terça-feira, 18 de outubro de 2016

KÓBLIC (2016)

Darín, a "cara" do cinema argentino

KÓBLIC (2016) - Não sou daqueles que endeusa cegamente o cinema argentino. Concordo com os muitos acertos dos últimos anos - O Segredo dos Seus Olhos, Um Conto Chinês, Medianeras, Nove Rainhas - mas acredito que haja um pouco de síndrome de "cão vira lata" na forma como nós vemos o nosso próprio cinema, principalmente quando comparamos com o cinema dos hermanos. No melhor estilo "a grama do vizinho é mais verde". Por isso não tenho medo em afirmar. Kóblic - filme que reúne novamente o diretor Sebastián Borensztein e Ricardo Darín ambos do ótimo Um Conto Chinês - é um filme ruim.

A atriz Inma Cuesta e o diretor Sebastián Borensztein

Darín (Kóblic) é um ex-piloto militar com um trauma que enfrenta quase diariamente, ao presenciar uma cena de crueldade que não lhe sai da cabeça. O ano é 1977, a ditadura militar acaba de ser instalada na Argentina. E Kóblic, buscando fugir da caça da ditadura, se refugia numa pequena cidade no meio do nada, chamada Colonia Elena.

Um militar quase aposentado

O forasteiro causa furor entre alguns personagens importantes do local e tudo começa a desandar de vez quando o chefe da polícia local descobrem que ele é um militar. A presença daquela figura por ali pode atrapalhar os seus planos corruptos de continuar a comandar o local com mãos de ferro.

Chefe de polícia da pequena cidade

Kóblic se complica ao se envolver com a caixa de um posto de gasolina. Isso desperta os comentários locais e o óbvio ciúme do companheiro desta. Agora porque alguém que está procurando se esconder não se importa em chamar tanto a atenção dos outros assim? Pergunta que o roteiro não responde. Kóblic nesse ponto faz tudo errado, o tempo todo.

O envolvimento amoroso de Kóblic e Nancy

Por fim, depois de inevitáveis - e nada surpreendentes - tragédias, Kóblic não vê outra saída. Abandona o local e segue para outra cidade. E o filme acaba.

Nancy, uma mulher perdida

Chega a ser primária a forma como o filme é montado. É sempre com flashbacks a cada 20 ou 30 minutos de Kóblic olhando para o nada atormentado pelo passado, bem com aquela cara de susto quando se acorda abruptamente de um pesadelo. Mais clichê impossível. Os cineastas argentinos já foram bem mais esforçados. Parece ter rolado uma preguiça grande nos envolvidos aqui.

Um forasteiro mexe com os ânimos dos locais
O roteiro não empolga, não indica qualquer tipo de reviravolta relevante. E quando ela ocorre - no momento em que Nancy, a namoradinha de Kóblic, revela um segredo perturbador - fica só na ameaça e o filme não explora. Tudo acaba na maior passividade, no mesmo ritmo da pequena cidade de Colonia Elena.
Veja abaixo o trailer de Kóblic.


     

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