domingo, 21 de abril de 2013

O PACTO (Suicide Club / Jisatsu Sâkuru / 2001) - Você pode preferir os filmes europeus. Você pode gostar mais dos hollywoodianos. De repente você tenha mais apreço pelos orientais. Ou mesmo os filmes brasileiros. Não importa. Nós todos, ou pelo menos a maioria, fomos educados desde pequenos, por filmes norte-americanos, àquela estrutura básica dos filmes de Hollywood. E por isso mesmo depois fica fácil perceber quando algum filme foge daquela estrutura, daquele modelo.

O site que, teoricamente aponta as mortes em "O Pacto"

Por exemplo - os filmes de terror japonês por inúmeros motivos são muito mais assustadores que a maioria dos filmes de terror norte-americanos. E isso acontece por, em alguns casos, por terem menos dinheiro acabam entregando obras mais cruas o que acaba funcionando muito bem para filmes do gênero. Basta pegar as refilmagens e comparar: O Chamado e Ringu, Água Negra e Honogurai Mizu No Soko Kara, O Grito e Ju-On, e tantos e tantos outros.

A personagem principal de "O Pacto", que busca entender porque seu namorado cometeu suicídio

O Pacto não é bem um filme de terror, mas passa bem por um suspense. Shion Sono desde 1985 se dedica a filmes de terror/suspense e, baseado em um mangá de sucesso, escreveu O Pacto para relatar uma prática até certo ponto comum em alguns países, principalmente orientais - o suicídio. E no caso do filme, o suicídio coletivo.

Sangue, uma constante em "O Pacto"

O começo é de grande impacto. Mais de 30 estudantes colegiais chegam a uma estação de trem/metrô de Tóquio por volta de 7 da noite e começam a conversar animadamente. A movimentação na estação é intensa - homens engravatados, mulheres com crianças, idosos. De repente todas as colegiais dão as mãos e formam uma fileira que se estende por toda a plataforma. Quando o trem se aproxima elas balançam as mãos e fazem uma contagem regressiva. Por fim, se jogam nos trilhos, causando um banho de sangue.

As colegiais postadas na plataforma do trem...

... e o banho de sangue na eletrizante sequência inicial de "O Pacto"


Daí pra frente se desenrolam outras mortes isoladas e ao mesmo tempo sanguinárias. Definitivamente, Shion Sono tem prazer no sangue e no bizarro. Uma equipe da polícia é deslocada para cuidar do caso, mas o máximo que conseguem fazer é seguir a trilha dos acontecimentos, sem nunca se antecipar às mortes.

As mulheres são a maioria nos suicídios do filme

Alguns suicídios são bizarros

Tudo é muito confuso, não apenas para os policiais, mas como para quem assiste. Um estranho site que supostamente indica quantas pessoas já morreram através de pontinhos vermelhos (para meninas) e brancos (para meninos), uma incompreensível banda de sadomasoquistas liderada por um ridículo vocalista que tortura animais e mais uma centelha de personagens inexplicáveis embolam a trama de forma a complicar algo que a princípio não precisava ser tão embolado.

A desnecessária e incompreensível banda sadomasoquista

Por fim uma banda, de meninas entre 12 e 13 anos, parece ser o link entre as mortes. É o que o filme tenta vender. Mal e porcamente, é bom que se diga. O Japão já produziu filmes bem melhores, não perca seu tempo com este aqui.  

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