quarta-feira, 6 de março de 2013



HITCHCOCK (2012) - O filme que reacendeu a carreira de Hitchcock foi Psicose, de 1960. Naquela época sua carreira estava esfriando, "caminhando para um fim", segundo propôs um repórter em uma pergunta a Hitchcock, logo no começo do longa. Daí, ele passou a procurar algo novo, algo surpreendente e que o recolocasse como grande (e talvez um dos únicos) grandes mestres do gênero do suspense.

Filmando um das cenas finais de Psicose

Segundo longa dirigido por Sacha Gervasi, o anterior tinha sido o festejado documentário Anvil - A História de Anvil de 2008 sobre uma banda de punk rock com pouco ou nenhum sucesso comercial, Hitchcock traz Anthony Hopkins no papel principal com uma caracterização indicada a Oscar e que nos faz crer que se trata do próprio Alfred Hitchcock. Mas é verdade também que em uma outra cena a papada e a boca parecem forçadas o que por pouco não faz a caracterização cair no caricato. Mas no todo vai muito bem. Já Helen Mirren encara Alma, a esposa de Hitch e grande parceira.

Mirren vive Alma

Sacha faz um retrato interessante, um recorte na carreira do cineasta. A trama acompanha o casal no processo de Psicose desde o início quando ele compra os direitos do livro, escolhe os atores e convive com a imprensa e com os chefes dos estúdios.

A maquiagem que fez Hopkins se parecer com Hitchcock

É interessante notar como em todo o filme, Sacha insere pequenas "dicas" daquele que seria o filme seguinte de Hitchcock, pássaros passam voando nas sequências do filme a todo o momento. E a cena que encerra o longa deixa essa tal "dica" pra lá e escancara a intenção de Sacha - Pássaros é o próximo filme de Hitchcock, meu filme preferido do diretor.

Hitchcock (Hopkins) e Janet Leigh (Scarlett Johansson)

Alfred Hitchcock é atormentado a todo o momento no filme por suas visões de Ed Gein, um fazendeiro culpado pela morte da mãe, cujo corpo ainda mantinha em sua casa deitada na cama, e que gostava de guardar pedaços de corpos humanos como se fossem troféus. Ed Gein foi usado não apenas para criação de Norman Bates, mas também para Leatherface, de O Massacre da Serra Elétrica e James Gumb de O Silêncio dos Inocentes.

Hitchcock e sua clássica silhueta

Hitchcock é um bom filme, mas na metade cria-se uma barriga por conta de uma história paralela à principal. Todo o trecho que trata de Psicose, do roteiro à edição final é ótimo, instiga. Mas como disse, uma história paralela faz o foco do filme se desvirtuar um pouco. Afinal meu grande interesse no longa é o cineasta Hitchcock em ação, escrevendo, dirigindo, editando. A parte da pessoa do Hitchcock, apesar de necessária à trama, acho que se estendeu um pouco de mais. Mas não compromete o resultado final. Assista sem medo.

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