segunda-feira, 31 de outubro de 2016

ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE (1953)

Mesmo que você não tenha visto o filme, você conhece essa cena

ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE (From Here to Eternity / 1953) - Se passaram apenas dez anos - de 1941 a 1951 - do ataque japonês à base militar norte americana no Havaí e a história se tornou livro. Dois anos depois, em 1953, Fred Zinnemann transformaria o best seller em um filme premiadíssimo. Levou 8 Oscar - entre eles melhor filme, roteiro, diretor e atores coadjuvantes.

Shofield Barracks

A história se passa no quartel de Shofield Barracks com a chegada do soldado Prewitt (Montgomery Clift). Na entrada ele é recebido por um soldado falastrão que está limpando o chão, Maggio (Frank Sinatra). Em pouco tempo ficam amigos.

Prewitt e Maggio

O sargento do quartel é o durão Warden (Burt Lancaster) que segue à risca as regras cobrando dos seus soldados o mesmo. Ele assume o comendo no quartel porque seu superior, o comandante Holmes, dá sempre suas escapadas para encontrar suas amantes, deixando a esposa Karen (Deborah Kerr) sozinha.

Um marido infiel - o comandante Holmes - e uma esposa desconfiada

Karen sabe que chama a atenção dos demais soldados quando vai visitar o quartel em busca do marido. Ela está sempre bem arrumada, atraindo os olhares. Warden cai nas graças dela. Os dois inciam um caso que culmina no famoso beijo na praia - a cena mais famosa do filme.

Bastidores de uma das maiores cenas do cinema

O longa de Zinnemann mostra o dia a dia dos soldados focando no drama de Prewitt. O novato é famoso por ser um promissor pugilista, mas desistiu do boxe após ter cegado um amigo durante o treino. Ele enfrenta a pressão dos outros soldados e superiores, afinal se ele é tão bom bem que poderia defender as cores de Shofield Barracks no campeonato de boxe entre os quartéis. Mas ele não quer e Maggio é o único que o apoia.

Prewitt é alvo de abusos dos colegas e superiores

Nas folgas semanais os soldados vão para bares e casas de massagem para curtir a bebedeira e as mulheres do Havaí. A Um Passo da Eternidade é um retrato dos jovens soldados naquele período delicado da historia. O mundo enfrentava a Segunda Guerra Mundial, mas os EUA ainda estavam fora da disputa.

Um quartel dividido, Warden apazigua os ânimos

O filme não toca no assunto da guerra até a meia hora final quando a base no Havaí é bombardeada por aviões japoneses. Uma sequência forte que mostra os jovens em começo de vida sendo alvejados impiedosamente por tiros vindos do céu. O intenso massacre bem retratado por Zinnemann aproximou ficção e realidade, emocionou plateias e garantiu ao filme muitos prêmios.

Ataque japonês à base militar

Destaque para Burt Lancaster com um personagem interessante, ao mesmo tempo romântico e durão. E claro Frank Sinatra, famoso pela voz potente, que aqui se mostra um ator talentoso e que garante momentos mais descontraídos no filme, com seu personagem boêmio. A interpretação de Sinatra lhe garantiu o Oscar e o Globo de Ouro de melhor ator coadjuvante.

Sinatra e o Oscar de ator coadjuvante

Veja abaixo o trailer de Assim Caminha a Humanidade.


     

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

UMA NOITE DE CRIME: ANARQUIA (2014)

Gangues das ruas, livres para matar

UMA NOITE DE CRIME: ANARQUIA (The Purge: Anarchy / 2014) - Uma ideia tão simples e bem realizada. Foi o que mais chamou a atenção em 2013 quando Uma Noite de Crime foi lançado. O sucesso até certo ponto inesperado trouxe fama à James DeMonaco - roteirista e diretor - e claro pressão dos estúdios por sequencias. O segundo da série é Uma Noite de Crime: Anarquia, que custou 9 milhões de dólares e arrecadou mais de 70 milhões só nos Estados Unidos.

Boas ideias que geram lucro nas bilheterias

"Purge", expurgo em português e título original da franquia, significa simplesmente "eliminar aquilo que é prejudicial". Pelo período de 12 horas são permitidos todos os crimes, polícia e bombeiros não funcionam. Aí cabe aos moradores - ficar em casa assistindo a transmissão sangrenta pela televisão ou ir pra as ruas e enfrentar uma batalha campal pela vida e sem regras. O primeiro filme se passa dentro de uma casa, este segundo nas ruas.

A morte simplesmente... pela morte

O longa mostra a história de cinco pessoas totalmente diferente e juntas por puro acaso e que são obrigadas - ou que escolhem - passar o purge nas ruas. Lá são muitas as gangues formadas com o único intuito de tocar o terror madrugada adentro, matando qualquer coisa que se mova, pelo puro prazer de matar.


Luta pela sobrevivência

Algumas pessoas já ganham a vida com o purge, grupos que são pagos como verdadeiros caçadores de humanos. Qualquer um que está pelas ruas é alvo. Eles são sequestrados e levados, geralmente para ricos, que pretendem se divertir um pouco na noite do expurgo. Alguns se entregam à morte, como na cena abaixo, para que a sua família receba uma pomposa quantia em troca de uma vida.

Pobres pagos para darem a vida para diversão dos ricos

O que mais impressiona neste segundo filme é identificar como as pessoas se transformam nesta noite - de supostos cidadãos normais para interesseiros inescrupulosos, criminosos e figuras assassinas voltadas a espalhar o terror contra outro ser humano, que está lá com o mesmo propósito. Ou será que eles já seriam assim no dia a dia e aproveito o purge para mostrar sua face real? A

Líderes de gangues dominam as ruas

A franquia levanta uma série de questões, até filosóficas, no mínimo interessantes. Vale pela diversão, vale por uns sustos aqui e acolá e vale pela discussão. Afinal somos bons ou maus por natureza? Uma Noite de Crime: Anarquia consegue ser melhor que o já ótimo Uma Noite de Crime, veja o trailer abaixo.



segunda-feira, 24 de outubro de 2016

TUDO POR UM FURO (2013)

Eles estão de volta

TUDO POR UM FURO (Anchorman 2: The Legend Continues / 2013) - O diretor Adam Mckay não é nada novato. Está beirando os cinquenta anos e tem uma lista de filmes no mínimo interessante. Veja só - o ótimo O Âncora: A Lenda de Ron Bungurdy, o excelente Ricky Bobby - À Toda Velocidade, o mais ou menos Quase Irmãos e ainda A Grande Aposta, que concorreu ao Oscar de Melhor Filme. Por este último McKay concorreu também ao Oscar de melhor diretor. Ele ainda assinou o roteiro de A Grande Aposta, a única estatueta que o filme levou.

O diretor Adam McKay à direita

Tudo Por um Furo é uma continuação de O Âncora, sobre as aventuras de um apresentador de noticiário de TV e sua equipe. Ron Bungurdy (Will Ferrell) é casado com a também jornalista Veronica (Christina Applegate) e tem um filho. Ron, um beberrão cheio de preconceitos, acaba demitido da emissora onde trabalha e Veronica é promovida à âncora. A notícia é dada pelo chefão Mack Tannen, vivido por Harrison Ford. Esta é a primeira de muitas participações especiais no filme.

Ron Bungurdy na bancada

Ron larga tudo, mas acaba recebendo uma proposta de uma outra emissora de TV e se compromete a remontar a equipe antiga - Champ Kind (David Koechner), um especialista em esportes, Brian Fantana (Paul Rudd) e Brick Tamland (Steve Carell), o homem do tempo. No caminho para a nova emissora eles sofrem um acidente e a cena é mostrada de dentro do carro - tudo em slow motion e uma trilha sonora igualmente lenta, é hilário.

O hilário acidente

Aliás hilário é um dos adjetivos mais perfeitos pra este filme. A equipe é contratada para fazer um noticiário na madrugada, mas mesmo assim chama a atenção e eleva os níveis de audiência da emissora. Intrigas internas na televisão dão cabo da equipe e Ron toma um destino improvável. Só vendo pra crer.

Amamentando um bebê tubarão... porque não?

Além de Will Ferrell, Steve Carell domina o filme. O personagem ganha todas as cenas em que aparece. Ele é um crianção, nunca reage a nada, não sabe o que dizer e quando sua opinião é pedida ela simplesmente não faz o menor sentido. É ótimo assistir ao filme reparando nas reações do personagem de Carell. Brick Tamland é brilhante!

"Onde estão minhas pernas?"

Uma cena hilária do primeiro filme de 2004 é a batalha campal entre equipes de TV reunindo muitas participações estreladas. E claro isso não poderia faltar em Tudo Por um Furo. Will Smith, Jim Carrey, Sacha Baron Cohen, Tina Fey, Marion Cotillard, Liam Neeson são algumas estrelas que aparecem em pontas nessa cena - uma sequência hilariante que sem exagero, vale pelo filme todo. Assista embaixo.



Veja abaixo o trailer de Tudo por um Furo.


terça-feira, 18 de outubro de 2016

KÓBLIC (2016)

Darín, a "cara" do cinema argentino

KÓBLIC (2016) - Não sou daqueles que endeusa cegamente o cinema argentino. Concordo com os muitos acertos dos últimos anos - O Segredo dos Seus Olhos, Um Conto Chinês, Medianeras, Nove Rainhas - mas acredito que haja um pouco de síndrome de "cão vira lata" na forma como nós vemos o nosso próprio cinema, principalmente quando comparamos com o cinema dos hermanos. No melhor estilo "a grama do vizinho é mais verde". Por isso não tenho medo em afirmar. Kóblic - filme que reúne novamente o diretor Sebastián Borensztein e Ricardo Darín ambos do ótimo Um Conto Chinês - é um filme ruim.

A atriz Inma Cuesta e o diretor Sebastián Borensztein

Darín (Kóblic) é um ex-piloto militar com um trauma que enfrenta quase diariamente, ao presenciar uma cena de crueldade que não lhe sai da cabeça. O ano é 1977, a ditadura militar acaba de ser instalada na Argentina. E Kóblic, buscando fugir da caça da ditadura, se refugia numa pequena cidade no meio do nada, chamada Colonia Elena.

Um militar quase aposentado

O forasteiro causa furor entre alguns personagens importantes do local e tudo começa a desandar de vez quando o chefe da polícia local descobrem que ele é um militar. A presença daquela figura por ali pode atrapalhar os seus planos corruptos de continuar a comandar o local com mãos de ferro.

Chefe de polícia da pequena cidade

Kóblic se complica ao se envolver com a caixa de um posto de gasolina. Isso desperta os comentários locais e o óbvio ciúme do companheiro desta. Agora porque alguém que está procurando se esconder não se importa em chamar tanto a atenção dos outros assim? Pergunta que o roteiro não responde. Kóblic nesse ponto faz tudo errado, o tempo todo.

O envolvimento amoroso de Kóblic e Nancy

Por fim, depois de inevitáveis - e nada surpreendentes - tragédias, Kóblic não vê outra saída. Abandona o local e segue para outra cidade. E o filme acaba.

Nancy, uma mulher perdida

Chega a ser primária a forma como o filme é montado. É sempre com flashbacks a cada 20 ou 30 minutos de Kóblic olhando para o nada atormentado pelo passado, bem com aquela cara de susto quando se acorda abruptamente de um pesadelo. Mais clichê impossível. Os cineastas argentinos já foram bem mais esforçados. Parece ter rolado uma preguiça grande nos envolvidos aqui.

Um forasteiro mexe com os ânimos dos locais
O roteiro não empolga, não indica qualquer tipo de reviravolta relevante. E quando ela ocorre - no momento em que Nancy, a namoradinha de Kóblic, revela um segredo perturbador - fica só na ameaça e o filme não explora. Tudo acaba na maior passividade, no mesmo ritmo da pequena cidade de Colonia Elena.
Veja abaixo o trailer de Kóblic.


     

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

O EQUILIBRISTA (2008)

Linha tênue entre coragem e loucura

O EQUILIBRISTA (Man On Wire / 2008) - Existem certos momentos e personagens tão ricos que deixam qualquer um abismado, principalmente pela grande quantidade de imagens e fotos que parecem fadados a renderem bons documentários no futuro. O Equilibrista é um desses casos.

Seis anos de planejamento para o feito de uma vida

Philippe Petit é um francês apaixonado por circo e que sempre gostou de se arriscar, desafiar alturas. Viver do equilibrismo sempre foi o seu maior talento. Foi preso inúmeras vezes por invadir propriedades privadas para se arriscar cruzando algumas distâncias a dezenas de metros de altura. O Equilibrista é focado no mais importante desafio da carreira do francês - cruzar a distância entre as torres gêmeas, o Empire State Building na Nova York de 1974 por um cabo de 8 metros de extensão a mais de 400 metros de altura.

Coragem que impressiona

O documentário, dirigido por James Marsh - o mesmo diretor da cinebiografia de Stephen Hawking, A Teoria de Tudo - foi muito feliz na montagem, intercalando flashbacks, com imagens encenadas por atores e entrevistas atuais de Petit e de outros envolvidos no projeto World Trade Center.

"- Porque fez isso, sr. Petit?
- Não tem porquê..."

Tudo é muito bem construído, com imagens de época, recortes, matérias de jornal e muitas reconstituições. Nenhuma passagem que Petit conta passa despercebido pelos olhos atentos de Marsh. A experiência de assistir O Equilibrista se torna fascinante. Uma história que beira o inacreditável.

Petit nos dias de hoje, continua se equilibrando

Petit é um personagem muito alto astral. Difícil não ser contagiar com aquele cara de 60 anos todo empolgado contando os seus maiores feitos. Esse é o maior trunfo do filme que levou o Oscar de melhor documentário em 2009.
Veja abaixo o trailer do ótimo O Equilibrista.




segunda-feira, 3 de outubro de 2016

O LAR DAS CRIANÇAS PECULIARES (2016)

Peculiares

O LAR DAS CRIANÇAS PECULIARES (Miss Peregrine´s Home for Peculiar Children / 2016) - É sempre mais legal ler um livro antes de ver o filme. Não importa a história. Assim você imagina tudo antes de assistir o que outra pessoa imaginou. Mas é claro, algumas vezes é normal se decepcionar e ver algo diferente do que se imaginou ou se surpreender com um filme que é melhor do que um livro (são raros mas existem). No caso de O Lar das Crianças Peculiares a regra é confirmada, o livro é muito melhor do que o filme de Tim Burton.

A trilogia de livros

Ramson Riggs criou a história de Jake, um jovem que sempre ouviu do avô as histórias fantásticas sobre crianças com poderes peculiares que viviam em um orfanato numa ilha do País de Gales. Quando o avô é morto por forças inexplicáveis, Jake segue para a tal ilha em busca de respostas. Através de uma série de eventos ele descobre algo como uma fenda que o transporta para o ano de 1940 (1943 no filme) e lá ele encontra o tal orfanato e as crianças peculiares. Como um Peter Pan moderno, Jake passa a entrar e sair daquela fenda, se transportando de 2016 para 1940, na medida em que cresce a sua paixonite por uma das peculiares. Tudo vai bem, até eles descobrirem que são caçados pelas tais forças inexplicáveis.  

O Jake do filme do Tim Burton

Basicamente é história é essa. E o livro é empolgante, divertido, muito bem escrito e ilustrado com fotos que mostrariam os peculiares e toda a vida dos principais personagens da trama. Um livro difícil de largar quando se começa a ler.

Miss Peregrine (Eva Green)

Mas o filme... bem, o roteiro de Jane Goldman teve que adaptar muita coisa para deixá-lo mais cinematográfico e claro, perdeu muita coisa. Algumas até certo ponto irrelevantes, mas outras essenciais!

SPOILERS (ou o que tem no livro e foi mudado ou não tem no filme)

A relação entre Jake e o avô, e entre o avô e o pai não existe no filme. Você não acredita que eles se amam apesar das diferenças gritantes de personalidade. A psicóloga é uma mulher no filme e não um homem e isso pode parecer bobo, mas faz toda diferença, porque no livro explica muito melhor a questão dos etéreos e acólitos, os vilões da história.

Um etéreo e seus olhos brilhantes

As motivações dos acólitos e etéreos aliás no livro era muito mais ambiciosa, nada a ver com aquelas coisas de eles se alimentarem dos olhos das vítimas. O etéreo que persegue Jake e descobre a fenda é uma pessoa que o está observando há décadas, desde os tempos de escola, mas no filme isso não existe.

A busca pelos olhos dos peculiares, segundo o filme

Emma tem o poder do fogo, nada a ver com o ar (ou flutuar), que é o poder da Olive. No filme os poderes são invertidos, descaracterizando completamente as duas personagens. E porque??? Sem falar que o roteiro cria um namorico entre Claire e Enoch, o que desperta o ciúme de Jake...

O poder de Emma no filme é controlar ar

Quando fora da fenda as crianças peculiares envelhecem rapidamente igual a maçã no livro (que virou uma rosa no filme), mas isso é totalmente ignorado no filme. Elas passam boa parte do tempo final do longa metragem em 2016 sem qualquer dano à elas. Isso era essencial para a história.

Quando saem da fenda deveriam perecer, mas...

A batalha final entre o psicólogo (reforço, no livro é homem) e Jake e Emma é no farol da ilha com um revólver 38 e uma gaiola com Miss Peregrine presa lá dentro. Tiros são disparados, Millard (o menino invisível é atingido) e há uma disputa no alto do farol com a gaiola sendo arremessada lá de cima. É algo mais cru, mais simplista, mas Burton quis dar aquele tom cinematográfico e arrancou tudo isso. Criou a fenda no parque de diversões em janeiro de 2016 e colocou todas as crianças para jogarem bolas de neve nos etéreos gigantões para que eles pudessem ser vistos. Sem falar que a fenda de janeiro de 2016 permite que Jake veja sempre o avô vivo, no livro (pelo menos no primeiro da trilogia) ele está morto e não dá nenhum sinal de que ele possa ser revisitado pelo neto.

Jake segura Emma para não voar por aí

Isso sem falar no pano de fundo da Segunda Guerra Mundial, que deu ao livro um aspecto tão real, como se fosse um realismo fantástico, como O Labirinto do Fauno fez com o terror durante a ditadura Franco. Mas Burton quase ignorou a Guerra e transformou um dos pontos altos do livro, em um filme juvenil, cheio de esquisitices e alguns acertinhos aqui e acolá.

Claire e sua boca na nuca

Pôxa... e tantas outras coisas que deixei escapar aqui, mas muito mais foi mudado.

FIM DOS SPOILERS

Apesar de tudo isso, de tantos pontos importantes do livro terem sido ignorados no filme eu afirmo sem medo - o filme de Burton não é ruim. Tem lá seus méritos. Pra mim é o melhor filme de Burton desde Peixe Grande (passando aí pelas inconstâncias de Alice, A Fantástica Fábrica de Chocolate, A Noiva Cadáver, Sweeney Todd, Sombras da Noite e outras bobagens que ele fez).

Tim Burton usou o filme para mostrar as suas esquisitices, mas quanto a história em si...

Mas para alguém que como eu, estava com o livro de Riggs fresco na cabeça - terminei de lê-lo na véspera da estreia - a decepção foi grande porque apesar do filme ter os seus méritos estão MUITO abaixo do livro. O que acontece com Burton? Ele precisa rever os roteiristas que contrata ou está assumindo uma fase decadente na carreira?
Vejas abaixo o trailer de O Lar das Crianças Peculiares.