sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

SOB A PELE (2013)

Scarlett "ET" Johansson

SOB A PELE (Under the Skin / 2013) - Não é exagero afirmar que o diretor inglês Jonathan Glazer se inspira em Stanley Kubrick. Ele mesmo já afirmou isso. Assim como seu ídolo, Glazer gosta de uma pré-produção bem feita, nem que isso leve muito tempo. Nos últimos 13 anos ele lançou apenas 3 filmes, por exemplo. Mas não é só isso. Glazer tem uma linguagem que se aproxima, em alguns momentos, à do Kubrick - ele gosta mais de sugestionar do que explicar. É o que acontece em Sob a Pele.

Um filme com estilo próprio e assinatura

Scarlett Johansson interpreta uma alienígena que tem como missão atrair homens para um local - uma casa abandonada - e lá ela se insinua para eles. Eles - como patinhos - tiram toda a roupa e acabam submergindo num líquido escuro, preto, e lá ficam presos. Acabam sendo "sugados", restando apenas suas peles. Mas há pouco espaço aqui para o jogo sexual. Embora Johansson apareça nua aqui em diversos momentos - é tudo muito cru.

Johansson atraindo vítimas

A mulher sem nome começa a ter problemas quando atrai um homem desfigurado. Não se sabe se ela se arrepende ou se os ETs "chefes", digamos assim, pedem algo a ela. O que aparece no filme é que o homem desfigurado é libertado. Com isso ela parece ter perdido a condição de "caçadoras de seres humanos" e vaga à esmo, sem rumo e sem propósito aqui na Terra.

O homem que, involuntariamente, mudou o jogo

Na parte final do filme, ela - abandonada - se torna a caça dos humanos. Claro que ninguém sabe que se trata de uma alienígena, mas algumas figuras à procura de sexo casual aparecem. E ela - antes fria, indiferente e dominante - passa, ao que parece, a impressão de sentir-se isolada e com medo. É impossível não se sentir mal ao perceber que no fundo o animal chamado ser humano simplesmente não deu certo.

A dificuldade de relação com sere humanos

Scarlett Johansson diz muito com o olhar, já que pouco fala. Mostra desenvoltura em cenas difíceis. Foi testada como atriz - e mulher - como nunca antes na carreira. Se saiu muito bem. E prova que tem talento sim (embora algumas pessoas tenham ainda ressalvas com relação à atriz, como eu por exemplo, admito).

A atriz até que tenta 

Sob a Pele tem muito de cinema, puro e simples. Glazer faz muito habilmente o uso de ferramentas cinematográficas que em alguns momentos são simplesmente ignoradas por outros cineastas. Aqui há pouco CGI, Glazer usa muito efeito prático, abusa dos silêncios como forma de contar muito, e claro tem uma trilha sonora incidental que preenche os espaços belamente. Existem coisas que gritam na tela mesmo sem serem ditas. Uma lição que Glazer aprendeu muito bem com seu ídolo Stanley Kubrick.
Veja abaixo o trailer de Sob a Pele


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