção de
Melfi é segura, mas embora a mensagem do filme seja marcante ela é entregue sem pontos de virada ou rodeios. É aquele tipo de filme que começa e você já sabe bem como termina, espera apenas pelas pedrinhas no meio do percurso, que nesse caso não existem.
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Cálculos especiais... e espaciais |
É do tipo de filme correto e que não poderia ser esquecido na noite máxima do cinema norte americano, mas aí a pensar nele como um dos favoritos... já é um pouco demais.
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Mulheres que fizeram diferença |
Estrelas Além do Tempo, além de ter um título em português horroroso, sofre pelo didatismo e pelo tom exageradamente correto de
Melfi. Pecou pela falta de ousadia, o que sobrou para as três mulheres negras naquele comecinho dos anos 60.
Um comentário:
Gostei do filme mas não é uma trama muito elaborada, e pode-se dizer que até um pouco raso, mas é um filme gostoso de se assistir. Eu amo ler livros, cada um é diferente na narrativa e nos personagens, é bom que cada vez mais diretores e atores se aventurem a realizar filmes baseados em livros. Também adorei 7 Minutos Depois da Meia Noite é um dos melhores filmes sobre livros, porque tem toda a essência do livro mais sem dúvida teve uma grande equipe de produção. É muito inspiradora, realmente a recomendo.
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