sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

ROGUE ONE: UMA HISTÓRIA STAR WARS (2016)

O poster

ROGUE ONE: UMA HISTÓRIA STAR WARS (Rogue One: A Star Wars Story / 2016) - Já de cara aviso - VAI TER MUITO SPOILER! Se você foge desse tipo de coisa nos textos sobre filmes que tem por aí é melhor parar agora. 

SPOILERS

Os Rebeldes
Seguindo... Rogue One: Uma História Star Wars nasceu com a pretensão de ser o primeiro spin off, ou filme derivado, da maior saga do cinema. É um filme que preenche algumas lacunas da história original e ajuda a responder algumas perguntas que ficaram em aberto - por exemplo porque a gigantesca Estrela da Morte é destruída com apenas um tiro certeiro? E essa vai ser uma constante depois que Star Wars foi comprado pela Disney - a cada ano teremos um novo filme da saga ou um spin off. Tudo isso pelo menos até 2019 - quando sai o episódio IX. Aguardemos.

Krennic e seus Deathtroopers

Rogue One se passa entre os episódios III e IV e conta a história de Jyn (Felicity Jones) - uma menina que presencia a morte da mãe e o sequestro do pai pelas mãos de Krennic, o homem por trás da maior arma do Império, a Estrela da Morte. Jyn acaba salva por Saw Gerrera (Forest Whitaker), personagem que deriva dos desenhos de Star Wars. Ele é meio máquina meio homem e anda com uma perna biônica, tem uma armadura presa ao corpo e respira com uma bomba de oxigênio.

Saw Gerrera no filme e nos desenhos Clone Wars 

Jyn se junta aos rebeldes. O intuito é atrair Galen Erso, seu pai, que trabalha pro Império, para que ele desvende alguns segredos da Estrela da Morte. O comandante da missão é Cassian (Diego Luna). Um novato assim como Jyn, mas que perdeu tudo na vida e que é um rebelde desde os 6 anos, como ele mesmo afirma em certo momento do filme. Ele mata sem pensar duas vezes, busca o melhor para si e é cheio de mistérios.

Cassian e Jyn

À trupe se juntam Baze, um típico produto da guerra cheio de cicatrizes, e seu amigo Chirrut, um cego que pode ser descrito como a personificação da Força e sua crença. Fala dela, se rege por ela, anda por ela e clama por ela a cada passo. Chirrut é o mais próximo que se tem dos Jedis nesse novo filme da saga, já que aqui - é claro - os Jedis não existem praticamente depois da execução da Ordem 66 no episódio III.

Chirrut é a própria fé na Força

O dróide K-2SO fecha o grupo. Ele é uma mistura clara de Chewbacca, R2-D2 e C3-PO. É alto, forte e assim como Chewie, manuseia armas muito bem. Ele ajuda nas missões livrando a turma toda das enrascadas como R2 e é desesperado e tem o apelo cômico inglês de C3-PO. K cumpre muito bem seu papel quando aparece.

O dróide K-2SO

A parte final se reserva à grande missão propriamente dita e assim como em outros filmes da saga como o II e o VI - ele mostra o trecho final mesclando as diferentes frentes de batalha. Gareth Edwards, o diretor de Rogue One, foi muito habilidoso em misturar a batalha espacial, a terrestre e dentro da Estrela da Morte. É de tirar o fôlego, pra dizer o mínimo e não escapar do clichê.

Um fã de Star Wars na direção de Rogue One
O visual aliás é belíssimo. Rogue One trouxe luz às cenas de batalha e guerra, nada daqui é escuro. É lindo de ver os Destróieres Espaciais, os Stormtroopers e o Death Squad - os de preto - e tantas outras coisas.

Cenas épicas de batalha

Problemas? Claro que tem. Os personagens são descartáveis. Nenhum tem história passada bem desenvolvida, nem mesmo a Jyn apesar da história dos pais no comecinho do filme. Não dá para se importar de verdade com qualquer um deles, não se cria vínculos, não dá tempo. Talvez o grande personagem seja o universo em si... talvez.

Um filme puramente de guerra

Edwards privilegia a história da busca pelos planos secretos da Estrela da Morte e deixa os personagens um pouco de lado. Foi a escolha dele. Talvez não desse tempo de desenvolver tudo em um filme, é claro, mas nota-se que esse não foi um erro de corte, algo que ficou na sala de edição, nada disso. Fica claro que desde o começo o roteiro não previa nada disso. Então acaba enchendo os olhos com personagens com potencial, mas muito mal desenvolvidos e como disse, descartáveis.

Os Death Troopers tem visual incrível, mas uma relevância quase nula na história

General Tarkin não poderia nunca ficar de fora do filme. Peter Cushing também não. O ator que morreu em 1994 foi recriado em computação gráfica e reviveu o personagem que toma das mãos de Krennic a Estrela da Morte. Em alguns momentos o CGI aqui passou um pouco do ponto, o personagem irreal tem algumas expressões faciais muito estranhas. Não compromete mas causa estranhamento.  

Tarkin (Cushing real) no episódio IV

Vader é Vader. Aparece pouco, mas o suficiente. A primeira cena é magnânima, mostra a chegada triunfal de Vader depois de ficar no tanque de bacta, como Luke ficou no episódio V. Ele se aproxima de Krennic e o amedronta só com a presença. Tem ainda que ouvir o Lorde Negro dizer "está nervoso?", quando este perde a fala. É demais.

Amedontrador

A segunda cena é capital para demonstrar para quem não conhece a fundo a saga e julga Vader como nada mais do que um bizarrão de capa preta e respiração ofegante. O Vader nessa segunda cena é puro ódio e rancor, raivoso e dando muito medo nos soldados rebeldes que o enfrentam em um momento de raiva extrema. Quando os planos da Estrela da Morte são roubados e entregues de mão em mão, de soldado em soldado por um corredor, Vader aparece destroçando um a um com o sabre - o único que aparece no filme todo - usando a Força para enforcar e se livrar de um ou outro. Tudo isso sem mudar o ritmo dos passos e cheio de closes nos rostos apavorados dos pobres soldados rebeldes. Os planos chegam à porta e são entregues para Princesa Léia, de costas, ela recebe e em close fala "Esperança". Fim. É para qualquer fã fervoroso bater palma e querer mais.

Jyn dentro da Estrela da Morte 

Um final ótimo, um típico fan service de primeira e vários easter eggs espalhados por todo o filme - aqueles dois encrencões que puxam briga com Luke no bar, a dançarina do episódio VI escrava de Jabba, o tabuleiro de xadrez holográfico que desta vez tem peças reais, e claro o "I have a bad feeling about this", que nem é completado até o final, a frase é cortada ao meio. Assim como Rogue One, um ótimo filme Star Wars que se presta a responder talvez o maior furo do roteiro da saga - como a Estrela da morte é destruída com apenas um tiro?
Veja abaixo dois trailers de Rogue One: Uma História Star Wars.    


    

Nenhum comentário: