quinta-feira, 20 de julho de 2017

RUA CLOVERFIELD, 10 (2016)

Uma mulher em busca de respostas

RUA CLOVERFIELD, 10 (10, Cloverfield Lane / 2016) - Tudo era um grande segredo. Inclusive para os atores. Ninguém sabia ao certo qual filme estava sendo produzido quando a equipe se juntou no set para as primeiras gravações. Ideia do produtor J.J. Abrahms, que gosta de sempre manter suspense nos seus projetos, mesmo com a equipe. Aos poucos descobriu-se que se tratava do segundo filme da série Cloverfield, sucesso de Abrahms de 2008.

Um pedido desesperado

Na verdade Rua Cloverfield, 10 não é uma sequência do primeiro filme, está mais para um spin-off, ou seja um filme derivado que se passa naquele mesmo ambiente, mesmo universo. A história  escrita por Damien Chazelle - o diretor de La La Land - começa com a bela Michelle (a Lee de À Prova de Morte) saindo de casa às pressas depois de abandonar o namorado. Na estrada ela sofre um acidente e acorda em uma sala fechada, sem janelas, acorrentada à parede.

Aprisionada em um quarto de concreto

Pouco depois um homem aparece. Howard (John Goodman, talvez na melhor interpretação da carreira) não diz muito, apenas que ele a mantém viva. Aos poucos, ele conta para ela que o oxigênio do planeta está contaminado, talvez pelos russos, coreanos ou mesmo extraterrestres e que ele, que tem preparação militar, construiu aquele bunker se preparando para um ataque das forças inimigas.

John Goodman impressionante

Ela não acredita até conhecer Emmett, outro homem que está lá embaixo também e parece acreditar em tudo o que o Howard diz. E são esses três personagens que passam boa parte do filme tentando se entender confinados naquela casa subterrânea.

A "família" montada à força 

Michelle tenta escapar algumas vezes, principalmente por receio de que a figura ameaçadora de Howard - com Goodman repito no melhor papel da carreira - possa violentá-la ou algo do tipo. Tudo gera desconfiança nela e para piorar, Emmett não é lá muito inteligente e não oferece perigo imediato para o reinado de Howard na casa.

Aos poucos eles percebem que o controle que sofrem é doentio

Ela chega a ver o mundo lá fora pela porta, mas logo desiste de abri-la ao se deparar com uma mulher sangrando e olhar desesperado que implora para que ela abra a porta. Howard grita de longe para que Michelle não faça isso. Assustada com o que vê lá fora, Michelle passa a acreditar na contaminação do oxigênio no exterior e desiste da fuga.

Vítima do oxigênio contaminado

Mas as histórias de Howard são meio sem sentido. Faltam alguns pontos, não se sabe ao certo a real intenção dele em alguns momentos. Será que ele é mesmo tão bonzinho por abrigar dois desconhecidos ou tem algo mais que ele esconde? A interpretação de Goodman deixa tudo aberto.

O dono do filme

Howard se mostra violento, principalmente quando a dupla começa a arquitetar um plano para escapar do bunker. Sem entrar em detalhes para não estragar o enredo, digo apenas que Michelle consegue escapar e fica chocada ao olhar no horizonte e enxergar uma nave alienígena rondando o céu. A reação é a que a maioria de nós teria, talvez - ela fica incrédula, sem acreditar que aquilo é real. O filme poderia perfeitamente acabar aí. Já seria ótimo!

A fuga final e o encontro inesperado

Mas o roteiro nos leva por mais uns dez minutos em que Michelle trava uma batalha com um dos ETs... Na minha opinião esse final é a grande escorregada de Rua Cloverfield, 10.

"Como sair daqui?"

Quando navega pelo suspense o filme vai muito bem! Dá agonia se imaginar na posição de Michelle, ainda mais sabendo que o dono do lugar - e que tem todos os acessos e chaves e ferramentas - é um cara misterioso, com aquele olhar que não demonstra nada, e uma respiração arfante como se estivesse sempre armando algo. Mas aqueles dez minutos finais... bem que poderiam ter ficado ar no chão da sala de edição.
Veja abaixo o trailer de Rua Cloverfield, 10.


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