terça-feira, 1 de setembro de 2015

ROBOCOP (2014)

Desta vez, de preto

ROBOCOP (2014) - As expectativas eram as piores possíveis. José Padilha sabia disso. O diretor brasileiro responsável pelos sucessos da série Tropa de Elite, era perfeito para a escolha do homem que comandaria as ações no remake do clássico policial-homem-robô de 1987. Já começa pela semelhança com o diretor do primeiro filme, o holandês Paul Verhoeven. Ele tinha distância de Hollywood por isso conseguiu entrega um filme sem influências - ou quase - do sistema imperado do cinemão norte americano. E conseguiu. O primeiro Robocop é inovador, violentíssimo e chocante.

Até o Robocop original gostou deste "remake"

Padilha assumiu sem medo a cadeira de direção deste "remake", mas logo de cara se frustrou. Foram inúmeras ligações para o amigo Fernando Meirelles - que em Hollywood dirigiu O Jardineiro Fiel, Ensaio Sobre a Cegueira e 360 - falando sobre a falta de estímulo que sentia no set de Robocop. Isso porque, segundo Padilha, de cada 10 ideias que ele levava aos produtores, 9 eram rejeitadas. Ele não se sentiu um diretor e sim apenas um cara que grita "ação" e "corta" no começo e final de cada cena.

Padilha dá coordenadas ao cinegrafista

Mesmo assim, sem medo dá para afirmar que este Robocop é sim um grande trabalho de José Padilha. Ele teve nas mãos um elenco de primeira linha - Michael Keaton, Gary Oldman e Samuel L. Jackson - e um roteiro que, sem dúvida alguma, é atual (ou futuro?) e avança sobre a história original. Não é apenas um remake, é um passo além.

Filme estrelado e ao fundo a vestimenta do filme original de 1987

O ano é 2028. O mundo usa a tecnologia dos robôs para segurança em diversas partes do mundo. Menos nos EUA, onde ainda se discute se é seguro que uma máquina seja capaz de decidir o futuro de uma pessoa ou mesmo compreender a natureza do crime praticado. Para acabar com a discussão, o rico empresário Raymond (Keaton) cria a solução perfeita - combinar policial e robô numa coisa só.

O marido perfeito

Paralelo a isso, o policial Alex Murphy - vivido pelo desconhecido ator sueco Joel Kinnaman - desmascara uma dupla de policiais corruptos que desviavam armas pro crime organizado. Ele sofre uma emboscada - uma bomba no carro - e é dado como morto. Uma escolha bem mais tênue essa, do que a famosa cena de tortura que Murphy sofre antes de virar Robocop no filme de 1987. Ele é escolhido, com a autorização da esposa, para fazer parte do experimento, caso contrário ele não viveria.

Para salvar Murphy, só a tecnologia

Nasce Robocop, que apesar de ser uma máquina ainda tem uma consciência humana, visto na relação que mantém com a esposa e o filho. Ele vira herói da noite para o dia, um símbolo de orgulho das pessoas. Mas aos poucos ele vai perdendo as características humanas e se tornando cada vez mais máquina. E a história vai daí pro final com muita ação, boas cenas e um visual futurista/nostálgico que impressiona.

Rapidamente, Robocop se torna herói nas ruas

Padilha já disse que não se interessa em dirigir uma provável sequência. É escolha dele, só ele sabe o que passou no set durante as gravações. De qualquer forma, ele pode sair orgulhoso. Robocop vai muito além do "bom remake". Um roteiro cheio de boas ideias e escolhas certeiras - como a de um desconhecido para viver o papel título - que renderam boas atuações, um filme que dá vontade de assistir mais de uma vez. Padilha deu um tiro certo.

De moto, seu veículo preferido

Veja abaixo o trailer de Robocop.


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