domingo, 28 de agosto de 2011



PLANETA DOS MACACOS - A ORIGEM - Muito aguardado, principalmente para os fãs do original de 1968 com Charlton Heston, ou até mesmo para os fãs da releitura do Tim Burton, de 2001. Vou dizer que gosto muito das duas.
De qualquer forma, esse A Origem busca explicar como foi o começo de tudo, como o planeta passou a ter os símios como seres dominantes e renegou a humanidade a extinção, praticamente. Assim, vemos James Franco no papel de um cientista que chefia uma série experiências que visa contornar o Alzheimer, regenerando as células mortas do cérebro. O teste é feito em macacos, antes de ser testada em seres humanos. Mas, é claro, algo dá errado e um dos macacos, contaminado com a fórmula que lhe dá superinteligência, lidera os demais macacos em uma fuga que acaba por se transformar na tomada de todo o planeta.
Qualidades no filme são muitas, a começar pelos efeitos digitais que dão vida aos símios, todos eles interpretados por seres humanos. A história é conduzida como um autêntico blockbuster, com tiros, muita movimentação e cenas espetaculares.

Infelizmente o filme só será visto como mais um blockbuster, afinal não se tem hoje o engajamento político e social do final dos anos 60, o que aplicou ao Planeta dos Macacos original uma carga muito forte nesse sentido. Esse A Origem, será "apenas" visto como um bom filme de verão, com suas inegáveis, qualidades.






A ÁRVORE DA VIDA - Que filme difícil, hein... Terrence Malick, decididamente não é para o grande público. E vamos ser sinceros, Brad Pitt no pôster não ajuda em nada, não é mesmo? No cinema, o filme acabou e algumas pessoas começaram a xingar e saíram esbravejando... quer saber? isso me faz gostar mais do filme...
A história é tão simples que acabou sendo contada já no próprio trailer. Uma família na década de 50, tem um dos três filhos morto. E, como paralelo, o filme viaja para o tempo atual com Sean Penn, como um dos filhos que amadureceram traumatizados pela perda do irmão na infância. Brad Pitt é o pai, mas apesar de ter atuado em filmes ótimos ultimamente, Pitt não convence ninguém como pai durão.... ainda mais com aquela cara de moleque que ele tem. Deste fiapo de história, Malick arranca quase 2 horas e 30 de contemplação à vida e à evolução da espécies. São trechos que, ao longe lembram 2001, de Kubrick, e não é apenas nisso que os dois filmes dialogam.



Não há como negar. A Árvore da Vida é longo, contemplativo demais, por vezes chato e pretensioso, mas é um programa obrigatório, principalmente no cinema. Mas assistir de novo?? Só daqui uns 10 anos.


FUGA ALUCINADA - Este é o tipo de filme que só se pesca quando se assite o clássico À Prova de Morte do Tarantino, porque ele cita Dirty Marry Crazy Larry o tempo todo! E ao assistir este filme de John Hough de 1974 se entende o porquê. A homenagem prestada pela obra de Tarantino a este aqui é muito clara!
Em Fuga Alucinada, Peter Fonda (ao voltante na foto acima) é Larry que, juntamente com sua "namorada" Marry e seu mecânico Deke realizam um pequeno roubo e se inicia uma perseguição à toda velocidade pelas estradas do interiorzão dos EUA. O carro do trio é um Dodge Charger mais do que potente que pouco a pouco vai alcançando o seu objetivo, mesmo sendo perseguido por inúmeros carros, motos e até um helicóptero.

O que mais empolga neste filme é justamente a característica única de algumas produções da, ao meu ver, melhor década do cinema de Hollywood. Tudo era muito cru, muito real e com um ronco de um carrão desse zumbindo o tempo todo não há como não se empolgar e torcer por esses foras-da-lei gente boa.

Naquela década, já como nos últimos anos da anterior, surgiu uma série de cineastas apostando apenas nas idéias e nas maluquices de uns roteiros contestadores, com forte questionamento político, dando voz à figuras mais obscuras da cadeira social. Este é mais um exemplo.


O formato do filme poderia ser um pouco mais ousado, ao meu ver, a montagem tradicional não segue a fluidez que o roteiro pede. Mas a diversão é total e Tarantino tem alcançado muito sucesso, não apenas com a genialidade das suas obras, mas resgatando filmes esquecidos.