ANORA (2024) – Sean Baker mostrou em 2017 com Projeto Flórida que sabe contar uma história. Ou pelo menos impactou muita gente... com um
olhar realista, voltado para pessoas os menos favorecidos, os esquecidos das grandes cidades. Uma trama crua mas sensível. Aqui em Anora, mais uma vez Baker aponta sua lente pra pessoas que não se costuma dar voz e, mais uma vez, abusando do seu olhar realista.
Anora é uma garota de programa que trabalha em uma boate dançado e levando clientes paras salas privadas. Numa dessas noites ela conhece Ivan, um jovem de 21 anos, russo, que mal fala inglês. Rola uma química entre os dois, principalmente depois que ele convida a jovem pra casa dele... uma grande e luxuosa mansão. Ivan diz que os pais moram na Rússia, e nos EUA ele só tem poucos amigos e alguns capangas dos pais que o ajudam a sair de encrencas.
O relacionamento ganha corpo. Eles vão pra Vegas e Ivan se declara para Anora. Se casam. É a saída que ela jamais havia pensado, tirou a sorte grande. Vai sair de uma vida difícil, da pequena casa que divide com a irmã, e viver uma realidade de sonho, onde dinheiro é a menor das preocupações.
Mas antes mesmo de tudo isso começar a se realizar, começam os problemas. Os capangas dos
pais de Ivan ficam sabendo do casamento e rapidamente vão à mansão para
cancelar aquela história toda. Ivan fica desesperado quando fica sabendo que
seus pais estão à caminho dos EUA para saber sobre essa história do
casamento. Obviamente não vão gostar, ele conclui. Ivan então, larga a esposa
pra trás com os capangas e foge pela cidade.
O filme entra numa espécie de caça à Ivan. Naquela noite e madrugada adento, os capangas percorrem a cidade, cada restaurante, cada bar, cada danceteria, atrás de Ivan. O objetivo deles é anular o casamento e para que isso aconteça, eles tem que levar Anora junto. Ela segue à contragosto, irritadíssima, embora com a esperança de que ao falar com o marido tudo vai se resolver, e eles vão seguir na vida que escolheram.
Anora é um filme interessante com uma história curiosa, mas nada além disso. É uma tentativa de história de Cinderela (ou de Vivian Ward, de Uma Linda Mulher) que naufraga antes mesmo de começar. Diferente de Projeto Flórida, em Anora a gente não consegue se importar com o destino de nenhum personagem. E isso é um grande problema porque fica difícil criar uma conexão, principalmente com Anora.
Veja abaixo o trailer
de Anora.
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