quarta-feira, 26 de junho de 2013



O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA II (Texas Chain Saw Massacre - Part 2 / 1986 ) - Tobe Hooper é o responsável pela criação da série. Escreveu e dirigiu o primeiro, um clássico irretocável. Doze anos depois remodelou tudo e todos para a sequência. Chamou apenas um ator com quem havia trabalhado no primeiro filme e manteve, é claro, o Leatherface.

A família Saw
O problema está justamente na expectativa. O público queria mais do mesmo, queria mais susto, mais medo e mais macabro. Tobe queria outra coisa. A intenção dele nessa continuação era fazer da sequência de O Massacre da Serra Elétrica uma mistura de terror e comédia, aos moldes da série Evil Dead, de Sam Raimi. Dá uma olhada no pôster de divulgação do filme parodiando O Clube dos Cinco.


Com mais dinheiro mas com menos moral (por conta de uma série de fracassos de bilheteria) Tobe teve que filmar às pressas algumas sequências e no final ainda teve que entregar o filme nas mãos do estúdio que exigiu o corte final. O Massacre da Serra Elétrica II foi decepado. Dizem que as melhores sequências do filme, que dariam mais profundidade a alguns personagens (principalmente o de Dennis Hopper e ao próprio Leatherface) ficaram no chão da sala de edição.

Stretch, a radialista em perigo

A trama gira em torno de Stretch, uma radialista de uma cidadezinha do Texas que passa a ser perseguida pelo Leatherface e seu "irmão" Chop Top (interpretado por Bill Moseley, o Otis da A Casa dos 1000 Corpos e Rejeitados pelo Diabo) como retaliação por ela ajudar Lefty (Dennis Hopper), que busca vingança pela morte do seu irmão Franklin (o cadeirante do primeiro filme).

Lefty em busca de vingança

Na sequência final, Hopper usando como isca a própria Stretch, entra no covil dos assassinos e portando 3 motosserras (!) causa um estrago na família Saw, composta pelo cozinheiro e o vovô de 137 anos, além do próprio Chop Top e Leatherface.

Chop Top

Os problemas aqui são muitos. A família, que antes metia medo e causava repulsa no filme original, agora causa risos constrangidos. Os caipiras sádicos viraram uns caipiras bobocas. Chop Top (o melhor deles) fica pululando de lá pra cá feito um macaquinho), o cozinheiro está velhinho e usa uma inexplicável gravatinha borboleta, Leatherface não agita mais a motosserra, agora ele só levanta o aparato e chacoalha a pança, parece uma mistura de Zacharias com Chacrinha.

Um Leatherface mais humano e portanto fraco nesta parte 2

Leatherface aliás aqui está mais humanizado. Ele se apaixona por Stretch em determinada sequência e até insinua movimentos sensuais com sua motosserra, logo depois de acariciar a perna e a "região pélvica" da moça com a ponta da serra desligada.

A motosserra vira símbolo da paixão de Leatherface por Stretch

Leatherface tenta ainda evitar que ela seja alvo do bizarro jantar da família Saw ao escondê-la por trás do rosto arrancado de LG, amigo de Stretch.

LG após ter o rosto arrancado

O resultado não é de todo ruim, principalmente se você o imaginar como um filme separado do primeiro. Como sequência não funciona de forma alguma. Mudou o formato do filme, seus personagens e sua atmosfera. Tobe pegou os mesmos personagens e os levou para outra coisa, para outro mundo, sem sair dos confins do Texas. Não tinha mesmo como ser sucesso.
Veja abaixo o trailer de O Massacre da Serra Elétrica II:


Nenhum comentário: