domingo, 4 de fevereiro de 2018

LADY BIRD: A HORA DE VOAR (2017)

A rebeldia até os fios do cabelo

LADY BIRD: A HORA DE VOAR (Lady Bird / 2017) - Não precisa ser filmão, blockbuster ou um estouro de bilheteria para "chegar chegando" nos grandes festivais. Isso já virou uma tradição. Moonlight, Boyhood, Pequena Miss Sunshine... e tantos outros. Esse ano como filmes mais modestos, digamos assim, temos Corra!, Me Chame pelo seu Nome e Lady Bird. Esse último tem atores pouco conhecidos, quase não tem efeitos de CGI (se é que tem) e um roteiro (comparado com tantos outros projetos) simples de ser realizado. Custou 10 milhões de dólares (ok, não é dinheiro de pão, mas nem se compara com os 50 milhões de The Post: A Guerra Secreta ou os 100 milhões de Dunkirk, outros dois concorrentes ao Oscar de Melhor Filme). 

Greta Gerwig em ação

Greta Gerwig, roteirista e diretora de Lady Bird, é novinha, tem só 34 anos e já acumula duas indicações grandes na carreira - melhor filme e melhor roteiro original, tanto no Oscar quanto no Globo de Ouro.

O primeiro namorado

Christine "Lady Bird" (Saoirse Ronan mostrando que pode ir além do rosto bonito) é uma garota de 17 anos que mora no subúrbio e gostaria de ter mais, ser mais. A rebeldia da jovem não fica apenas nos cabelos coloridos e desregrados. Ela e a mãe (a ótima Laurie Metcalf) discutem o tempo todo, brigam do nada e segundos depois são capazes de se abraçar e trocar palavras de carinho. A química entre as atrizes é incrível, o trailer já deixa isso muito claro, a relação das duas é a melhor coisa do filme.

A relação com a mãe - o ponto alto

A relação com o irmão, adotado, e a namorada deste também é de amor e ódio (mais de ódio na verdade), mas com o pai é de puro carinho. Ele faz tudo pela filha, por trás da mãe. O pai sabe que a menina precisa de um ambiente mais leve do que somente a dureza que a relação com a mãe impõe.

Rose, a melhor amiga

Na escola ela é amiga da gordinha nada popular mas que tem uma grande beleza interior, namora um cara bonitinho do teatro que depois se descobre gay, faz amizade com a metidinha e popular do colégio e perde a virgindade com um cara que parece príncipe e depois se mostra um babaca.

Aos 18 procurando o seu lugar no mundo

Enfim, Lady Bird retrata o final dos 17 e a chegada aos 18, a escolha da faculdade e o afastamento de casa, das famílias e amigos. O problema a meu ver é que... é só isso. O roteiro parece servir muito mais para um livro do que para um filme. Nada (ou muito pouco) acontece e pontos de virada praticamente não existem. A história segue até o final com seu ritmo totalmente linear e previsível.

Os pais

Ao mesmo tempo entendo que a proposta de Lady Bird é retratar o final de uma fase importante e o começo de outra na vida de uma adolescente. Nesta fase as relações com os pais, irmãos e amigos, sejam relações conflituosas ou não, fazem toda a diferença e ajudam a montar a pessoa que cada um será. Se a ideia de Greta era simplesmente retratar essa fase da vida ela conseguiu! E mais, com muita sensibilidade, produto raro em muitos roteiros recentes.

A incerteza de uma nova fase

Veja abaixo o trailer de Lady Bird: A Hora de Voar.

Um comentário:

Camila Navarro disse...

Lady Bird tem claros toques femininos de Greta Gerwig, um fator muito necessário ao contar uma história de uma jovem e de todos seus conflitos internos. Este filme é um dos melhores do gênero de drama que estreou o ano passado acho que O Conto é um dos melhores filmes de drama. É impossível não se deixar levar pelo ritmo da historia. Amei o grande elenco do filme, quem fez possível a empatia com os seus personagens em cada uma das situações. Sem dúvida a veria novamente.