quinta-feira, 30 de maio de 2024
A BOLHA ASSASSINA (1958/1988)
segunda-feira, 27 de maio de 2024
TENET (2020)
TENET (2020) – Seria loucura dizer que Tenet não é um filme impressionante. Seria maluquice afirmar que Tenet não é espetacular. Eu estaria doido se escrevesse aqui que Tenet é um filme comum. Nada disso. Mas... Tenet tem alguns sérios problemas.
A história gira em torno de um agente secreto interpretado por John David Washington de Infiltrado na Klan,
que tenta se firmar como um grande nome de filmes de ação, assim como o é seu
pai, Denzel Washington. Tenet brinca com viagem no tempo mas de um jeito
único... as pessoas do tempo presente vivem normalmente e os objetos e pessoas
vindas do futuro se movimentam no tempo contrário, de trás pra frente. Isso faz
com que o tempo seja como um palíndromo, que vai pra frente e pra trás na mesma
velocidade e, quando se cruzam, vão ao mesmo tempo.
É difícil explicar no texto e acredite... também é difícil de entender vendo o filme de Nolan. Aqui você não pode piscar, senão perde uma explicação e isso estraga completamente a experiência. E Nolan parece aqui não fazer nenhuma questão de que o público entenda o filme. Ele lança a história do jeito que quer e quem conseguir que acompanhe. Um problema isso, hein Nolan?
O longa demora para engatar, o roteiro tem barrigas enormes
e desnecessárias, personagens inúteis (como o de Michael Caine), uma simples
revisão já ajudaria muito a cortar essas grandes rebarbas. E do
meio pro final, ele encavala uma sequência desenfreada de cenas de ação, é quando o filme
engata pra valer, mas depois de remar tanto no começo fica difícil se
reconectar mais pra frente.
As cenas de ação são realmente impressionantes. Esse jogo
criado pelo Nolan de em uma mesma cena ter dois tempos diferentes acontecendo,
é impressionante. E bonito visualmente. O roteiro também prevê umas cenas que são
retomadas em tempos diferentes do longa, o que dá para vê-la de formas
diferentes. Nolan se mostra aqui cheio com a criatividade pra lá de afiada.
Mas esse Nolan não está aqui no seu melhor, como em Amnésia, Interestelar, A Origem e Dunkirk. Tenet fica ali no meio da lista, mais pra baixo. O filme é, sem dúvida, para se ver muitas vezes. Não que seja maravilhoso, essencial, incrível... nada disso. É para poder entender a história rocambolesca e intrincada que Nolan cria.
Veja abaixo o trailer de Tenet.
quinta-feira, 23 de maio de 2024
ANIVERSÁRIO MACABRO (1972)
segunda-feira, 20 de maio de 2024
NÃO! NÃO OLHE! (2022)
NÃO! NÃO OLHE! (Nope / 2022) – Jordan Peele tem uma carreira curta, mas marcante. E com uma assinatura toda própria. O terror é um tema recorrente (Corra!, Nós) e não poderia ser diferente com este Não! Não Olhe! Peele também gosta de brincar com gêneros. Aqui, ele mistura ficção científica com faroeste, e claro, terror. Uma verdadeira salada à lá Peele.
Embora sempre competente e abusando de cenas e momentos
memoráveis, Peele não mantém a escrita neste Não! Não Olhe!. A história não é
tão profunda e cheia de camadas como nos seus filmes anteriores. Falta algo aqui.
O filme se passa numa fazenda afastada e conta a história de
uma família dedicada a criar cavalos usados em comerciais e filmes. O patriarca
da família morre após ser atingido por uma “chuva de metais”. Ninguém entende
nada. O filho OJ (o ótimo Daniel Kaluuya) assume os negócios e conta com a
falastrona irmã Emerald (Keke Palmer).
O problema está em um fenômeno extraterrestre que acontece durante a noite. Um OVNI gigantesco abre um bocão e engole tudo o que vê pela frente, em especial cavalos, por quem o OVNI parece ter um carinho maior. Mas ele abduz também pessoas, enquanto Emerald e OJ tentam à todo custo se defender e defender os cavalos da fazenda.
OJ descobre, ao reviver uma lembrança de um dos seus cavalos, que o melhor à fazer é nunca olhar diretamente para o perigo - no caso o OVNI - e assim ele se desinteressa pela presa. Daí o nome do filme... Não! Não Olhe!
Não! Não Olhe! tem em Kaluuya a sua melhor coisa. Nem mesmo as cenas marcantes, um carimbo de Peele, estão aqui. Na verdade o roteiro, também escrito por Peele, faz um paralelo sobre a violência sofrida pelos cavalos na fazenda com uma tragédia que aconteceu num programa de auditório nos anos 90. É sobre um chimpanzé, Gordy, que perdeu o controle no meio de uma gravação e saiu matando os atores com quem contracenava. Uma historia inspirada levemente na história real de Charla Nash, que teve o rosto desfigurado por um macaco em 1997. Enfim, Peele fez esse paralelo para abordar como os animais selvagens são tratados em ambientes que não são os seus de origem.
À meu ver, o tiro saiu pela culatra... a historia do
chimpanzé Gordy, que obviamente tem bem menos espaço do que a história dos
cavalos, é muito mais interessante. Fiquei muito mais interessado em um filme sobre a tragédia de Gordy do que sobre o OVNI, os cavalos e tudo mais.
Veja abaixo o trailer de
sexta-feira, 17 de maio de 2024
O PAGAMENTO FINAL (1993)
O PAGAMENTO FINAL (Carlito´s Way / 1993) - Brian De Palma não iria dirigir este filme. Chegou a recusar algumas vezes. Muito por conta das similaridades com um clássico do próprio De Palma de dez anos antes - Scarface. Histórias parecidas, sim. Mas não iguais. Sua amizade com Al Pacino foi decisiva e dizem que o astro influenciou na decisão do diretor.
segunda-feira, 13 de maio de 2024
POBRES CRIATURAS (2023)
POBRES CRIATURAS (Poor Things / 2023) – Amo os filmes de Yorgos Lanthimos. Esse diretor grego conta histórias nada comuns usando personagens e situações que desafiam, chocam e ficam com a gente, mesmo depois do fim do filme. Em Dente Canino e O Sacrifício do Cervo Sagrado, Lanthimos se mostrou um cineasta com gosto peculiar pelo bizarro. Em O Lagosta ele optou por uma distopia maravilhosa e em A Favorita, ele aceitou o desafio de pegar um projeto em andamento e por isso mal conseguiu dar a sua cara. E isso é justamente o que não acontece em Pobres Criaturas.
Aqui ele cria o mundo que imaginou. Me arrisco dizer que Lanthimos nunca tenha se sentido tão à vontade durante uma produção. O filme
tem uma assinatura, uma cara, uma digital muito própria, assim como Burton e Nolan imprimem em suas obras. O que me fez ser ainda mais fã do cineasta.
Emma Stone produz o longa e interpreta Bella, uma espécie de
Frankenstein feminina. O seu “pai” é um cientista maluco vivido por WillemDafoe que regata seu corpo do rio Tâmisa em Londres, e faz uma operação maluca,
colocando nela o cérebro do feto que ela carregava na barriga. Bella sobrevive, mas
com sérios problemas cognitivos de fala
e coordenação motora.
Ela começa a se desenvolver bem lentamente e aprende a usar
o sexo como forma de se divertir e usar os parceiros. Vale ressaltar que Stone nunca esteve tão desinibida num filme antes. Mas nada aqui é sensual... é tudo cru,
mecânico, puramente carnal, porque Bella nem sabe fazer de outra forma. Tudo é
visto do ponto de vista dela. É ela quem começa e termina seus breves
relacionamentos, o que deixa seus parceiros enfurecidos.
Como o mulherengo Duncan, vivido por Mark Ruffalo, que fica
perdidamente apaixonado por ela, justamente pelo fato de ela ser completamente
diferente de qualquer outra mulher. Ela faz o que quer, vai para onde quer e do jeito
que quer, quando quer. Ela roda várias partes do mundo ao lado de Duncan.
Aliás, o mundo criado por Lanthimos é fenomenal. Tudo é
colorido, com formas e tamanhos curiosos, bem diferentes dos comuns. O colorido
do mediterrâneo português, a brancura da neve francesa em contraste com o
colorido forte e gasto do cabaré, o cinza londrino... tudo é pensado à dedo e
muito bem executado pela equipe comandada por Lanthimos. Pobres Criaturas é sem dúvida, o filme mais bem acabado
e caprichado do cineasta.
Ainda acho inferior a outros filmes de Lanthimos, mas Pobres Criaturas ocupa um lugar de destaque na filmografia dele. E merece. Com Pobres Criaturas, ele carimba o passaporte para ocupar um posto entre os grandes do
cinema atual. Merecido. Só torço para ele jamais perder sua essência e o gosto pelo bizarro.
Veja abaixo o trailer de Pobres Criaturas.