domingo, 12 de maio de 2013



O DITADOR (The Dictador / 2012) - Os personagens de Sacha Baron Cohen funcionam bem no formato de esquetes. A sua série na TV britânica no começo dos anos 2000 tendo como "apresentador" Ali G (Cohen na pele de um rapper) era divertida, seus personagens tinham espaço e faziam sucesso no formato curto. São personagens bons, mas alguns não sustentam um longa metragem. O mesmo problema acontece com os longas do Monty Phyton - Em Busca do Cálice Sagrado e A Vida de Brian - que são bons, mas para rir de verdade com esses ingleses o melhor é assistir a série - Monty Phyton´s Flying Circus, que fez sucesso na BBC na década de 70.

Ali G, um dos primeiros personagens de Cohen

Voltando a Cohen é bom que lhe dê créditos por Borat, por exemplo, que não há como negar - é um filme muito engraçado. E o simpático e sem noção jornalista do Cazaquistão sustenta facilmente as quase duas horas de película.

Em "Borat" o ponto alto da carreira do comediante

Na sequência Bruno tentou fazer sucesso na esteira de Borat, apostando na mesma fórmula - uma mistura de ficção e cenas supostamente reais, pegando reações verdadeiras das pessoas nas ruas. Bruno não funciona tão bem, Cohen pesou a mão aqui, passou um pouco do limite.

Passou dos limites em "Bruno"

Algumas participações de Sacha em filmes diversos como em Ricky Bobby, onde realmente rouba a cena, está muito engraçado, Sweeney Todd e A Invenção de Hugo Cabret, onde também vai bem fazendo uma espécie de comédia pastelão como agente da estação de trem.

Sacha está bom em "A Invenção de Hugo Cabret"

Em O Ditador, Sacha Baron Cohen volta a interpretar um personagem próprio. Como o título explicita trata-se de um ditador que governa um país imaginário e planeja um discurso na ONU para legitimar o seu poder e ganhar mais respeito internacionalmente. O problema é que ao chegar aos EUA (que parece ser o único destino de todos os personagens de Cohen) ele não tem vida fácil. Acaba traído pelo próprio responsável por sua guarda pessoal (Ben Kingsley) ao ser "substituído" por um sósia. Abandonado em um país desconhecido acaba encontrando ajuda com uma mulher, a ótima Anna Faris, que nem desconfia da sua real identidade.

Cohen e Faris em boa química

O Ditador tem os seus momentos - quando nos jogos olímpicos locais ele dispara tiros nos seus concorrentes, ou quando pede uma lata de lixo por ter feito o parto de uma menina e não um menino de um casal de desconhecidos - enfim, momentos nonsense de uma comédia que deixa muito a desejar.

São poucos os momentos engraçados. Esse é um deles.

Sacha Baron Cohen é um bom comediante e já fez coisa muito melhor. O filme é bem acabado, bem produzido e rende algumas risadas. Mas passa muito rápido, não por ser bom, mas pela própria não-profundidade do roteiro. Descartável.

Acenando em um filme sem graça

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