terça-feira, 23 de janeiro de 2018

LOLITA (1962)

12 anos de idade
LOLITA (1962) - Polêmico. Pra dizer o mínimo. Vladimir Nabokov publicou nos recatados anos 50 um livro sobre uma jovem de meros 12 anos e o caso de um amor com um professor que já chegou aos 50. O problema principal aí é que a história toda do livro é contada pela ótica do professor, então em nenhum momento sabemos se a erotização da menina é somente vista pelo professor ou se ela de alguma forma existe. Esta visão é passada integralmente pelo filme dirigido por Stanley Kubrick no começo da década de 60.

Humbert babando em Lolita

Humbert Humbert - sim, este é o curioso o nome do professor de literatura - se aproxima de Charlotte, para ficar mais próximo da filha dela, Dolores, a quem carinhosamente eles chamam de Lolita. James Manson está patético, para dizer o mínimo, como Humbert. Ele é abobalhado, um velho babão principalmente quando divide a cena com Lolita.

Fazendo as unhas da "filha"

Ela por sua vez - interpretada por Sue Lyon que tinha 14 anos na época - está muito bem, passando muita segurança principalmente no olhar e na sua postura em cena. Levou o globo de ouro de atriz revelação. Mas ficou marcada. Sue só conseguiu papeis de mulheres atraentes. Na década de 70 a carreira da atriz declinou e Sue abandonou tudo nos anos 80.

Kubrick conversando com Sue Lyon

Petter Sellers é outro trunfo do filme. Ele interpreta um dramaturgo que se caracteriza de outros personagens de forma a ficar por perto do professor Humbert e acaba sendo um dos responsáveis pelo desfecho trágico da história. Sellers seria dirigido mais uma vez por Kubrick dois anos depois em Dr. Fantástico.

Sellers e seu dramaturgo controverso

Kubrick entregou um filme muito - muito mesmo! - mais leve do que o livro de Nabokov. Nas páginas do escritor russo Lolita se entrega às aventuras sexuais, enquanto Humbert passa linhas e mais linhas descrevendo o corpo da jovem e o que faria com tudo o que vê. Em certo momento ele admite ter "pensamentos pedófilos" com relação à Lolita. É horroroso.

Vladimir Nabokov

Aqui, Kubrick é bem mais pudico. Ele se basta colocando um pirulito na boca da jovem, mostra Humbert pintando as unhas dos pés dela, uma sentada no colo e nada mais além disso. O diretor temia que o filme sofresse com a censura. E sofreu de certa forma - acabou sendo proibido para menores de 16 anos no lançamento.

A pequena dos olhos de Humbert

Lolita se tornaria cult somente anos depois, mas o problema é que muito se perdeu na tradução da obra pro cinema. O livro choca muito, o filme fica na sugestão. Mas dá raiva - assim como o livro, é verdade. Se esse foi o intuito de Nabokov então parabéns pra ele. Mas dentro da obra cinematográfica de Kubrick Lolita acaba entrando como uma obra menor.
Veja abaixo o trailer de Lolita.


 

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